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15/12/2005 - 17h25

Doria Medina oferece receita pragmática aos eleitores bolivianos

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da Efe, em La Paz

O candidato Samuel Doria Medina, 47, que sobreviveu a um seqüestro e um acidente aéreo, oferece ao eleitorado boliviano uma receita pragmática e centrista baseada em seu sucesso empresarial, para evitar a polarização do país.

Doria Medina nasceu em La Paz e vem de uma família rica-- fundou o partido Unidade Nacional (UN) em 2003, após militar por vários anos no Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR), do ex-presidente Jaime Paz Zamora (1989-1993).

AP
Samuel Doria Medina, presidenciável boliviano
Candidato à vice-presidente pela social-democracia de Paz Zamora em 1997, Doria Medina saiu do MIR quando este era uma força vital e determinante no contexto político boliviano.

Doria Medina se afastou definitivamente em 2002, "por princípios", segundo ele, após uma aliança que vinculou Paz Zamora ao também ex-presidente e eterno rival Gonzalo Sánchez de Lozada.

O líder da UN defende que seu partido fica no centro, a opção que a Bolívia precisa e que está muito longe das posições extremas de seus adversários, segundo o candidato.

Economista e com curso superior no London School of Economics, Doria Medina coloca como ponto central de sua oferta eleitoral construir um "país de produtores", com um projeto que privilegiará o incentivo à micro, pequena e média empresa.

Promessas

O candidato diz que vai investir US$ 1 bilhão no setor empresarial, nos próximos cinco anos, e compartilhar com os pequenos empresários o segredo de seu sucesso econômico à frente da maior companhia produtora de cimento da Bolívia, a Soboce.

Segundo Doria Medina, o grande problema e inimigo do país é a pobreza, e por isso afirma que irá combatê-la dando prioridade aos setores mais desfavorecidos.

Como os outros candidatos, o bem-sucedido empresário defende o fortalecimento econômico nacional através dos hidrocarbonetos, e lamenta porque, apesar ser o segundo país em volume de reservas de gás natural na América do Sul --atrás apenas da Venezuela--, a Bolívia não conseguiu mudar sua face energética.

Casado com Nadia Monje há 20 anos e pais de cinco filhos, Doria Medina não passou por dificuldades financeiras em sua vida --característica usada por seus adversários para desqualificar suas promessas de luta contra a pobreza, com o argumento de que é impossível falar sobre necessidades econômicas com conhecimento de causa sem ter passado por dificuldades financeiras.

Com um patrimônio calculado em US$ 10 milhões, o líder centrista é o principal acionista da Soboce, e também é proprietário de uma franquia da rede internacional de fast food Burger King.

Aparência

A própria aparência física de Doria Medina joga contra ele na disputa eleitoral, porque o candidato de pele branca, olhos azuis e barba contrasta com os rostos escuros da maioria dos bolivianos pobres.

Alguns fatos marcaram a vida de Doria Medina, como em 1995, quando foi seqüestrado por 45 dias pelo Movimento Revolucionário Tupac Amaro (MRTA), grupo guerrilheiro de origem peruana ao qual pagou um resgate de quase US$ 1 milhão para obter a liberdade.

Além disso, em 21 de janeiro passado, Doria Medina sobreviveu quando o pequeno avião no qual viajava caiu perto de um povoado no planalto boliviano.

O companheiro de Doria Medina na disputa eleitoral e candidato à vice-presidente é Carlos Dabdoub, um dos mais fortes defensores das pretensões de autonomia do departamento de Santa Cruz, no leste do país.

As pesquisas mostram Doria Medina em terceiro lugar, bem longe dos favoritos: Evo Morales e Jorge Quiroga.

Caso se consolide nesta posição, o candidato da UN pode ter papel fundamental na escolha do novo presidente, por causa dos futuros acordos que poderia fazer no Congresso.

Se nenhum partido conseguir maioria absoluta nas urnas, a designação do presidente e vice-presidente da Bolívia será decidida no Congresso, por isso as alianças seriam fundamentais.

Especial
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