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17/12/2005 - 15h01

Bush admite ter autorizado escutas secretas

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da Folha Online

O presidente norte-americano, George W. Bush, admitiu neste sábado que autorizou diversas vezes a instalação de escutas secretas nos Estados Unidos após os atentados terroristas de 11 de setembro.

Em um pronunciamento ao vivo feito na Casa Branca, Bush afirmou que a medida é crucial para prevenir futuros ataques contra o país.

"Esse é um programa altamente secreto que é crucial para nossa segurança nacional", disse.

Bush disse ainda que essas tarefas de espionagem são uma "ferramenta útil" para defender os Estados Unidos de outro ataque e acrescentou que não tem a intenção de revogar a autorização concedida à NSA (Agência Nacional de Segurança).

"Esta autorização é uma ferramenta útil em nossa guerra contra os terroristas. É vital para salvar vidas. Os americanos esperam que eu faça tudo o que estiver a meu alcance, respeitando as leis e a Constituição, para protegê-los e seus direitos civis. Isso é exatamente o que farei enquanto for presidente dos Estados Unidos", afirmou.

Bush afirmou que o programa de escutas foi estritamente definido e usado "em consonância com a lei e com a Constituição americana". Segundo ele, as escutas são usadas apenas para interceptar comunicações internacionais de pessoas dentro dos EUA sob as quais se tenha determinado uma "clara ligação" com a rede terrorista Al Qaeda ou organizações terroristas a ela relacionadas.

Membros do Congresso exigiram uma explicação do programa, revelado em reportagem do ontem do jornal americano "The New York Times" e querem saber se o monitoramento feito pela NSA sem mandados judiciais viola as liberdades civis.

O presidente norte-americano acrescentou que o programa é revisado a cada 45 dias, usando avaliações recentes de possíveis ameaças, revisões legais feitas pelo Departamento da Justiça, conselheiros da Casa Branca e informações de atividades anteriores realizadas sob o programa, disse o presidente.

Sem citar nomes, ele afirmou que líderes do Congresso foram avisados diversas vezes sobre as atividades do programa de escutas secretas. Funcionários dos serviços de inteligência envolvidos no programa receberam extenso treinamento para garantir que as liberdades civis não seriam violadas, disse o presidente.

A fala de Bush durou oito minutos e, por vezes, o presidente pareceu irritado, como ao dizer que autorizou o programa mais de 30 vezes desde os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 e que planeja continuar a fazê-lo.

"Pretendo continuar a fazer isso [autorizar o programa] enquanto nossa nação tiver de enfrentar a contínua ameaça da Al Qaeda e de grupos relacionados", disse.

O presidente defendeu o programa dizendo que ele ajudou a "detectar e prevenir possíveis ataques terroristas nos EUA e em outros países", sem dar exemplos específicos. "As atividades que autorizei tornaram mais provável que assassinos como os seqüestradores do 11 de Setembro sejam identificados e localizados em tempo.'

"The New York Times"

A reportagem de ontem do "The New York Times" informa que o presidente Bush se recusou a comentar a autorização, em 2002, de milhares de escutas ilegais com base na luta antiterrorismo no país.

"Não falamos sobre operações da inteligência que estão em curso para proteger o país", disse Bush em entrevista à rede de TV PBS. "Não revelamos fontes nem métodos", afirmou Bush, explicando que a razão da recusa é a existência de "um inimigo que gostaria de saber exatamente o que o governo está fazendo para detê-lo".

A Casa Branca, no entanto, não desmentiu as informações veiculadas pela imprensa, segundo o 'NYT'. O porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, se amparou no segredo de Estado para negar fazer comentários a respeito da notícia.

A NSA colocou escutas ilegais em 500 pessoas nos Estados Unidos e entre 5.000 e 7.000 no exterior-- todas suspeitas de estarem vinculadas com atividades terroristas, informou ainda o jornal americano.

Com agências internacionais

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