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04/02/2006 - 14h47

Filha mais velha de Pinochet acusa EUA de maus-tratos

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da Efe, em Santiago do Chile

A filha mais velha do ex-ditador chileno Augusto Pinochet afirmou que autoridades americanas da imigração a trataram de forma grosseira "e como uma criminosa", para fazer com que ela desistisse de pedir asilo no país.

"Não agüentava mais nem um dia, estou convencida que me trataram da maneira mais hostil possível para que eu desistisse do asilo. Eles atingiram seu objetivo", afirmou Lucía Pinochet Hiriart, 64, ao jornal "La Tercera".

Lucía Pinochet, indiciada por sonegação de impostos e falsificação de passaporte, havia pedido asilo às autoridades americanas em janeiro, após ter fugido do Chile três dias antes, pela passagem fronteiriça Los Libertadores, que une a cidade chilena de Los Andes à cidade argentina de Mendoza.

Segundo fontes judiciais, a filha mais velha de Pinochet saiu do país um dia antes de receber a notificação do processo que o juiz Carlos Cerda move contra ela.

Lucía Pinochet conta que, ao chegar a Washington, surpreendeu-se ao ter seu passaporte retido no aeroporto de Dulles e, no local, ser encaminhada a um salão, onde abriram sua mala e tiraram fotos de tudo o que levava.

"'O que está acontecendo?', perguntei várias vezes até que um oficial da imigração disse que haviam cancelado meu visto", disse. Após ser interrogada de forma muito hostil, ela disse ter sido algemada e levada à prisão de Arlington (nas proximidades de Washington), onde passou a noite e o começo da manhã esperando para ser interrogada.

"Apenas por volta do meio-dia uma médica me levou a outra sala, mediu minha pressão e, sem dizer nada, aplicou uma injeção contra tuberculose. Embora eu tenha reclamado, ela respondeu que era parte do regulamento", contou. Depois, foi obrigada a tomar banho e a vestir um macacão verde.

"Quando me levaram ao tribunal para falar sobre a possibilidade de asilo, pedi que me deixassem colocar a roupa e, embora tenham aceitado, fui transportada em um furgão de detentos na parte de trás, com grades, algemada".

"Disse a eles que não agüentava mais e, pelo tom das discussões entre os oficiais de imigração e alguém que parecia ser da CIA, estava claro que o governo chileno estava envolvido na recusa ao meu pedido de asilo. Então, um oficial de imigração disse: 'você vai para a Argentina'".

Lucía contou que, em Buenos Aires, cerca de dez policiais a esperavam. Ela disse que todos a trataram muito bem e que a fizeram assinar uma declaração. "Nela, lia-se que eu não queria entrar voluntariamente na Argentina e me deram passagens de primeira classe para voltar ao Chile".

A filha mais velha do ex-ditador, seus irmãos Verónica, Jacqueline e Marco Antonio e sua mãe, Lucía Hiriart, foram submetidos a processo no último dia 23 de janeiro por evadir impostos e sonegar mais de US$ 6 milhões.

Lucía Pinochet, que retornou a Santiago em 28 de janeiro após passar dois dias detida, foi posta em liberdade provisória após ter pago uma fiança. Ela está sendo acusada de causar um prejuízo de US$ 862 mil ao Fisco, além de usar passaportes falsos.

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