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13/03/2006 - 07h57

Milosevic tomou medicamento contra-indicado, diz especialista

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da France Presse, em Haia
da Folha Online

O ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic tomou, de maneira deliberada, um medicamento não-receitado que anulou o efeito de seu tratamento contra a hipertensão, informou o toxicologista holandês Ronald Uges nesta segunda-feira.

O resultado de um laudo preliminar, divulgado neste domingo em um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas), aponta infarto como causa da morte do ex-ditador.

"Milosevic tomou [um medicamento que continha] rifampicina, um fármaco que anula o efeito dos tratamentos contra a hipertensão", diz Uges, que realizou um exame do sangue do ex-presidente iugoslavo há duas semanas.

"Ele ingeriu este medicamento por conta própria e o fez para obter, dessa maneira, uma viagem de ida a Moscou", acrescentou.

Slobodan Milosevic pediu, em dezembro passado, ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para a ex-Iugoslávia sua transferência a Moscou para receber atendimento médico, mas a solicitação foi negada.

Os juízes consideraram que ele gozava de atenção médica adequada em Haia e que, se partisse para a Rússia, podia não voltar a apresentar-se ao julgamento.

Morte

Milosevic foi encontrado morto no sábado (11) em sua cela de prisão no TPI em Haia.

Ele sofria de problemas cardíacos e hipertensão e, há pouco tempo, havia sido examinado por uma equipe médica independente, que recomendou tratamento urgente. O tribunal, no entanto, temia por uma fuga do ex-presidente em território russo.

O corpo deve ser liberado nesta segunda-feira. A viúva de Milosevic, Mirjana Markovic, afirmou hoje que deseja trazer o corpo do marido para a cidade sérvia de Pozarevac para o enterro se for retirado o mandado de prisão contra ela no país.

"Eu ainda não sei onde meu marido será enterrado. "Se eu fosse a única a decidir, certamente seria em Pozarevac", afirmou. "Mas eu sou refém deste mandado de prisão."

O ex-presidente iugoslavo enfrentava 66 acusações por genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade durante o conflito da Bósnia nos anos 90.

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