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22/01/2006
-
09h46
da Folha Online
O líder cocaleiro Evo Morales toma posse como presidente da Bolívia neste domingo --o primeiro indígena a presidir o país.
Morales assume a Presidência após vencer-- com 54% dos votos-- as eleições de 18 de dezembro, melhor desempenho de um candidato desde que o país retornou à democracia, em 1982.
Os bolivianos esperam que o novo líder traga estabilidade ao país --um dos mais pobres da América Latina. Os dois últimos presidentes bolivianos tiveram que renunciar após fortes protestos da população nas ruas.
Em uma demonstração sem precedentes de apoio internacional, 12 chefes de Estado estarão presentes da posse de Morales --em sua maioria, líderes latino-americanos de esquerda.
"Nós, os pobres, temos o direito de governar a Bolívia, os indígenas pobres têm o direito de chegar à Presidência", afirmou Morales aos seus partidários neste sábado, em um ritual indígena nas ruínas de Tiwanaku.
Coca
Morales, 46, nasceu em um vilarejo da região montanhosa da Bolívia, onde era pastor de lhamas e viu quatro de seus seis irmãos morrerem na infância.
"Pela primeira vez, um indígena ocupa a Presidência e visita vários países. Isto provoca orgulho em pessoas como eu", afirmou Simon Alanoca, um aimará que deixou o campo para trabalhar na cidade indígena de El Alto.
Morales chegou ao poder por meio de sua atuação como líder cocaleiro. Ele é um forte opositor à erradicação do cultivo da coca defendida pelos Estados Unidos.
O cultivo limitado de coca é legal na Bolívia para suprir a produção de chás e para ser usada em rituais religiosos. A produção de cocaína é ilegal.
Petróleo
Mais recentemente, Morales se beneficiou do descontentamento dos bolivianos com a administração da reserva de recursos naturais do país--a segunda maior da América Latina.
Líderes indígenas lideraram as massas em protestos que exigiam a nacionalização do petróleo em benefício dos pobres.
Os maiores apoiadores de Morales foram o líder cubano, Fidel Castro, e o presidente venezuelano, Hugo Chávez. No encerramento de sua campanha eleitoral, Morales afirmou que seu Movimento ao Socialismo (MAS) era um "pesadelo" para os EUA.
No entanto, ele moderou seu discurso no mês passado, em uma atitude vista por muitos como sinal de "pragmatismo" e desejo de unificar a maioria indígena e a elite de ascendência européia.
Ele mantém sua oposição à erradicação do cultivo da coca, mas agora também defende o combate ao tráfico de drogas.
Reunião
Neste sábado, Morales se reuniu com um alto oficial americano americano para a América Latina, o subsecretário de Estado para a América Latina, Thomas Shannon.
Após o encontro, ambos disseram que irão trabalhar juntos e planejar uma série de reuniões, mas não mencionaram a questão do cultivo da coca.
O atual presidente chileno Ricardo Lagos deve se reunir com Morales neste domingo e participar da cerimônia de posse.
La Paz e Santiago não mantêm relações diplomáticas desde 1978. A Bolívia perdeu sua saída para o mar em 1879, ao final de uma guerra com o Chile na qual combateu ao lado do Peru.
Com agências internacionais
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Evo Morales
Evo Morales toma posse como primeiro presidente indígena na Bolívia
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O líder cocaleiro Evo Morales toma posse como presidente da Bolívia neste domingo --o primeiro indígena a presidir o país.
Morales assume a Presidência após vencer-- com 54% dos votos-- as eleições de 18 de dezembro, melhor desempenho de um candidato desde que o país retornou à democracia, em 1982.
Os bolivianos esperam que o novo líder traga estabilidade ao país --um dos mais pobres da América Latina. Os dois últimos presidentes bolivianos tiveram que renunciar após fortes protestos da população nas ruas.
Em uma demonstração sem precedentes de apoio internacional, 12 chefes de Estado estarão presentes da posse de Morales --em sua maioria, líderes latino-americanos de esquerda.
"Nós, os pobres, temos o direito de governar a Bolívia, os indígenas pobres têm o direito de chegar à Presidência", afirmou Morales aos seus partidários neste sábado, em um ritual indígena nas ruínas de Tiwanaku.
Coca
Morales, 46, nasceu em um vilarejo da região montanhosa da Bolívia, onde era pastor de lhamas e viu quatro de seus seis irmãos morrerem na infância.
"Pela primeira vez, um indígena ocupa a Presidência e visita vários países. Isto provoca orgulho em pessoas como eu", afirmou Simon Alanoca, um aimará que deixou o campo para trabalhar na cidade indígena de El Alto.
Morales chegou ao poder por meio de sua atuação como líder cocaleiro. Ele é um forte opositor à erradicação do cultivo da coca defendida pelos Estados Unidos.
O cultivo limitado de coca é legal na Bolívia para suprir a produção de chás e para ser usada em rituais religiosos. A produção de cocaína é ilegal.
Petróleo
Mais recentemente, Morales se beneficiou do descontentamento dos bolivianos com a administração da reserva de recursos naturais do país--a segunda maior da América Latina.
Líderes indígenas lideraram as massas em protestos que exigiam a nacionalização do petróleo em benefício dos pobres.
Os maiores apoiadores de Morales foram o líder cubano, Fidel Castro, e o presidente venezuelano, Hugo Chávez. No encerramento de sua campanha eleitoral, Morales afirmou que seu Movimento ao Socialismo (MAS) era um "pesadelo" para os EUA.
No entanto, ele moderou seu discurso no mês passado, em uma atitude vista por muitos como sinal de "pragmatismo" e desejo de unificar a maioria indígena e a elite de ascendência européia.
Ele mantém sua oposição à erradicação do cultivo da coca, mas agora também defende o combate ao tráfico de drogas.
Reunião
Neste sábado, Morales se reuniu com um alto oficial americano americano para a América Latina, o subsecretário de Estado para a América Latina, Thomas Shannon.
Após o encontro, ambos disseram que irão trabalhar juntos e planejar uma série de reuniões, mas não mencionaram a questão do cultivo da coca.
O atual presidente chileno Ricardo Lagos deve se reunir com Morales neste domingo e participar da cerimônia de posse.
La Paz e Santiago não mantêm relações diplomáticas desde 1978. A Bolívia perdeu sua saída para o mar em 1879, ao final de uma guerra com o Chile na qual combateu ao lado do Peru.
Com agências internacionais
Especial
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