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15/12/2005
-
17h37
DANIELA LORETO
da Folha Online
Cerca de 3,6 milhões de eleitores foram convocados para ir às urnas neste domingo (18) na Bolívia para eleger o presidente da República, o vice-presidente, os governadores de nove Departamentos do país e os 130 deputados e 27 senadores que irão compor o Congresso.
Os colégios eleitorais abrirão às 8h (10h de Brasília) e fecharão às 16h (18h de Brasília). Em seguida, começará a apuração dos votos
O voto no país é obrigatório e, segundo pesquisas, 11,6% dos eleitores ainda não decidiram em quem votar. O voto dos indecisos será fundamental para o processo, já que nenhum dos candidatos à Presidência deve obter a maioria absoluta. Por isso, a eleição do presidente deve ser levada ao Congresso.
O vencedor do pleito assumirá a Presidência em janeiro e será o quarto presidente no país em menos de três anos. Em 2003, Gonzalo Sanchez de Lozada renunciou à Presidência devido a uma onda de protestos violentos que provocou a morte de mais de 60 pessoas.
Carlos Mesa, que assumiu após a desistência de Lozada, entregou sua carta de renúncia em março deste ano, mas só saiu do poder em junho passado, quando Eduardo Rodríguez assumiu o poder, seguindo a linha sucessória recomendada pela Constituição boliviana. Ele era presidente da Suprema Corte, e terceiro na sucessão.
Após assumir, Rodríguez tinha o prazo de 180 dias para convocar eleições gerais, que ocorrem no próximo domingo.
Segurança
A partir da meia-noite desta quinta-feira (2h de Brasília de sexta-feira), quando termina oficialmente a campanha eleitoral, o Estado colocará em ação um dispositivo de segurança que inclui 26 mil militares e 24 mil policiais.
Os 50 mil membros das forças de segurança espalhados por todo o território do país também protegerão as 121.119 mesas eleitorais da votação.
A operação inclui a entrada em vigor do Código Eleitoral, que estabelece a proibição de manifestações, greves e atos de propaganda política.
Uma lei seca entrará em vigor à meia-noite desta sexta-feira e valerá até um dia depois das eleições, quando o consumo e a venda de bebidas alcoólicas serão proibidos. Também não será permitido o porte de armas brancas ou de fogo, para evitar incidentes que impeçam o processo eleitoral.
Mais de 150 observadores internacionais acompanharão as eleições. Mil jovens voluntários bolivianos também estarão atentos ao processo eleitoral.
Favoritos
O líder cocaleiro Evo Morales aparece como favorito na disputa, com uma proposta que obteve o apoio da maioria pobre e indígena do país. Morales prega a independência dos interesses estrangeiros e a rejeição aos esforços dos Estados Unidos para erradicar o plantio e o cultivo de coca --que sustenta a produção de cocaína.
De acordo com uma pesquisa publicada nesta quarta-feira pelo instituto de pesquisas Ipsos-Captura no jornal boliviano "La Prensa", Morales aparece em primeiro entre os oito candidatos à Presidência, com 34,2% das intenções de voto.
Jorge Quiroga, conservador de direita que já foi presidente da Bolívia, aparece em segundo lugar, com 29%. Em seguida, está o empresário Samuel Doria Media, que conta com o apoio de 9% dos eleitores. A pesquisa tem margem de erro de 2,4 pontos percentuais.
Coca
O governo americano afirma que grande parte da produção de coca boliviana é processada e transformada em cocaína, mas os produtores defendem o cultivo, dizendo que abastecem apenas o mercado legal. As folhas de coca são utilizadas pelos indígenas para curar doenças, fazer chás e em cerimônias religiosas.
Liderados por Morales --que já foi presidente de uma confederação de cocaleiros-- os produtores lutam contra os esforços americanos para erradicar o cultivo de coca, em algumas ocasiões, com resistência violenta.
A eventual chegada de Morales à Presidência colocaria fim a décadas da dominação da elite de origem branca no cenário político boliviano --possibilidade que motiva grande parte de seus partidários.
Pobreza
Apesar de ter se tornado, na última década, a segunda potência produtora de gás da América do Sul, a Bolívia continua a ser um dos países mais pobres e de maior instabilidade política da região.
Segundo dados oficiais de órgãos internacionais, a pobreza afeta 62% da população boliviana, embora especialistas indiquem que a taxa pode ser ainda maior.
A riqueza do país está nos recursos naturais, que incluem 108 trilhões de metros cúbicos de gás natural-- a segunda maior reserva da América do Sul, atrás apenas da venezuelana. A curto prazo, os bolivianos esperam que a abundância de recursos permita melhorar o nível de vida da população.
