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21/01/2006 - 13h39

Imprensa turca comemora a volta de Ali Agca à prisão

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da Efe, em Ancara

Os jornais turcos destacaram neste sábado a volta à prisão de Ali Agca, o homem que atirou no papa João Paulo 2º em 1981, e comemoraram o fato de ele ter de cumprir a condenação imposta pelo assassinato de um jornalista em 1979.

Agca regressou ontem à noite à prisão, depois de a Corte Suprema da Turquia revogar a ordem de libertação, assinalando que a condenação cumprida na Itália pelo atentado frustrado contra João Paulo 2º não podia ser descontada da pena imposta pelo assassinato do famoso jornalista turco Abdi Ipekci.

"Está no lugar a que pertence", diz a manchete do jornal "Milliyet", onde Ipekci trabalhou como editor. O periódico "Sabah" destaca: "Erro de cálculo é retificado pela Corte Suprema. A segurança do Estado, obviamente, seguia o terrorista".

"Ganharam os meios de comunicação e perdeu a lei", disse Mustafa Demirbag, advogado de Agca, acrescentando que a decisão judicial foi tomada pela pressão da imprensa.

Turgut Kazan, advogado da família Ipekci, agradeceu a pressão pública que levou Agca a voltar para a prisão. "Se o público não tivesse apoiado assim, (Agca) continuaria livre agora", explicou o advogado, que também agradeceu a decisão do ministro turco de Justiça, Cemil Cicek, de levar a libertação de Agca à Corte Suprema.

Agca saiu da prisão de Kartal no último dia 12. Ele ficou totalmente livre depois que os exames médicos aos quais se submeteu em um Hospital Militar o permitissem isentar-se do serviço militar.

A imprensa turca também destaca que não se sabe nada sobre o que Agca fez durante os oito dias em que esteve solto.

Agora, a Corte Penal de Kartal deve decidir até quando Agca deve permanecer na prisão, já que a máxima instituição judicial turca se limitou a assinalar que o tempo que ele tinha passado preso fora contado "erradamente".

Segundo cálculos realizados pelo jornal Milliyet, o homem que disparou contra o papa poderia permanecer na prisão até 18 de janeiro de 2014, na hipótese mais propícia para o réu, ou até três anos a mais.

A imprensa também destaca a rápida detenção de Agca. A Polícia de Istambul justificou a rapidez confirmando que o ex-detento estava sendo vigiado. "Não sou Deus. Não sou o filho de Deus. Não sou Jesus Cristo. Sou o Messias e declaro hoje o dia do Juízo Final", assinalam os diários como as últimas palavras pronunciadas por Agca, em turco, inglês e italiano, antes de voltar para a prisão.

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