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29/12/2005 - 12h29

Sunitas rejeitam discutir formação de novo governo do Iraque

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da Folha Online

Grupos políticos sunitas recusaram nesta quinta-feira iniciar as discussões sobre a formação do novo governo iraquiano --cujas eleições, realizadas no último dia 15, garantiram a vitória para os partidos religiosos xiitas e curdos-- até que os resultados do pleito sejam revistos. Há mais de 1.500 acusações de fraude contra a votação mas, apesar disso, a ONU declarou o processo como sendo "legítimo" ontem.

A recusa dos sunitas em integrar o processo político pode aumentar ainda mais a tensão sectária no Iraque. Os sunitas estiveram no poder durante todo o governo do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein (1979-2003) e, apesar de serem minoria populacional (apenas 20%), reprimiram duramente os xiitas [que constituem mais de 60% da população] e os curdos durante o período ditatorial.

Nasser al Ani, membro da Frente do Acordo Iraquiano --maior partido político sunita-- afirmou à agência de notícias Associated Press nesta quinta-feira que apóia a formação de uma coalizão, mas não vai iniciar uma discussão até que os resultados das eleições "estejam claros".

Resultados preliminares das eleições favorecem a Aliança Iraquiana Unida --o maior partido política xiita, de origem religiosa-- mas apesar de ter ganho boa parte dos votos, os xiitas terão que fazer alianças políticas para governar. Nos últimos três dias, políticos xiitas têm negociado o apoio de líderes curdos, e é possível que a nova coalizão do governo iraquiano já seja anunciada na próxima semana.

O presidente interino do Iraque, Jalal Talabani, --de origem curda-- realizou vários encontros com Abdul Aziz al Hakim, clérigo xiita que lidera a Aliança Iraquiana Unida, junto a outros membros de grupos religiosos. Não há sunitas ou xiitas seculares nesses encontros.

Al Hakim afirmou ontem que os líderes reunidos já discutem um nome para se candidatar ao cargo de primeiro-ministro do país. Segundo fontes ouvidas pela Associated Press, dois dos indicados são o atual primeiro-ministro interino, Ibrahim al Jaafari, que lidera o partido Dawa, e Adel Abdul-Mahdi, líder do Supremo Conselho da Revolução Islâmica no Iraque, outro partido xiita.

Os resultados preliminares das eleições também indicam que Ahmad Chalabi, um ex-aliado dos Estados Unidos no Iraque, não deve ser reeleito como parlamentar iraquiano. Atualmente, ele faz parte do Parlamento interino do país.

Reclamação

Craig Jennes, representante da ONU (Organização das Nações Unidas) afirmou em coletiva de imprensa realizada ontem que o número de reclamações contra as eleições é menos de uma para cada 7.000 eleitores. Cerca de 70% dos 15 milhões de iraquianos aptos a votar foram às urnas.

Mais de 40 formações políticas denunciaram "diversas irregularidades" cometidas durante o processo eleitoral e exigiram a dissolução da comissão eleitoral.

Além disso, insistiram que se forme uma comissão internacional para investigar as supostas irregularidades, e alguns líderes sunitas chegaram a pedir a repetição da votação, o que foi claramente rejeitado tanto pela aliança xiita como pela coalizão curda.

Grupos sunitas e xiitas seculares reclamam que houve fraude durante o pleito, e exigem a realização de uma nova votação em várias províncias iraquianas, caso contrário, irão boicotar o novo governo, e realizar vários atos de desobediência civil.

Com agências internacionais

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