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20/01/2006 - 15h19

Ministro de Israel acusa Irã e Síria de financiar atentados

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da Efe, em Jerusalém

O ministro da Defesa de Israel, Shaul Mofaz, acusou o Irã de financiar e a Síria de ter planejado o atentado que deixou 26 feridos em Tel Aviv nesta quinta-feira, e disse que entregou as provas aos Estados Unidos, à União Européia (UE) e ao Egito.

"Israel tem provas decisivas que mostram que o ataque em Tel Aviv foi resultado direto do "eixo do mal" [expressão usada pelo presidente George W. Bush para designar Iraque, Irã e Coréia do Norte, países acusados pelos EUA de desenvolver armas de destruição em massa e de colaborar com terroristas] que opera entre o Irã e a Síria", disse o ministro em declarações divulgadas nesta sexta-feira por diversos meios israelenses.

Segundo Mofaz, "o Irã proporcionou o dinheiro, e o quartel-general do grupo terrorista em Damasco (Síria) dirigiu a operação dos agentes em Nablus, com instruções".

O ministro israelense ressaltou que o ataque ocorreu enquanto o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, reunia-se em Damasco com seu colega sírio, Bashar al Assad, em um encontro que chamou de "a cúpula do terrorismo".

"Eixo do terrorismo

"Damasco é o único lugar no qual ainda se dá boas-vindas ao presidente iraniano", disse o ministro, acrescentando que "o eixo do terrorismo sírio-iraniano não é um problema privado de Israel".

Segundo o jornal israelense "Haaretz", o objetivo de apresentar aos EUA, à UE e ao Egito as provas contra o regime de Teerã é pressionar para que o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) imponha sanções ao Irã devido à retomada de seu programa nuclear.

Apesar de o Irã negar que tenha intenção de desenvolver um arsenal nuclear, Israel considera que as investigações de Teerã sobre energia atômica são uma ameaça.

Ao menos 13 das 26 pessoas que ficaram feridas no atentado em Tel Aviv continuam hospitalizadas. Uma delas está em estado de média gravidade, enquanto as outras tiveram ferimentos leves ou estão em estado de choque.

O suicida, um jovem palestino procedente da cidade de Nablus (Cisjordânia), foi o único a morrer no ataque, ao detonar os explosivos que tinha presos ao corpo em um restaurante perto da antiga estação central de ônibus de Tel Aviv, onde se concentram vários trabalhadores estrangeiros.

Segundo testemunhas citadas por "Haaretz", o suicida se fez passar por um vendedor ambulante de lâminas de barbear.

A polícia israelense informou que o jovem detonou os explosivos quando estava no banheiro do restaurante, possivelmente de forma acidental enquanto preparava a carga.

Trata-se do primeiro atentado suicida em mais de um ano cometido em Israel por um palestino de Nablus, cidade que permaneceu sob ataque militar israelense durante a maior parte dos últimos cinco anos.

Jihad Islâmico

O atentado foi reivindicado pelo Jihad Islâmico, organização que se inspira na revolução islâmica iraniana e que cometeu vários ataques palestinos contra Israel durante no ano passado, ao assumir a autoria dos seis atentados suicidas desde fevereiro passado.

Após o atentado, Mofaz ordenou que as forças de segurança continuassem com as intensas operações que realiza há meses na busca de ativistas dessa organização na Cisjordânia.

Além disso, a polícia aumentou o nível de alerta em todo o país, com um maior número de postos de controle e de agentes em locais de concentração de pessoas.

Israel criticou o governo palestino alegando indiferença na hora de tomar medidas para evitar os ataques suicidas contra Israel. A ANP (Autoridade Nacional Palestina) condenou o ataque, considerando uma tentativa de sabotagem contra as eleições legislativas palestinas do próximo dia 25, que não terá a participação do Jihad Islâmico.

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