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13/03/2006
-
22h41
da France Presse, em Haia
As primeiras conclusões do relatório sobre a necropsia em Slobodan Milosevic, morto no sábado (11) de um infarto do miocárdio, não acabaram com as especulações sobre suas causas, pois a possibilidade de envenenamento ainda não pode ser descartada, assim como a de suicídio ou de morte por exaustão.
A hipótese de suicídio ganhou força nesta segunda-feira, depois que o especialista holandês em toxicologia Ronald Uges declarou que o ex-presidente iugoslavo tomou, de maneira deliberada, um medicamento não receitado que anulou o efeito de seu tratamento contra a hipertensão.
"Ele tomou [um medicamento que continha] rifampicina, um fármaco que anula o efeito dos tratamentos contra a hipertensão", explicou Uges, que realizou um exame do sangue do ex-presidente iugoslavo há duas semanas.
"Ele ingeriu este medicamento por conta própria e o fez para obter, dessa maneira, uma viagem de ida a Moscou", acrescentou.
Milosevic pediu, em dezembro passado, ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para a antiga Iugoslávia sua transferência a Moscou para receber atendimento médico, mas a solicitação foi negada.
Os juízes consideraram que ele gozava de atenção médica adequada em Haia e que, se partisse para a Rússia, poderia não voltar a se apresentar ao julgamento.
Desconfiança
Moscou informou que sua embaixada na Holanda recebeu no sábado, dia da morte do ex-ditador, uma carta na qual Milosevic se queixava do tratamento administrado pelos médicos do TPI, dizendo que era "nocivo para sua saúde" e reiterava seu desejo de viajar para a Rússia.
O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, declarou nesta segunda-feira ter direito a não confiar na necropsia realizada em Haia e anunciou o envio de especialistas do seu país à cidade holandesa para ao menos analisar os resultados.
"Se eles não acreditam em nós [quando a Rússia ofereceu garantias para atender Milosevic em Moscou], então nós também temos direito a não acreditar e não confiar nestes exames, declarou.
Um dos advogados de Milosevic, Zdenko Tomanovic, disse que, na carta o ex-chefe de Estado citava o medo de ser envenenado. No texto, Milosevic garantia que os médicos haviam detectado em seu sangue a presença de altas doses de um remédio utilizado para o tratamento da lepra ou tuberculose.
O ex-presidente se referia às análises de sangue realizadas no dia 12 de janeiro. Ele teria recebido os resultados por meio dos serviços de arquivo do TPI.
Uges informou nesta segunda-feira que a rifampicina, utilizada deliberadamente por Milosevic, é empregada no tratamento contra a tuberculose.
Uges, toxicólogo na Universidade de Groningen, realizou uma contra-análise do sangue de Milosevic a pedido de seus médicos holandeses, que queriam determinar por que sua pressão arterial permanecia tão elevada, apesar dos tratamentos prescritos.
Em várias ocasiões durante o julgamento, a Promotoria citou vários boletins médicos que destacavam que Milosevic não seguia o tratamento indicado contra seus problemas cardiovasculares, uma vez que foram detectados traços de medicamentos não prescritos em seu sangue.
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A hipótese de suicídio ganhou força nesta segunda-feira, depois que o especialista holandês em toxicologia Ronald Uges declarou que o ex-presidente iugoslavo tomou, de maneira deliberada, um medicamento não receitado que anulou o efeito de seu tratamento contra a hipertensão.
"Ele tomou [um medicamento que continha] rifampicina, um fármaco que anula o efeito dos tratamentos contra a hipertensão", explicou Uges, que realizou um exame do sangue do ex-presidente iugoslavo há duas semanas.
"Ele ingeriu este medicamento por conta própria e o fez para obter, dessa maneira, uma viagem de ida a Moscou", acrescentou.
Milosevic pediu, em dezembro passado, ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para a antiga Iugoslávia sua transferência a Moscou para receber atendimento médico, mas a solicitação foi negada.
Os juízes consideraram que ele gozava de atenção médica adequada em Haia e que, se partisse para a Rússia, poderia não voltar a se apresentar ao julgamento.
Desconfiança
Moscou informou que sua embaixada na Holanda recebeu no sábado, dia da morte do ex-ditador, uma carta na qual Milosevic se queixava do tratamento administrado pelos médicos do TPI, dizendo que era "nocivo para sua saúde" e reiterava seu desejo de viajar para a Rússia.
O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, declarou nesta segunda-feira ter direito a não confiar na necropsia realizada em Haia e anunciou o envio de especialistas do seu país à cidade holandesa para ao menos analisar os resultados.
"Se eles não acreditam em nós [quando a Rússia ofereceu garantias para atender Milosevic em Moscou], então nós também temos direito a não acreditar e não confiar nestes exames, declarou.
Um dos advogados de Milosevic, Zdenko Tomanovic, disse que, na carta o ex-chefe de Estado citava o medo de ser envenenado. No texto, Milosevic garantia que os médicos haviam detectado em seu sangue a presença de altas doses de um remédio utilizado para o tratamento da lepra ou tuberculose.
O ex-presidente se referia às análises de sangue realizadas no dia 12 de janeiro. Ele teria recebido os resultados por meio dos serviços de arquivo do TPI.
Uges informou nesta segunda-feira que a rifampicina, utilizada deliberadamente por Milosevic, é empregada no tratamento contra a tuberculose.
Uges, toxicólogo na Universidade de Groningen, realizou uma contra-análise do sangue de Milosevic a pedido de seus médicos holandeses, que queriam determinar por que sua pressão arterial permanecia tão elevada, apesar dos tratamentos prescritos.
Em várias ocasiões durante o julgamento, a Promotoria citou vários boletins médicos que destacavam que Milosevic não seguia o tratamento indicado contra seus problemas cardiovasculares, uma vez que foram detectados traços de medicamentos não prescritos em seu sangue.
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