30/11/2005 - 10h42

Grupo pede investigação de suposta ação da CIA no Reino Unido

da France Presse, em Londres

A Liberty, uma associação britânica de defesa das liberdades civis, pediu ao governo e à polícia do Reino Unido que abram uma investigação sobre a eventual utilização de alguns aeroportos do país por aviões da CIA (inteligência dos EUA), que supostamente transportariam prisioneiros.

Shami Chakrabarti, diretora da Liberty, disse nesta quarta-feira que fez esta solicitação em uma carta enviada ao ministro das Relações Exteriores, Jack Straw, assim como aos chefes de polícia de 11 Condados do Reino Unido.

A diretora da Liberty disse que, se não receber uma resposta em 14 dias, apresentará o caso à Justiça.

Segundo as cifras publicadas pelo jornal britânico "The Guardian", nesta quarta-feira, aviões civis utilizados pela CIA, para operações secretas, aparentemente sobrevoaram o território britânico ou fizeram escala em solo do Reino Unido em mais de 210 oportunidades desde o dia 11 de setembro de 2001, quando terroristas lançaram aviões seqüestrados contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e o Pentágono, nas cercanias de Washington.

De acordo com o "Guardian", 26 aviões da CIA haviam utilizado 19 aeroportos civis ou bases militares britânicas diferentes, incluindo os aeroportos de Heathrow, Gatwick e Luton, nos arredores de Londres, assim como as bases da Real Força Aérea de Brize Norton e de Northolt (sul da Inglaterra).

Segundo estas versões, o aeroporto britânico mais utilizado foi o de Prestwick, perto de Glasgow (Escócia), no qual os aviões da CIA aterrissaram mais de 75 vezes.

"Se as informações que circulam forem corretas, isto significa que em solo britânico foram realizados crimes graves", disse Chakrabarti para a BBC, aludindo às revelações de que a CIA havia utilizado países europeus para o transporte, a detenção ilegal e a tortura de supostos terroristas islâmicos.