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06/01/2006
-
10h17
da Efe, em Amã
A imprensa árabe apresenta nesta sexta-feira impressões divergentes sobre o delicado estado de saúde do primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, internado há dois dias em Jerusalém devido a um acidente vascular cerebral [AVC --termo técnico para derrame].
Enquanto a imprensa governista ressalta a incerteza e o temor que a doença de Sharon projeta sobre o futuro da região, os jornais de oposição destacam que seu desaparecimento político não será sentido, já que é considerado "um criminoso de guerra antes que um homem de paz".
"Não haverá luto para Sharon no mundo árabe, porque sua imagem é a de um militar, um homem de guerra que permitiu massacres como o dos palestinos em Sabra e Chatila", afirma o jornal jordaniano de oposição "Al Ghad".
Dezenas de palestinos morreram em 1982 massacrados nos referidos bairros de Beirute por milícias cristãs libanesas que colaboraram com a invasão israelense do Líbano, dirigida e arquitetada por Sharon.
Uma comissão independente israelense vinculou em 1985 Sharon, então ministro da Defesa de Israel, ao massacre, que podia haver evitado.
"A imagem de Sharon também é a do demolidor que ordenou derrubar casas e ergueu com seus escombros um muro que segrega e encerra os horizontes do Estado palestino", acrescenta o diário jordaniano.
Segundo a publicação, a atitude de Sharon "emana de seu fracasso em abandonar a ideologia sionista e aceitar os direitos políticos e humanos do povo palestino".
O jornal jordaniano "Al Dustur", por sua vez, afirma em seu editorial de hoje que "Sharon nunca foi um homem de paz, já que sua carreira está marcada por inúmeros atos de sangue e ele é responsável pela morte de centenas de pessoas, incluindo cidadãos de seu país".
"Mesmo quando decidiu sair de Gaza [em referência ao plano de retirada de Gaza e da Cisjordânia, finalizado em setembro passado], o fez de forma unilateral. Quando os palestinos quiseram seguir o caminho da negociação, pôs obstáculos no caminho. Abandona a cena política sem que os palestinos tenham oportunidade de fundar um Estado independente e livre", acrescentou.
Igualmente crítico se mostra o diário opositor egípcio Al Wafd, que nesta sexta-feira abre sua edição com a manchete "O fim do assassino de Sabra e Chatila".
Futuro
A imprensa governista e os grandes diários árabes internacionais optaram por uma atitude mais contida e coincidiram em assinalar que a situação política na região sofrerá uma enorme mudança.
O diário egípcio "Al Akhbar", supervisionado pelo governo, adverte com temor "que o possível desaparecimento de Sharon abre o caminho para o retorno de Binyamin Netanyahu [líder do partido de direita Likud, e o maior rival político de Sharon] se o novo partido do primeiro-ministro cair por terra".
"É uma possibilidade quase certa se Sharon morrer ou sair da cena política. Nesse caso é quase certo que Netanyahu poderá conquistar o poder em março, e já se conhece o grau de extremismo que representa", afirma.
O influente jornal internacional "Al Hayat" publicou a seguinte manchete: "Sharon, entre a vida e a morte. A região se aproxima de uma nova época".
"A gravidade do estado de saúde de Sharon causou estupor e confusão no cenário político israelense, mas também no palestino, que teme um vazio de poder", destacou.
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A imprensa árabe apresenta nesta sexta-feira impressões divergentes sobre o delicado estado de saúde do primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, internado há dois dias em Jerusalém devido a um acidente vascular cerebral [AVC --termo técnico para derrame].
Enquanto a imprensa governista ressalta a incerteza e o temor que a doença de Sharon projeta sobre o futuro da região, os jornais de oposição destacam que seu desaparecimento político não será sentido, já que é considerado "um criminoso de guerra antes que um homem de paz".
"Não haverá luto para Sharon no mundo árabe, porque sua imagem é a de um militar, um homem de guerra que permitiu massacres como o dos palestinos em Sabra e Chatila", afirma o jornal jordaniano de oposição "Al Ghad".
Dezenas de palestinos morreram em 1982 massacrados nos referidos bairros de Beirute por milícias cristãs libanesas que colaboraram com a invasão israelense do Líbano, dirigida e arquitetada por Sharon.
Uma comissão independente israelense vinculou em 1985 Sharon, então ministro da Defesa de Israel, ao massacre, que podia haver evitado.
"A imagem de Sharon também é a do demolidor que ordenou derrubar casas e ergueu com seus escombros um muro que segrega e encerra os horizontes do Estado palestino", acrescenta o diário jordaniano.
Segundo a publicação, a atitude de Sharon "emana de seu fracasso em abandonar a ideologia sionista e aceitar os direitos políticos e humanos do povo palestino".
O jornal jordaniano "Al Dustur", por sua vez, afirma em seu editorial de hoje que "Sharon nunca foi um homem de paz, já que sua carreira está marcada por inúmeros atos de sangue e ele é responsável pela morte de centenas de pessoas, incluindo cidadãos de seu país".
"Mesmo quando decidiu sair de Gaza [em referência ao plano de retirada de Gaza e da Cisjordânia, finalizado em setembro passado], o fez de forma unilateral. Quando os palestinos quiseram seguir o caminho da negociação, pôs obstáculos no caminho. Abandona a cena política sem que os palestinos tenham oportunidade de fundar um Estado independente e livre", acrescentou.
Igualmente crítico se mostra o diário opositor egípcio Al Wafd, que nesta sexta-feira abre sua edição com a manchete "O fim do assassino de Sabra e Chatila".
Futuro
A imprensa governista e os grandes diários árabes internacionais optaram por uma atitude mais contida e coincidiram em assinalar que a situação política na região sofrerá uma enorme mudança.
O diário egípcio "Al Akhbar", supervisionado pelo governo, adverte com temor "que o possível desaparecimento de Sharon abre o caminho para o retorno de Binyamin Netanyahu [líder do partido de direita Likud, e o maior rival político de Sharon] se o novo partido do primeiro-ministro cair por terra".
"É uma possibilidade quase certa se Sharon morrer ou sair da cena política. Nesse caso é quase certo que Netanyahu poderá conquistar o poder em março, e já se conhece o grau de extremismo que representa", afirma.
O influente jornal internacional "Al Hayat" publicou a seguinte manchete: "Sharon, entre a vida e a morte. A região se aproxima de uma nova época".
"A gravidade do estado de saúde de Sharon causou estupor e confusão no cenário político israelense, mas também no palestino, que teme um vazio de poder", destacou.
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