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23/01/2006 - 20h01

Persistência da ameaça terrorista justifica escutas, diz Bush

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da France Presse, em Manhattan (EUA)

O presidente George W. Bush voltou a defender nesta segunda-feira os polêmicos meios empregados contra o terrorismo, dizendo estar "atento às liberdades civis" dos americanos, mas que o "inimigo" é uma ameaça constante.

Em resposta a uma parte da opinião pública preocupada com o abuso de poder, Bush justificou as escutas telefônicas e eletrônicas sem mandado judicial.

Diante de um auditório de estudantes e convidados, em Manhattan (Kansas, centro), o presidente também pediu ao Congresso que renove o Patriot Act, a lei antiterrorista americana, adotada após os atentados do 11 de Setembro e que confere às forças de segurança poderes extraordinários na chamada luta contra o terror.

"Se a ameaça continua a existir (...) os instrumentos que eram importantes até depois do 11 de Setembro continuarão a sê-lo em 2006. O inimigo não desapareceu", afirmou em um discurso quase que didático, no qual não mencionou, porém, as novas ameaças do líder da rede Al Qaeda, Osama bin Laden.

Bush enfrenta as críticas da oposição democrata e das organizações de defesa das liberdades civis quanto à interpretação e a utilização, por parte de seu governo, dos poderes presidenciais.

"Estou atento às liberdades civis", justificou Bush, em um discurso destinado a diluir a crise neste início de ano eleitoral e alguns dias antes das audiências no Congresso sobre o escândalos dos grampos telefônicos.

Bush disse ainda ter se aconselhado com advogados e insistiu que informou aos membros do Congresso sobre o assunto. Já os democratas alegam não ter recebido qualquer informação.

De acordo com o presidente, seus predecessores também fizeram uso destes poderes extraordinários, em uma clara referência ao democrata Bill Clinton, o que já foi rebatido por vários juristas.

Bush minimizou as escutas, destacando que visavam apenas às comunicações entre os EUA e o exterior e não as feitas dentro do país. Segundo ele, uma das partes deve ser considerada suspeita de vínculos com a Al Qaeda.

"Um dos meios de proteger o povo americano é compreender as intenções do inimigo", chegou a dizer, observando que se construiu um "muro" entre os serviços de inteligência americanos, o que também teria contribuído para os atentados de 2001.

O presidente não repetiu, entretanto, que o programa tem alcance limitado --afirmação amplamente questionada pela imprensa--, declarando apenas que o Patriot Act está sob supervisão permanente.

"As ameaças contra os Estados Unidos não terminaram", frisou.

Ao defender a presença militar americana no Iraque, Bush voltou a apresentar este país como um dos palcos da "guerra contra o terrorismo", insistindo que uma possível retirada das tropas será "ditada pelas condições no terreno", e não pelas considerações políticas.

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