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08/11/2005 - 10h24

Violência já dura 12 dias na França e governo luta para ter controle

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da Folha Online

A onda de violência registrada nos subúrbios da capital francesa, Paris, começou há quase duas semanas, com a morte de dois adolescentes que fugiam da polícia. As violentas manifestações, que já deixaram um morto, acabam por provocar uma crise política no governo francês, que tenta controlar a onda de protestos. Autoridades locais agora podem decretar o toque de recolher nas regiões mais atingidas.

Veja o desenvolvimento das manifestações:

8 de novembro de 2005 - O governo francês permite que autoridades locais imponham o toque de recolher nas regiões afetadas pela violência. Na 12ª noite consecutiva de distúrbios, manifestantes atacaram e incendiaram mais de mil veículos em várias regiões do país, e cerca de 300 pessoas foram presas.

7 de novembro de 2005 - O chefe da Polícia nacional francesa, Michel Gaudin, afirma que a onda de violência já se espalhou por mais de 300 localidades do país [entre bairros, distritos e cidades]. Um homem morre em decorrência dos machucados sofridos após ter sido espancado na noite de sexta-feira (4) em Seine-Saint-Denis.

6 de novembro de 2005 - O governo francês faz a convocação de um conselho de segurança interna. O presidente Jacques Chirac quebra o silêncio sobre os confrontos e diz que "a prioridade é o restabelecimento da segurança e da ordem pública" nos subúrbios de Paris. Ao menos 1.295 veículos são incendiados e 312 pessoas são detidas pela polícia.

5 de novembro de 2005 - Mais 2.000 pessoas fazem uma manifestação silenciosa contra a violência em um dos subúrbios mais atingidos, Aulnay-sous-Bois. Durante a noite, manifestantes incendiaram 900 carros. A polícia deteve 253 pessoas.

4 de novembro de 2005 - Rebelados ateiam fogo em 897 veículos e 253 pessoas são detidas. Vários prédios públicos e comerciais são danificados. A região de Paris e várias outras localidades são afetadas por um aumento da violência urbana, entre elas Toulouse, Rennes, Nantes, Lille, Le Havre, Soissons, Dijon, Pau e Estrasburgo.

3 de novembro de 2005 - Manifestantes atacam as cidades em volta de Paris e queimam mais de 520 veículos. A polícia diz que os confrontos diretos diminuem, mas a crise na França por conta das violentas manifestações aumenta, com o protesto de autoridades das pequenas cidades ao redor da capital francesa contra a falta de controle na situação por parte da polícia.

2 de novembro de 2005 - Mais de 300 veículos foram queimados em diferentes áreas do subúrbio parisiense, a metade deles em Seine-Saint-Denis. Houve registros de incêndios também em Hauts-de-Seine (oeste), onde dois molotov foram lançados contra uma delegacia. Duas escolas primárias também foram danificadas pela multidão. No subúrbio nordeste de Aulnay-sous-Bois, gangues de jovens queimaram uma garagem da marca Renault, dezenas de outros veículos, um supermercado e um ginásio local.

1º de novembro de 2005 - O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, afirmou às famílias das vítimas que o caso das mortes dos jovens mortos será investigado e pede para que a calma "retorne" à região. Mas nessa noite, a violência já deposta nas regiões de Seine-et-Marne, Yvelines e Cal-d'Oise. Segundo a polícia, "pequenos grupos móveis" fazem "ataques esporádicos".

31 de outubro de 2005 - A polícia faz mais prisões e o incêndio de veículos em Clichy-sous Bois continuam. Policiais afirmam que as manifestações já chegaram em Sevran, Neuilly-sur-Marne e Bondy. As famílias das vítimas eletrocutadas se recusam a encontrar o ministro francês do Interior, Nicolas Sakozy.

30 de outubro de 2005 - Sarkozy afirma que os policiais envolvidos na ação do último dia 27 não perseguiram os jovens que morreram eletrocutados, e defende a "tolerância zero" contra a violência urbana. Sete batalhões da polícia são deslocados para a região de Clichy-sous-Bois.

29 de outubro de 2005 - Ao menos 500 pessoas, em sua maioria moradores de Clichy-sous-Bois, fizeram um protesto e uma homenagem aos dois adolescentes que morreram eletrocutados.

28 de outubro de 2005 - Na região de Chêne-Pointu, cerca de 400 jovens confrontaram um grupo formado por 300 agentes de segurança. Manifestantes atiraram contra um veículo da polícia, mas ninguém ficou ferido no episódio. Em compensação, sete policiais se feriram em mais incêndios provocados na região: 30 veículos foram incendiados. Treze jovens, entre eles um menor de idade, são detidos pela polícia.

27 de outubro de 2005 - Um confronto entre grupos do subúrbio de Clichy-sous-Bois (nordeste de Paris) terminou com uma perseguição policial e a morte de dois adolescentes de 15 e 17 anos, após se esconderem dentro de um transformador de energia. A polícia francesa diz que não houve perseguição. Ao menos 15 veículos foram incendiados nessa noite, a primeira que marca os conflitos.

Com "Le Monde"

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