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28/01/2006
-
22h18
da Folha Online
Um grupo de 42 entidades sociais mexicanas e norte-americanas informou neste sábado, em Caracas, na Venezuela, estar organizando a entrada de milhares de pessoas nos Estados Unidos pela fronteira em Ciudad Juarez.
"Estamos convidando as pessoas para, na primeira semana de maio, derrubar o muro [que os EUA construíram em parte da fronteira com o México, para evitar a entrada de imigrantes ilegais]", disse Edur Arregui Koba, da Liga Magonista Sete de Janeiro.
Koba disse que não sabe quantas pessoas poderão atender ao chamado, porque isso nunca foi feito. Mas lembrou que da outra vez em que essas organizações mobilizaram pessoas --na ocasião, em defesa do EZLN (Exército Zapatista de Libertação Nacional)--, juntaram 500 mil pessoas.
O anúncio do "êxodo" foi feito hoje no Hotel Hilton, em Caracas, onde está reunida boa parte da imprensa que cobre o 6º Fórum Social Mundial.
A idéia, segundo explicou uma das organizadoras, Sandra Mejía, é sair do sul do México no dia 21 de março, e, depois de reunir pessoas por várias cidades, inclusive a capital, chegar em Ciudad Juarez no dia 28 de abril.
Ali, o grupo pretende realizar o Fórum Social Fronteiriço, entre 1º e 7 de maio. Nessa semana, em algum momento ainda não definido, o grupo quer derrubar o chamado "muro da vergonha" e entrar nos Estados Unidos.
Laboratório de horror
Ciudad Juarez, segundo Koba, foi escolhida por ser "um laboratório de horror do projeto neoliberal". Vários ativistas presentes contaram histórias de exploração e miséria causada pelo livre comércio naquela cidade, inclusive o assassinato de mulheres trabalhadoras.
"O Nafta [North America Free Trade Agreement, Tratado de Livre Comércio da América do Norte] permite passar facilmente produtos e empresas, mas as pessoas não podem passar", reclamou José Bravo, da Aliança Justa.
O norte-americano Emery Wright, da organização Project South (Projeto Sul), que também faz parte do movimento, disse que é preciso lembrar que "a possibilidade de mover-se é um direito, mas o deslocamento obrigatório é produto da globalização".
Koba disse que o Brasil também precisa se envolver, já que o governo do México proibiu a entrada de brasileiros sem visto no país.
"Uma de nossas bandeiras é que o México acabe com o visto para brasileiros e para países pobres da América Central", afirmou Koba.
"Mortos ou vivos vamos cruzar aquela fronteira. Vamos derrubar esse fascismo instalado pelas multinacionais e esses governos de direita", finalizou.
Com Agência Brasil
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Grupo mexicano pede ajuda para derrubar muro de fronteira nos EUA
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Um grupo de 42 entidades sociais mexicanas e norte-americanas informou neste sábado, em Caracas, na Venezuela, estar organizando a entrada de milhares de pessoas nos Estados Unidos pela fronteira em Ciudad Juarez.
"Estamos convidando as pessoas para, na primeira semana de maio, derrubar o muro [que os EUA construíram em parte da fronteira com o México, para evitar a entrada de imigrantes ilegais]", disse Edur Arregui Koba, da Liga Magonista Sete de Janeiro.
Koba disse que não sabe quantas pessoas poderão atender ao chamado, porque isso nunca foi feito. Mas lembrou que da outra vez em que essas organizações mobilizaram pessoas --na ocasião, em defesa do EZLN (Exército Zapatista de Libertação Nacional)--, juntaram 500 mil pessoas.
O anúncio do "êxodo" foi feito hoje no Hotel Hilton, em Caracas, onde está reunida boa parte da imprensa que cobre o 6º Fórum Social Mundial.
A idéia, segundo explicou uma das organizadoras, Sandra Mejía, é sair do sul do México no dia 21 de março, e, depois de reunir pessoas por várias cidades, inclusive a capital, chegar em Ciudad Juarez no dia 28 de abril.
Ali, o grupo pretende realizar o Fórum Social Fronteiriço, entre 1º e 7 de maio. Nessa semana, em algum momento ainda não definido, o grupo quer derrubar o chamado "muro da vergonha" e entrar nos Estados Unidos.
Laboratório de horror
Ciudad Juarez, segundo Koba, foi escolhida por ser "um laboratório de horror do projeto neoliberal". Vários ativistas presentes contaram histórias de exploração e miséria causada pelo livre comércio naquela cidade, inclusive o assassinato de mulheres trabalhadoras.
"O Nafta [North America Free Trade Agreement, Tratado de Livre Comércio da América do Norte] permite passar facilmente produtos e empresas, mas as pessoas não podem passar", reclamou José Bravo, da Aliança Justa.
O norte-americano Emery Wright, da organização Project South (Projeto Sul), que também faz parte do movimento, disse que é preciso lembrar que "a possibilidade de mover-se é um direito, mas o deslocamento obrigatório é produto da globalização".
Koba disse que o Brasil também precisa se envolver, já que o governo do México proibiu a entrada de brasileiros sem visto no país.
"Uma de nossas bandeiras é que o México acabe com o visto para brasileiros e para países pobres da América Central", afirmou Koba.
"Mortos ou vivos vamos cruzar aquela fronteira. Vamos derrubar esse fascismo instalado pelas multinacionais e esses governos de direita", finalizou.
Com Agência Brasil
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