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11/04/2006 - 21h52

García se aproxima do segundo turno das eleições peruanas

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da Efe, em Lima

O ex-presidente Alan García está mais perto do segundo turno das eleições presidenciais do Peru ao superar por um ponto percentual a candidata conservadora Lourdes Flores na apuração.

García e Flores concorrem a uma vaga para disputar o segundo turno das eleições presidenciais peruanas com o nacionalista Ollanta Humala.

Com 84,89% das cédulas contabilizadas, o Escritório Nacional de Processos Eleitorais (Onpe) diz que Humala tem 30,82% dos votos válidos, García 24,71% e Flores 23,57%.

Embora ainda haja muita incerteza dois dias após a votação, começa a surgir agora a possibilidade de que os participantes do segundo turno sejam o ex-militar e o ex-presidente peruano.

A pequena diferença de votos entre Flores e García não tem precedentes na história democrática do Peru, desde que o segundo turno foi adotado em 1985 para a escolha do chefe do Estado.

Flores afirmou hoje em Lima que brigará até o último voto, inclusive os das atas que não foram contabilizadas por erros técnicos.

Neste contexto, a candidata conservadora disse aos jornalistas que "6.000 atas não foram computadas por causa de algum erro material, mas não estão impugnadas".

Segundo o líder da aliança União Nacional, estas atas contêm cerca de 1,2 milhão de votos e, na sua opinião, devem ser revisados.

Além disso, Flores disse que acredita que conseguirá a vitória com os votos de Lima e do exterior, que ainda não foram considerados.

Alberto Mayta, porta-voz da Onpe, declarou à Efe que, por enquanto, só foram apurados 3,82% dos votos do exterior, onde, segundo a entidade, cerca da metade dos 457.891 eleitores convocados compareceram às urnas.

Entretanto, o jornal "El Comercio" publicou hoje que o voto emitido fora do Peru "não será determinante", pois representa apenas 1,4% do total.

"Minha tese é a de que é necessário contar até o último voto, em honra à verdade", disse Flores, que também diz estar consciente de que pode ficar de fora do segundo turno por apenas um ponto percentual de diferença.

Além disso, a candidata conservadora se comprometeu a aceitar "a palavra do povo" e afirmou que "aquele que vencer por um voto deve ser reconhecido como vencedor".

García vive com expectativa a possibilidade de chegada à próxima etapa do processo eleitoral peruano, pois confia nos votos das localidades mais remotas e afastadas da capital, cujas atas eleitorais ainda não chegaram a Lima.

A Onpe contabiliza os votos segundo sua ordem de chegada e não consegue determinar ainda quantas áreas rurais faltam. Estas regiões são as forças de García.

O ex-presidente se reuniu hoje com seus correligionários na sede do Partido Aprista, onde aguarda com impaciência o fim da apuração.

Para o analista Fernando Torra, ex-chefe da Onpe e diretor do Grupo de Opinião Pública da Pontifícia Universidade Católica do Peru, a incerteza é alta e é necessário manter a serenidade.

Torra disse à Efe que "a diferença de 100 mil votos ainda pode diminuir", o que torna difícil prever quem chegará ao segundo turno, apesar de quase 85% dos votos já terem sido apurados.

Ainda assim, ele descartou a possibilidade de que algum candidato consiga impugnar os resultados, pois uma situação deste tipo só aconteceria "no caso de distúrbios ou de perda de atas eleitorais".

Ele também explicou que o segundo turno acontecerá em um dos 30 dias após a divulgação do resultado final, o que fará com que a fase final da eleição peruana ocorra por volta da primeira semana de junho.
 

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