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13/02/2006
-
23h07
da France Presse, em Teerã
da Folha Online
Uma primeira caricatura sobre o Holocausto dos judeus foi publicada pelo site da Casa da Caricatura do Irã que, em associação com o jornal "Hamshari", promove um concurso em resposta às caricaturas de Maomé publicadas na imprensa européia.
No concurso, que tem o título "Onde está o limite da liberdade de expressão no Ocidente?", pode concorrer qualquer tipo de caricatura sobre o genocídio sofrido nos campos de extermínio nazistas pelos seis milhões de judeus de toda a Europa durante a Segunda Guerra Mundial.
O site www.irancartoon.ir explica que esta primeira caricatura sobre o Holocausto foi supostamente enviada por Michael Leunig, que vive em Melbourne (Austrália), "em solidariedade ao mundo muçulmano e para exercer a liberdade de expressão".
Segundo a agência Associated Presse, Leunig negou ter enviado dois de seus trabalhos para o concurso do jornal iraniano na manhã de terça-feira (noite de segunda-feira no Brasil). "Eu fiquei sabendo na noite passada que alguns de meus cartuns de anos atrás foram enviados para disputar a competição", disse ele a uma rádio australiana.
São duas charges. A primeira, intitulada "Auschwitz 1942", traz um judeu com a estrela de David no braço e um pacote, enquanto entra no campo de concentração em cuja porta pode ser lido: "Arbeit macht frei" (O trabalho liberta).
A segunda, cujo título é "Israel 2002", mostra o mesmo judeu com um fuzil nas mãos se dirigindo para um campo de batalha, em cuja entrada há uma inscrição que diz: "a guerra traz a paz".
"A liberdade de expressão é um pretexto dos ocidentais para insultar as crenças dos muçulmanos", afirmou Hamshari, ao explicar o concurso, imaginado uma resposta à publicação de caricaturas do profeta Maomé na imprensa européia.
"Esta agressão acontece num momento em que a discussão e a crítica de inúmeros temas, como os crimes cometidos pelos Estados Unidos e Israel, ou acontecimentos históricos, como o Holocausto, são considerados delitos imperdoáveis no Ocidente", afirmou o jornal iraniano.
O jornal acrescentou que o Holocausto foi um "acontecimento cuja veracidade é posta em dúvida por numerosos intelectuais, mas [no Ocidente] essa dúvida é castigada pela lei".
"Em resposta às caricaturas sobre o profeta Maomé, o periódico lança um concurso internacional, com a ajuda da Casa da Caricatura, sobre o limite da liberdade de expressão no Ocidente", afirmou Hamshari.
Segundo as bases do concurso, aquele que quiser participar pode enviar pelo menos três charges, as quais devem chegar ao jornal iraniano antes de 5 de maio.
Trabalho brasileiro
Uma segunda caricatura publicada nesta segunda-feira no site iran.cartoon, de autoria do brasileiro Carlos Latuff, retrata um palestino em lágrimas diante do muro erguido por Israel, usando a divisa de prisioneiros dos campos de extermínio nazistas: em vez da estrela de David, aparece o Crescente Vermelho.
Neste caso, não há uma negação do Holocausto, mas o autor procura identificar os palestinos de hoje com as vítimas do extermínio. Carlos Latuff, que começou no movimento sindical carioca, tem hoje seus trabalhos espalhados pelo mundo. Um exemplo é a ilustração feita pela reabertura da rádio sérvia B92, conhecida por fazer oposição a Milosevic e fechada durante os bombardeios da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Latuff chegou a viajar aos territórios ocupados da Cisjordânia e tem um cartum preparado para o Peace Watch. Criou também um cartum pelo banimento das minas terrestres no planeta, além de trabalhar com temas como o Movimento Anti-Manicomial e o grupo Tortura Nunca Mais do Rio e Pernambuco.
Até o momento, não se tem notícia sobre os prêmios a serem oferecidos pelo jornal, mas o Hamshari especificou que cada caricaturista receberá um livro com todos os desenhos enviados.
