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14/11/2005 - 16h52

Merkel diz que pacto de coalizão é o princípio, não o fim

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da Efe, em Berlim

A futura chanceler da Alemanha e líder da União Democrata-Cristã (CDU), Angela Merkel, apresentou nesta segunda-feira o acordo de coalizão entre seu partido e o SPD (Partido Social Democrata) dizendo que este "não é o fim, mas, sim, o princípio, a base".

Merkel começou o discurso que fez em um pequeno congresso extraordinário de seu partido lembrando o resultado das eleições de 18 de setembro último, que não deixou outra opção a não ser a aliança, além de ter destacado a situação financeira que tornou obrigatório um programa de austeridade.

Pouco depois, a CDU aprovou a formação da grande coalizão com seus aliados da União Social-Cristã da Baviera (CSU) e do SPD.

"O resultado das eleições de 18 de setembro não foi o que tínhamos esperado, e não permitiu a aliança que a CDU desejava fechar com os liberais", disse Merkel para explicar o porquê da aliança com o SPD.

"Entretanto, recebemos um mandato --acrescentou-- e a Alemanha, após pelo menos seis meses de insegurança, espera um governo", e o mesmo ocorre no exterior e em particular na União Européia.

Sem mudança

Merkel disse que a CDU não recuou em nada do que defendeu durante a campanha eleitoral, embora tenha ressaltado que "a política é a arte do possível" e que as restrições orçamentárias são inevitáveis.

A situação, explicou, tornou necessário apresentar para 2006 um Orçamento que não está em conformidade com a Constituição alemã, pois o déficit supera os investimentos.

A futura chanceler disse, entretanto, que no segundo ano de governo a normalidade constitucional será restabelecida e, para isso, defendeu cortes dos subsídios e outras medidas para sanear as contas do Estado.

Merkel defendeu também os compromissos que motivaram a aliança com o SPD.

Rival

"Este é um partido com o qual travamos uma luta política durante décadas", lembrou, chamando atenção sobre os elementos que a CDU conseguiu impor no programa de governo.

Em relação à política externa, mencionou a necessidade de "melhorar as relações transatlânticas", deterioradas durante o governo anterior, e de promover, dentro da União Européia (UE), a "cooperação com os pequenos estados" frente ao motor franco-alemão privilegiado até agora.

Sobre a Turquia, Merkel comemorou o fato de o acordo de coalizão incluir duas exigências para o ingresso do país no bloco: que o país candidato esteja pronto, mas também que a UE tenha condições de integrá-lo.

Caso não seja cumprida a segunda condição, o acordo com o SPD permite "a associação privilegiada com a Turquia, que é o que sempre defendemos", disse Merkel.

Quanto às questões trabalhistas, a CDU não obteve tudo o que queria, acrescentou Merkel, lamentando o insucesso da legenda em incluir na pauta do governo o apoio a negociações caso a caso, fora dos acordos coletivos.

Êxitos

Entre os êxitos, a futura chanceler destacou o acordo visando uma ligeira diminuição do custo da mão-de-obra, uma redução da burocracia --sobretudo para as pequenas e médias empresas-- e, principalmente, o consenso pela aplicação das leis da UE sem ir além do estabelecido no âmbito comunitário.

Em relação ao seu atual aliado --o SPD--, Merkel lembrou que, embora o partido tenha sido até antes da coalizão seu tradicional adversário, encara a missão atual com a mesma seriedade da CDU.

A validade da aliança, concluiu, terá de ser avaliada por seus êxitos, sobretudo em conseguir criar "postos de trabalho de qualidade e com capacidade de sobreviver na economia globalizada".

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