Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
12/12/2005 - 08h13

Deputado libanês anti-Síria morre em atentado em Beirute

Publicidade

da Folha Online

A explosão de um carro-bomba em Beirute (Líbano) matou nesta segunda-feira Gibran Tueni, deputado e jornalista libanês muito conhecido por suas idéias anti-Síria. Outras três pessoas também morreram. Cerca de 14 explosões ocorreram em Beirute desde a morte do ex-primeiro-ministro libanês Rafik Hariri, em fevereiro último.

Mohamed Azakir/Reuters
Gebran Tueni era deputado e dirigia o jornal "An Nahar"
O jornalista foi assassinado quando um carro-bomba explodiu no momento em que seu comboio passava por uma rua na periferia sudeste da capital Beirute de acordo com a polícia. As outras três vítimas seria supostamente guarda-costas do deputado.

Tueni fazia parte do Partido Cristão libanês e dirigia o jornal "An Nahar", além de ser um dos líderes de um movimento de protesto contra a intervenção da Síria no Líbano, surgido após o assassinato do ex-premiê libanês Rafik al Hariri, em 14 de fevereiro passado.

O carro-bomba estava estacionado a menos de um quilômetro do hotel Monteverde, quartel-general da Comissão Internacional que investiga o assassinato de Al Hariri.

O tio de Tueni, o ministro libanês das Telecomunicações Marwan Hamadeh, e o líder da oposição libanesa Walid Jumblatt, da comunidade drusa no Líbano, disseram que autoridades sírias são responsáveis pelo atentado.

Hussein Malla/AP
Policiais libaneses verificam local do ataque
Tueni tinha denunciado, em várias ocasiões, que a Síria estava envolvida no assassinato de Al Hariri e tinha acusado o presidente do Líbano, Émile Lahoud, de participar diretamente do atentado contra o ex-premiê.

"Deus tenha compaixão de Gibran, que continuará a ser um marco na busca da liberdade", afirmou Jumbatt à rede de TV LBC.

Em seu segundo relatório preliminar à ONU, o diretor da Comissão internacional que investiga o assassinato de Al Hariri, o promotor alemão Detlev Mehlis, apontou a hipóteses de que os serviços secretos sírios e parte da Inteligência libanesa estejam envolvidos na morte de Al Hariri.

Mehlis deve entregar seu relatório definitivo nos próximos dias ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan.

Crise

O assassinato de Al Hariri --que foi primeiro-ministro libanês de 1992 a 1998, e depois de 2000 a 2004-- provocou um agravamento da crise sírio-libanesa. Meses antes de ser morto, o líder havia abandonado o cargo, por discordar da forte influência exercida pela Síria sobre Lahoud.

A tensão entre os dois países levou à intervenção internacional, e à saída dos soldados sírios do Líbano após 29 anos. Militares sírios tinham sido enviados aos territórios libaneses para auxiliar no controle da guerra civil, que eclodira no país entre os anos de 1975 e 1991.

Mesmo com o fim do conflito civil, a Síria se recusou a tirar seus soldados do Líbano, o que ocorreu apenas em abril deste ano, sob forte pressão internacional. Desde então, a oposição libanesa culpa a Síria pela morte de Al Hariri, assim como pelo assassinato do jornalista Samir Kassir, que também era contra a influência síria no Líbano, e pela morte em um atentado a bomba do antigo líder do Partido Comunista libanês, George Hawi, em junho passado.

Em outubro passado, uma equipe de investigadores da ONU, chefiada pelo promotor alemão Detlev Mehlis, concluiu que há vínculos entre autoridades sírias e a morte de Al Hariri.

O documento afirma que funcionários de alto escalão do governo sírio e do governo libanês estão envolvidos no assassinato do ex-premiê. A investigação estabeleceu que "muitas pistas apontam diretamente para membros da segurança síria".

Com agências internacionais

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a crise sírio-libanesa
  • Leia o que já foi publicado sobre Rafik al Hariri
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página