No entanto, a possibilidade de que a situação de pobreza seja revertida parece pequena. Segundo projeções do Comitê Interinstitucional das Metas de Desenvolvimento do Milênio, "no ano de 2015, 26,5% da população boliviana continuarão vivendo em extrema pobreza.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre as eleições na Bolívia
Mais de 3 milhões devem ir às urnas na Bolívia
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da Folha Online
Cerca de 3,6 milhões de eleitores foram convocados para ir às urnas neste domingo (18) na Bolívia para eleger o presidente da República, o vice-presidente, os governadores de nove Departamentos do país e os 130 deputados e 27 senadores que irão compor o Congresso.
Os colégios eleitorais abrirão às 8h (10h de Brasília) e fecharão às 16h (18h de Brasília). Em seguida, começará a apuração dos votos
O voto no país é obrigatório e, segundo pesquisas, 11,6% dos eleitores ainda não decidiram em quem votar. O voto dos indecisos será fundamental para o processo, já que nenhum dos candidatos à Presidência deve obter a maioria absoluta. Por isso, a eleição do presidente deve ser levada ao Congresso.
O vencedor do pleito assumirá a Presidência em janeiro e será o quarto presidente no país em menos de três anos. Em 2003, Gonzalo Sanchez de Lozada renunciou à Presidência devido a uma onda de protestos violentos que provocou a morte de mais de 60 pessoas.
Carlos Mesa, que assumiu após a desistência de Lozada, entregou sua carta de renúncia em março deste ano, mas só saiu do poder em junho passado, quando Eduardo Rodríguez assumiu o poder, seguindo a linha sucessória recomendada pela Constituição boliviana. Ele era presidente da Suprema Corte, e terceiro na sucessão.
Após assumir, Rodríguez tinha o prazo de 180 dias para convocar eleições gerais, que ocorrem no próximo domingo.
Segurança
A partir da meia-noite desta quinta-feira (2h de Brasília de sexta-feira), quando termina oficialmente a campanha eleitoral, o Estado colocará em ação um dispositivo de segurança que inclui 26 mil militares e 24 mil policiais.
Os 50 mil membros das forças de segurança espalhados por todo o território do país também protegerão as 121.119 mesas eleitorais da votação.
A operação inclui a entrada em vigor do Código Eleitoral, que estabelece a proibição de manifestações, greves e atos de propaganda política.
Uma lei seca entrará em vigor à meia-noite desta sexta-feira e valerá até um dia depois das eleições, quando o consumo e a venda de bebidas alcoólicas serão proibidos. Também não será permitido o porte de armas brancas ou de fogo, para evitar incidentes que impeçam o processo eleitoral.
Mais de 150 observadores internacionais acompanharão as eleições. Mil jovens voluntários bolivianos também estarão atentos ao processo eleitoral.
Favoritos
O líder cocaleiro Evo Morales aparece como favorito na disputa, com uma proposta que obteve o apoio da maioria pobre e indígena do país. Morales prega a independência dos interesses estrangeiros e a rejeição aos esforços dos Estados Unidos para erradicar o plantio e o cultivo de coca --que sustenta a produção de cocaína.
De acordo com uma pesquisa publicada nesta quarta-feira pelo instituto de pesquisas Ipsos-Captura no jornal boliviano "La Prensa", Morales aparece em primeiro entre os oito candidatos à Presidência, com 34,2% das intenções de voto.
Jorge Quiroga, conservador de direita que já foi presidente da Bolívia, aparece em segundo lugar, com 29%. Em seguida, está o empresário Samuel Doria Media, que conta com o apoio de 9% dos eleitores. A pesquisa tem margem de erro de 2,4 pontos percentuais.
Coca
O governo americano afirma que grande parte da produção de coca boliviana é processada e transformada em cocaína, mas os produtores defendem o cultivo, dizendo que abastecem apenas o mercado legal. As folhas de coca são utilizadas pelos indígenas para curar doenças, fazer chás e em cerimônias religiosas.
Liderados por Morales --que já foi presidente de uma confederação de cocaleiros-- os produtores lutam contra os esforços americanos para erradicar o cultivo de coca, em algumas ocasiões, com resistência violenta.
A eventual chegada de Morales à Presidência colocaria fim a décadas da dominação da elite de origem branca no cenário político boliviano --possibilidade que motiva grande parte de seus partidários.
Pobreza
Apesar de ter se tornado, na última década, a segunda potência produtora de gás da América do Sul, a Bolívia continua a ser um dos países mais pobres e de maior instabilidade política da região.
Segundo dados oficiais de órgãos internacionais, a pobreza afeta 62% da população boliviana, embora especialistas indiquem que a taxa pode ser ainda maior.
A riqueza do país está nos recursos naturais, que incluem 108 trilhões de metros cúbicos de gás natural-- a segunda maior reserva da América do Sul, atrás apenas da venezuelana. A curto prazo, os bolivianos esperam que a abundância de recursos permita melhorar o nível de vida da população.
No entanto, a possibilidade de que a situação de pobreza seja revertida parece pequena. Segundo projeções do Comitê Interinstitucional das Metas de Desenvolvimento do Milênio, "no ano de 2015, 26,5% da população boliviana continuarão vivendo em extrema pobreza.
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