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22/03/2006 - 14h40

Bento 16 nomeia primeiros 15 cardeais de seu pontificado

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da Efe, no Vaticano
da Folha Online

Onze meses após ter sido eleito papa, Bento 16 realizará nesta sexta-feira (24 e sábado (25) um consistório para nomear os primeiros 15 cardeais de seu pontificado.

A última nomeação de cardeais foi há dois anos e meio, quando João Paulo 2º presidiu a nona assembléia do seu pontificado. Na ocasião foram nomeados 31 cardeais, entre eles dois espanhóis, três ibero-americanos e um que não foi revelado ("in pectore").

Giuseppe Giglia /Efe
Bento 16 saúda fiéis durante audiência geral, às quartas-feiras, na praça São Pedro, no Vaticano
Entre os novos 15 cardeais, 12 têm menos de 80 anos, os quais, segundo uma norma do Vaticano, podem participar de um eventual Conclave [reunião de cardeais que escolherão o próximo papa]. Os outros três, que já ultrapassaram a idade-limite, não podem participar da votação. Embora não possam votar nos conclaves, podem ser eleitos para o pontificado.

Os novos cardeais com menos de 80 anos são os arcebispos Antonio Cañizares, de Toledo (Espanha) , Jorge Liberato Urosa Savino, de Caracas (Venezuela) e Stanislaw Dziwisz, de Cracóvia (Polônia), que foi secretário particular de João Paulo 2º.

Os outros são o americano William Joseph Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (ex-Santo Ofício), o esloveno Franc Rode, prefeito regional para os Institutos de Vida Consagrada, e o italiano Agostino Vallini, Prefeito Regional do Tribunal Supremo da Assinatura Apostólica.

Também foram escolhidos Gaudencio Rosales, arcebispo de Manila (Filipinas); Jean-Pierre Ricard, de Bordeaux (França); Nicolas Cheong-Jin-Suk, de Seul (Coréia do Sul); Sean Patrick O'Malley, de Boston (EUA); Carlo Caffarra, de Bolonha (Itália), e Joseph Zen Ze-Kiun, de Hong Kong (China).

Os cardeais acima de 80 anos são o italiano Andrea Cordero Lanza di Montezemolo, Arcipreste da Basílica de São Paulo Extramuros, em Roma; o ganês Peter Poreku Dery, arcebispo emérito de Tamale; e o jesuíta francês Albert Vanhoyem, ex-reitor do Pontifício Instituto Bíblico e secretário da Pontifícia Comissão Bíblica.

Colégio Cardinalício

As nomeações mostram que Bento 16 deu maior espaço no Colégio Cardinalício aos arcebispos do que aos membros da Cúria e que deu maior poder ao continente asiático, de onde vieram três dos cardeais com menos de 80 anos.

Apenas três arcebispos da cúria --Joseph, Rodei e Vallini-- receberão o anel e o chapéu cardinalício. O caso do americano era dado como certo por causa da posição que ocupa, de defensor da ortodoxia católica, posição que o atual sumo pontífice ocupou durante 24 anos.

Segundo os vaticanistas, este número reduzido se encaixa na reforma da Cúria que foi decidida por Bento 16 com a unificação de vários conselhos pontifícios. O objetivo é torná-la mais ágil e simplificar o organograma da Santa Sé.

Afinidade

Os observadores do Vaticano também dizem que Bento 16 nomeou arcebispos muito próximos a ele, baseando-se mais nas pessoas do que nos postos que ocupam.

Se João Paulo 2º considerava a igreja da Ásia como "um dever para o terceiro milênio", Bento 16 elegeu-a como uma prioridade e, assim, premiou com três cardeais o continente onde a Igreja Católica mais cresce. A religião continua sendo minoritária na região e tem que conviver com outras crenças como o hinduísmo e o islamismo.

Em alguns países asiáticos, como a China, onde vivem cerca de 10 milhões de católicos, a igreja é perseguida e a nomeação do bispo de Hong Kong como cardeal, sem sequer ser arcebispo, é um sinal de que Bento 16 se volta para a região.

O bispo Zen diz que sua nomeação é a prova de que o Vaticano dá importância aos assuntos da China. O líder católico chinês defende a unidade dos católicos no país, divididos entre a igreja oficial --controlada pelo governo comunista de Pequim-- e a clandestina, subordinada a Roma. Ele também procura a unidade entre a igreja de Hong Kong e a da China.

As Filipinas são o único país da Ásia com maioria católica e o arcebispo de Manila é o sucessor do cardeal Sin, chamado de "o papa da Ásia". Gaudencio Rosales está em total sintonia com Bento 16.

A concessão do cardinalato ao arcebispo de Seul é o reconhecimento a seu trabalho em busca da unidade entre as duas Coréias.

Bento 16 disse que "pretende manter" a norma fixada por Paulo 6º e seguida por João Paulo 2º, de que o número máximo de cardeais que podem votar continue sendo de 120.

Atualmente o Colégio Cardinalício é composto por 178 membros, sendo 110 deles eleitores. No dia 24 de março, três deles terão completado 80 anos, o que dá a entender que Bento 16 deve convocar consistórios com mais freqüência que João Paulo 2º para manter a "barreira" dos 120.

Especial
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