"Os jornais ocidentais publicaram esses desenhos sob o pretexto da liberdade de expressão. Vamos ver o que dizem e se publicam também os desenhos do Holocausto", disse Farid Mortazavi, executivo do jornal.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o Maomé
Veja galeria de imagens dos protestos contra as charges
Site iraniano publica charge de brasileiro sobre o Holocausto
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da Folha Online
Uma primeira caricatura sobre o Holocausto dos judeus foi publicada pelo site da Casa da Caricatura do Irã que, em associação com o jornal "Hamshari", promove um concurso em resposta às caricaturas de Maomé publicadas na imprensa européia.
No concurso, que tem o título "Onde está o limite da liberdade de expressão no Ocidente?", pode concorrer qualquer tipo de caricatura sobre o genocídio sofrido nos campos de extermínio nazistas pelos seis milhões de judeus de toda a Europa durante a Segunda Guerra Mundial.
O site www.irancartoon.ir explica que esta primeira caricatura sobre o Holocausto foi supostamente enviada por Michael Leunig, que vive em Melbourne (Austrália), "em solidariedade ao mundo muçulmano e para exercer a liberdade de expressão".
Segundo a agência Associated Presse, Leunig negou ter enviado dois de seus trabalhos para o concurso do jornal iraniano na manhã de terça-feira (noite de segunda-feira no Brasil). "Eu fiquei sabendo na noite passada que alguns de meus cartuns de anos atrás foram enviados para disputar a competição", disse ele a uma rádio australiana.
São duas charges. A primeira, intitulada "Auschwitz 1942", traz um judeu com a estrela de David no braço e um pacote, enquanto entra no campo de concentração em cuja porta pode ser lido: "Arbeit macht frei" (O trabalho liberta).
A segunda, cujo título é "Israel 2002", mostra o mesmo judeu com um fuzil nas mãos se dirigindo para um campo de batalha, em cuja entrada há uma inscrição que diz: "a guerra traz a paz".
"A liberdade de expressão é um pretexto dos ocidentais para insultar as crenças dos muçulmanos", afirmou Hamshari, ao explicar o concurso, imaginado uma resposta à publicação de caricaturas do profeta Maomé na imprensa européia.
"Esta agressão acontece num momento em que a discussão e a crítica de inúmeros temas, como os crimes cometidos pelos Estados Unidos e Israel, ou acontecimentos históricos, como o Holocausto, são considerados delitos imperdoáveis no Ocidente", afirmou o jornal iraniano.
O jornal acrescentou que o Holocausto foi um "acontecimento cuja veracidade é posta em dúvida por numerosos intelectuais, mas [no Ocidente] essa dúvida é castigada pela lei".
"Em resposta às caricaturas sobre o profeta Maomé, o periódico lança um concurso internacional, com a ajuda da Casa da Caricatura, sobre o limite da liberdade de expressão no Ocidente", afirmou Hamshari.
Segundo as bases do concurso, aquele que quiser participar pode enviar pelo menos três charges, as quais devem chegar ao jornal iraniano antes de 5 de maio.
Trabalho brasileiro
Uma segunda caricatura publicada nesta segunda-feira no site iran.cartoon, de autoria do brasileiro Carlos Latuff, retrata um palestino em lágrimas diante do muro erguido por Israel, usando a divisa de prisioneiros dos campos de extermínio nazistas: em vez da estrela de David, aparece o Crescente Vermelho.
Neste caso, não há uma negação do Holocausto, mas o autor procura identificar os palestinos de hoje com as vítimas do extermínio. Carlos Latuff, que começou no movimento sindical carioca, tem hoje seus trabalhos espalhados pelo mundo. Um exemplo é a ilustração feita pela reabertura da rádio sérvia B92, conhecida por fazer oposição a Milosevic e fechada durante os bombardeios da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Latuff chegou a viajar aos territórios ocupados da Cisjordânia e tem um cartum preparado para o Peace Watch. Criou também um cartum pelo banimento das minas terrestres no planeta, além de trabalhar com temas como o Movimento Anti-Manicomial e o grupo Tortura Nunca Mais do Rio e Pernambuco.
Até o momento, não se tem notícia sobre os prêmios a serem oferecidos pelo jornal, mas o Hamshari especificou que cada caricaturista receberá um livro com todos os desenhos enviados.
"Os jornais ocidentais publicaram esses desenhos sob o pretexto da liberdade de expressão. Vamos ver o que dizem e se publicam também os desenhos do Holocausto", disse Farid Mortazavi, executivo do jornal.
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