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23/12/2005 - 10h51

Deputado preso lidera lista do Fatah para eleições palestinas

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da Efe, em Jerusalém

O deputado Marwan Barghouti, líder da Intifada palestina preso em Israel, liderará uma lista única de candidatos do movimento governista Fatah para as eleições parlamentares da Autoridade Nacional Palestina (ANP), em 25 de janeiro, informaram nesta sexta-feira fontes palestinas.

Isso significaria o fim da crise interna entre personalidades políticas da velha guarda e os rebeldes da jovem geração do histórico movimento de Iasser Arafat, que chegaram ao ponto de apresentar listas eleitorais separadamente.

Os veteranos dirigentes do movimento nacionalista aprovaram na noite desta quinta-feira a decisão de unificar ambas as listas e colocar todos os candidatos sob a Presidência do carismático Barghouti, preso desde 2002 em Israel, onde foi condenado a cinco prisões perpétuas como responsável pela morte de cinco israelenses pelas mãos das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, filiadas ao Fatah.

Mulher

O jornal palestino "Al Sinara", que também informa sobre o acordo, aponta que a mulher de Barghouti, a advogada Fadua Barghouti, e outros próximos ao legislador participaram da reunião para chegar a um acordo com os veteranos do movimento, mas a mulher desmentiu o fato hoje à edição eletrônica do jornal israelense "Yediot Aharonot".

O acordo entre as duas facções não foi divulgado oficialmente pelo Fatah, liderado pelo presidente da ANP, Mahmoud Abbas, que, pressionado pela crise interna e a tendência de Israel a impedir as eleições entre os 250 mil palestinos residentes em Jerusalém, quis renunciar.

O chefe dos Serviços de Segurança do Egito, general Omar Suleiman, chegou há dois dias do Cairo (Egito), em meio também a um aumento da violência entre Israel e as facções da resistência palestina, para persuadir Abbas de sua intenção, revelaram à imprensa fontes palestinas.

A crise interna no Fatah se deve a uma velha reivindicação de poderes por parte dos jovens dirigentes de base, que de fato conduziram a resistência contra a ocupação israelense em Gaza e Cisjordânia nas Intifadas de 1987 e de 2000.

Hamas

O Hamas, que participará pela primeira vez em umas eleições legislativas, obteria 40% dos votos, e Fatah, que dominou a cena palestina durante dezenas de anos, apenas 20%, revelou uma pesquisa divulgada ontem, quinta-feira. O Hamas é responsável por dezenas de atentados terroristas que mataram centenas de civis israelenses.

Segundo fontes palestinas citadas pela rádio israelense, a maioria dos candidatos da velha guarda do Fatah participarão das listas de candidatos para os pleitos regionais, e não na lista para as nacionais.

Mushir al Masri, porta-voz do Hamas, principal opositor de Abbas e maior rival do Fatah, advertiu hoje que se o presidente da ANP decidir adiar as eleições alegando que Israel as impedirá em Jerusalém, isso colocaria um fim no diálogo de seu movimento com o governo, enquanto outros porta-vozes previam "uma guerra civil".

Dirigentes do Hamas pediram a Abbas que realize o pleito na data prevista.

Próximos à ANP, por sua vez, pressionam o presidente para que adie as eleições, ante o temor que Fatah perca a disputa nas urnas ante aos candidatos do Hamas, que este ano assumiu o controle de importantes cidades e povoados em eleições municipais.

Israel condiciona a participação dos palestinos de Jerusalém a que Abbas proíba a participação do Hamas nas eleições, posição compartilhada pelos Estados Unidos e a União Européia --principais doadores de seu governo-- a menos que os islâmicos desarmem sua milícia antes das eleições.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Marwan Barghouti
  • Leia o que já foi publicado sobre eleições palestinas
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