Publicidade
Publicidade
19/03/2006
-
10h00
da France Presse, em Belgrado
O enterro de Slobodan Milosevic, ex-homem forte da antiga Iugoslávia, foi utilizado pelos nacionalistas para mostrar sua força e evidenciou o dilema de uma Sérvia ainda em dúvida entre a tentação nacionalista e a ruptura radical com o passado.
A escolha é urgente para este país do centro da Europa, que deve resolver três problemas cruciais: o status de Kosovo (província de maioria albanesa que reclama a independência), a questão de Montenegro (que também quer a separação dos sérvios) e, sobretudo, seu futuro na União Europea, ante do reinício das negociações, em 5 de abril.
No entanto, os 50 mil admiradores do ex-ditador iugoslavo que se reuniram em Belgrado em homenagem a seu líder, passaram a imagem de uma Sérvia presa a um passado sangrento.
"A Sérvia está preparada para virar a página?", pergunta o vice-premier, o pró-europeu Miroljub Labus, na edição deste domingo do jornal "Politika".
Para Labus a alternativa é simples, porque agora a mesma Sérvia que em outubro de 2000 obrigou Milosevic a deixar o poder só tem dois caminhos: "um negro e outro branco".
"O negro é o isolamento, a destruição de sua reputação internacional, a perda de Kosovo, a redução dos investimentos e o aumento da pobreza", explica.
"O branco é o prosseguimento da integração européia, uma melhor posição no tema de Kosovo, o desenvolvimento econômico e uma solução pacífica do problema com Montenegro", acrescenta.
A escolha parece ser mais difícil do que o previsto, pois para muito sérvios, Milosevic é um herói, mas no resto do mundo é conhecido como o "Carniceiro dos Balcãs" por sua responsabilidade nas sangrentas guerras registradas na antiga Iugoslávia nos anos 90.
Além disso, é preciso destacar o contraste entre a vontade reformista declarada pelo primeiro-ministro, Vojislav Kostunica, e as constantes concessões que precisa fazer ao Partido Socialista (SPS), do qual Milosevic era presidente.
O SPS sempre ameaça retirar seu apoio no Parlamento à frágil coalizão de Kostunica que, sem o apoio dos nacionalistas, não conseguiria governar.
Em nome da tradição sérvia e ante a pressão dos nacionalistas, o primeiro-ministro aceitou o sepultamento do ex-presidente iugoslavo em sua cidade natal, o que provocou a revolta daqueles que o consideram responsável pela crise econômica e o isolamento do país.
Leia mais
Veja biografia de Slobodan Milosevic
Veja cronologia da carreira política de Slobodan Milosevic
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Slobodan Milosevic
Com morte de Milosevic, Sérvia vive dilema político
Publicidade
O enterro de Slobodan Milosevic, ex-homem forte da antiga Iugoslávia, foi utilizado pelos nacionalistas para mostrar sua força e evidenciou o dilema de uma Sérvia ainda em dúvida entre a tentação nacionalista e a ruptura radical com o passado.
A escolha é urgente para este país do centro da Europa, que deve resolver três problemas cruciais: o status de Kosovo (província de maioria albanesa que reclama a independência), a questão de Montenegro (que também quer a separação dos sérvios) e, sobretudo, seu futuro na União Europea, ante do reinício das negociações, em 5 de abril.
No entanto, os 50 mil admiradores do ex-ditador iugoslavo que se reuniram em Belgrado em homenagem a seu líder, passaram a imagem de uma Sérvia presa a um passado sangrento.
"A Sérvia está preparada para virar a página?", pergunta o vice-premier, o pró-europeu Miroljub Labus, na edição deste domingo do jornal "Politika".
Para Labus a alternativa é simples, porque agora a mesma Sérvia que em outubro de 2000 obrigou Milosevic a deixar o poder só tem dois caminhos: "um negro e outro branco".
"O negro é o isolamento, a destruição de sua reputação internacional, a perda de Kosovo, a redução dos investimentos e o aumento da pobreza", explica.
"O branco é o prosseguimento da integração européia, uma melhor posição no tema de Kosovo, o desenvolvimento econômico e uma solução pacífica do problema com Montenegro", acrescenta.
A escolha parece ser mais difícil do que o previsto, pois para muito sérvios, Milosevic é um herói, mas no resto do mundo é conhecido como o "Carniceiro dos Balcãs" por sua responsabilidade nas sangrentas guerras registradas na antiga Iugoslávia nos anos 90.
Além disso, é preciso destacar o contraste entre a vontade reformista declarada pelo primeiro-ministro, Vojislav Kostunica, e as constantes concessões que precisa fazer ao Partido Socialista (SPS), do qual Milosevic era presidente.
O SPS sempre ameaça retirar seu apoio no Parlamento à frágil coalizão de Kostunica que, sem o apoio dos nacionalistas, não conseguiria governar.
Em nome da tradição sérvia e ante a pressão dos nacionalistas, o primeiro-ministro aceitou o sepultamento do ex-presidente iugoslavo em sua cidade natal, o que provocou a revolta daqueles que o consideram responsável pela crise econômica e o isolamento do país.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice