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12/03/2006 - 10h24

Promotora do TPI considera hipótese de suicídio de Milosevic

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da Folha Online

A promotora do Tribunal Penal Internacional (TPI) para a antiga Iugoslávia, Carla del Ponte, disse neste domingo que é preciso considerar a hipótese de que o ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic, que foi encontrado morto em sua cela ontem (11), na unidade de detenção do tribunal, em Haia (Holanda), tenha tirado a própria vida.

"Temos que esperar os resultados da necropsia, e não temos outra alternativa que não seja morte de causas naturais ou suicídio", disse Carla, segundo a agência de notícias France Presse.

Em entrevista publicada hoje pelo jornal italiano "La Repubblica", Carla falou sobre o controle médico periódico a que Milosevic era submetido devido a problemas cardiovasculares. 'É estranho, embora possível, que ele tenha morrido de repente, sem que os médicos que cuidavam dele tivessem percebido que seu estado de saúde havia piorado bruscamente', comentou.

Ela disse ainda ao jornal italiano que o caso de Milosevic se aproximava do fim e que ele poderia ser condenado a uma pena de prisão perpétua. "Segundo nossas avaliações, [o julgamento] poderia terminar com uma condenação para que ele ficasse preso pelo resto da vida. Talvez ele quisesse evitar isso", afirmou.

O tribunal informou que não há sinais de que tenha ocorrido um suicídio, mas que a necropsia está sendo realizada para determinar a causa da morte de Milosevic.

Ela lembrou que os exames médicos feitos anteriormente em Milosevic foram completos e teriam apontado eventuais pioras na sua condição de saúde --ele sofria de problemas cardíacos e de pressão arterial alta.

"É muito estranho, ainda, é claro, que seja possível, que ele tenha morrido tão de repente, sem que os médicos tivessem notado uma piora em sua condição [de saúde]", concluiu.

A promotora lembrou que há uma semana o ex-líder dos sérvios da Croácia Milan Babic suicidou-se em sua cela no centro de detenção do TPI, onde também houve outros casos de suicídio de detentos.

Babic, 50, foi condenado em 2004 pelo Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia por crimes contra a humanidade cometidos durante a guerra de 1991 a 1995 na Croácia.

O suicídio de Babic é o segundo cometido por um acusado pela Corte de Haia e recluso na prisão de Scheveningen. O primeiro que se suicidou nessa prisão foi o ex-prefeito de Vukovar (Croácia), Slavko Dokmanovic.

Dokmanovic, acusado de crimes de guerra e contra a humanidade, enforcou-se entre os dias 28 e 29 de janeiro em sua cela na prisão especial da ONU (Organização das Nações Unidas) em Haia.

O ex-prefeito era acusado de responsabilidade no massacre de cerca de 260 pessoas no hospital de Vukovar em 1991.

Com agências internacionais

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