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26/04/2006 - 14h10

Abbas pede conferência para solucionar conflito no Oriente Médio

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da France Presse, em Oslo

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, pediu nesta quarta-feira, em Oslo, que uma conferência internacional seja realizada imediatamente com o objetivo de negociar uma solução para o conflito entre israelenses e palestinos.

"Uma conferência internacional deveria ser organizada de forma imediata para permitir a organização de negociações diretas com base nas resoluções internacionais da ONU e os acordos firmados" pelas duas partes, declarou Abbas em discurso no Instituto Nobel, em Oslo.

"A comunidade internacional, representada pelo Quarteto pela Paz (Estados Unidos, União Européia, Rússia e ONU) ou por qualquer outra estrutura, terá um papel de mediador e de árbitro", acrescentou.

"Creio que para se chegar a uma solução para o conflito não se deve deixar as duas partes isoladas, por causa do desequilíbrio que existe entre invasor e ocupado", considerou o líder palestino.

Solução

Abbas, atualmente em viagem pela Europa, pediu à comunidade internacional que "atue rápido" para obter um acordo negociado para o conflito e impedir deste modo a adoção de uma solução unilateral prevista pelo primeiro-ministro israelense interino, Ehud Olmert.

"A comunidade internacional deve atuar rapidamente, porque as medidas unilaterais por meio das quais Israel tenta impor a sua visão expansionista erguendo o muro de separação racista, confiscando as terras palestinas, conduzirão a uma anexação de fato por parte de Israel de 58% da superfície da Cisjordânia", afirmou.

Abbas disse também que Israel tenta "transformar as terras palestinas em territórios isolado. Isso acabará com qualquer possibilidade de estabelecer um Estado palestino viável", afirmou o líder palestino.

Plano

Abbas se referia ao plano de "reagrupamento" que Olmert quer aplicar e que prevê o desmantelamento de algumas colônias na Cisjordânia e a anexação por parte de Israel dos principais blocos de assentamentos judeus na Cisjordânia.

O presidente palestino assegurou que tem as mãos livres para negociar com Israel, apesar da vitória do movimento radical islâmico Hamas, que não reconhece o Estado hebreu, nas eleições legislativas palestinas de janeiro.

"Na qualidade de presidente da Organização pela Libertação da Palestina (OLP), único representante legítimo do povo palestino, e presidente da Autoridade Palestina, estou completamente disposto a iniciar imediatamente negociações com o governo israelense", disse Abbas.

"Quero dizer que as eleições legislativas que deram ao Hamas o governo não constituem um obstáculo para as negociações, já que estas fazem parte das prerrogativas da OLP, que assinou todos os acordos passados com Israel", afirmou.

Acordos

O presidente da ANP se referiu aos acordos de Oslo de 1993. Abbas foi um dos principais artífices do acordo, que valeu ao seu antecessor, Iasser Arafat, assim como aos dirigentes israelenses Yitzhak Rabin e Shimon Peres, o Prêmio Nobel da Paz em 1994.

Estes acordos estabeleciam a instauração por etapas de um regime de autonomia nos territórios palestinos ocupados. As negociações sobre o estatuto final destes territórios não geraram um acordo.

Abbas pediu à comunidade internacional, particularmente à Europa, que volte a fornecer ajudas financeiras aos palestinos, suspensas após a ascensão do Hamas à liderança do governo palestino em março.

"Exortamos a comunidade internacional, particularmente os países da Europa, a continuar nos ajudando financeira e moralmente, para que isto nos permita concretizar nossas aspirações de restabelecer a paz na região".

Depois de Oslo, Abbas viajará para Helsinki, e posteriormente para Paris.

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