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09/11/2005
-
09h06
da Folha Online
O estado de emergência decretado ontem pelo governo francês --que inclui toque de recolher e dá mais liberdade à polícia--, fez diminuir os distúrbios no país. Apesar disso, foram incendiados 617 carros e presas 330 pessoas em toda a França.
O estopim da revolta, iniciada por jovens filhos de imigrantes há 13 dias, em sua maioria do norte da África, foi a morte acidental de dois adolescentes, que morreram eletrocutados ao entrar numa subestação de energia. Eles estariam tentando se esconder da polícia. Até agora, mais de 6.000 veículos foram destruídos em 13 dias de protesto, e uma pessoa foi morta.
Mas o motivo real dos distúrbios, de acordo com analistas, é a revolta contra a exclusão social dos habitantes dos subúrbios das grandes cidades, só inflamada pela morte dos dois adolescentes.
Durante a noite desta terça-feira, policiais foram obrigados a fechar o sistema de metrô da cidade de Lyon (sudeste de Paris), depois que uma bomba explodiu em uma estação. Ninguém ficou ferido, mas o serviço ainda não foi restituído.
Manifestantes também atearam fogo em um escritório do jornal "Nice-Matin" em Grasse, no sudeste da região dos Alpes Marítimos, informou o porta-voz da polícia Patrick Reydy. Em Toulouse, no sul de Paris, jovens atacaram policiais com bombas de gasolina.
Em Nice, um homem de 53 anos foi ferido gravemente por um haltere jogado de uma janela em uma região que têm sido afetada por protestos violentos há quatro dias. Já em Bassens, na região de Bordeaux, um ônibus movido a gás que circulava sem passageiros foi atacado com coquetéis molotov e explodiu, mas o motorista escapou ileso. Uma grande loja de móveis foi incendiada às dez da noite em um bairro comercial de Arras, e as chamas se propagaram para uma loja de tapetes.
Entretanto, o número de veículos queimados --que funciona como uma espécie de termômetro para se medir a violência-- caiu dos 1.173 registrados na noite desta segunda-feira. Os violentos protestos foram registrados em 116 localidades, ao contrário dos 226 focos de manifestações ocorridos nesta segunda-feira.
Estado de emergência
O presidente francês, Jacques Chirac, anunciou ontem várias medidas de segurança que começam a vigorar nesta quarta-feira e são válidas durante 12 dias que deve durar o estado de emergência. Paris, seus subúrbios e 30 outras cidades estão sob estado de emergência, informou um comunicado do governo francês publicado nesta quarta-feira.
O estado de emergência permite a instauração do toque de recolher e de buscas domiciliares sem mandado judicial. Entre as medidas, destacam-se o desbloqueio de 100 milhões de euros adicionais para as associações e a criação "de uma grande agência de coesão social e de igualdade de oportunidades". Serão criados também "5.000 postos de assistentes pedagógicos a partir de janeiro [de 2006]".
Ontem, o primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, afirmou que a polícia enfrenta "gangues estruturadas e uma rede de crime organizado". De acordo com investigadores policiais, os manifestantes "têm uma rede organizada", e se comunicam por mensagens de texto e internet para organizar os ataques.
Os prefeitos de Orleans e Savigny-sur-Orge não esperaram a decisão governamental e decretaram nesta terça-feira toque de recolher para os menores de 16 anos em suas respectivas localidades, assim como tinha sido feito na véspera na localidade de Raincy, na região parisiense.
Com agências internacionais
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O estado de emergência decretado ontem pelo governo francês --que inclui toque de recolher e dá mais liberdade à polícia--, fez diminuir os distúrbios no país. Apesar disso, foram incendiados 617 carros e presas 330 pessoas em toda a França.
O estopim da revolta, iniciada por jovens filhos de imigrantes há 13 dias, em sua maioria do norte da África, foi a morte acidental de dois adolescentes, que morreram eletrocutados ao entrar numa subestação de energia. Eles estariam tentando se esconder da polícia. Até agora, mais de 6.000 veículos foram destruídos em 13 dias de protesto, e uma pessoa foi morta.
Mas o motivo real dos distúrbios, de acordo com analistas, é a revolta contra a exclusão social dos habitantes dos subúrbios das grandes cidades, só inflamada pela morte dos dois adolescentes.
Durante a noite desta terça-feira, policiais foram obrigados a fechar o sistema de metrô da cidade de Lyon (sudeste de Paris), depois que uma bomba explodiu em uma estação. Ninguém ficou ferido, mas o serviço ainda não foi restituído.
Manifestantes também atearam fogo em um escritório do jornal "Nice-Matin" em Grasse, no sudeste da região dos Alpes Marítimos, informou o porta-voz da polícia Patrick Reydy. Em Toulouse, no sul de Paris, jovens atacaram policiais com bombas de gasolina.
Em Nice, um homem de 53 anos foi ferido gravemente por um haltere jogado de uma janela em uma região que têm sido afetada por protestos violentos há quatro dias. Já em Bassens, na região de Bordeaux, um ônibus movido a gás que circulava sem passageiros foi atacado com coquetéis molotov e explodiu, mas o motorista escapou ileso. Uma grande loja de móveis foi incendiada às dez da noite em um bairro comercial de Arras, e as chamas se propagaram para uma loja de tapetes.
Entretanto, o número de veículos queimados --que funciona como uma espécie de termômetro para se medir a violência-- caiu dos 1.173 registrados na noite desta segunda-feira. Os violentos protestos foram registrados em 116 localidades, ao contrário dos 226 focos de manifestações ocorridos nesta segunda-feira.
Estado de emergência
O presidente francês, Jacques Chirac, anunciou ontem várias medidas de segurança que começam a vigorar nesta quarta-feira e são válidas durante 12 dias que deve durar o estado de emergência. Paris, seus subúrbios e 30 outras cidades estão sob estado de emergência, informou um comunicado do governo francês publicado nesta quarta-feira.
O estado de emergência permite a instauração do toque de recolher e de buscas domiciliares sem mandado judicial. Entre as medidas, destacam-se o desbloqueio de 100 milhões de euros adicionais para as associações e a criação "de uma grande agência de coesão social e de igualdade de oportunidades". Serão criados também "5.000 postos de assistentes pedagógicos a partir de janeiro [de 2006]".
Ontem, o primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, afirmou que a polícia enfrenta "gangues estruturadas e uma rede de crime organizado". De acordo com investigadores policiais, os manifestantes "têm uma rede organizada", e se comunicam por mensagens de texto e internet para organizar os ataques.
Os prefeitos de Orleans e Savigny-sur-Orge não esperaram a decisão governamental e decretaram nesta terça-feira toque de recolher para os menores de 16 anos em suas respectivas localidades, assim como tinha sido feito na véspera na localidade de Raincy, na região parisiense.
Com agências internacionais
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