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26/04/2006 - 18h50

Guerrilha maoísta declara cessar-fogo unilateral no Nepal

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da Efe, em Katmandu

A guerrilha maoísta do Nepal declarou nesta quarta-feira um cessar-fogo unilateral de três meses, dois dias após o rei Gyanendra anunciar o restabelecimento do Parlamento, informaram os rebeldes em comunicado.

Em nota assinada por Prachanda, líder da guerrilha, os maoístas afirmaram que começarão amanhã uma trégua durante a qual "não realizarão nenhuma ação militar ofensiva", com o objetivo de "incentivar" a aliança de sete partidos a anunciar "a convocação incondicional de eleições para uma Assembléia Constituinte".

"Nosso grupo acredita que este anúncio honra as pessoas que foram às ruas para exigir a Assembléia Constituinte, uma república democrática e a paz", afirma Prachanda, cujo nome verdadeiro é Pushpa Kamal Dahal.

O porta-voz do partido do Congresso Nepalês --grupo político mais importante do país--, Krishna Prasad Sitaula, disse hoje que seu grupo receberia bem qualquer anúncio de cessar-fogo, e "pedirá que o novo governo atue em conseqüência".

A expectativa é de que o próximo gabinete, que será designado na sexta-feira (28), aceite a trégua oferecida pelos rebeldes.

O anúncio da guerrilha maoísta acontece dois dias após o rei Gyanendra anunciar o restabelecimento do Parlamento, suspenso desde fevereiro de 2002, após 19 dias de greve geral e violentos protestos antimonárquicos em todo o país. Ao menos 15 pessoas morreram devido à repressão policial.

A aliança de partidos que promoveu os protestos anunciou ontem que a primeira tarefa do Parlamento nepalês será convocar eleições para uma Assembléia Constituinte, uma das antigas reivindicações da guerrilha.

Entre outros, a nova Constituição deverá delimitar o papel da monarquia no país.

A guerrilha maoísta começou o levante armado em 1996 para conseguir o estabelecimento de uma república de caráter comunista no Nepal e, desde então, mais de 13 mil pessoas morreram por causa da violência no país.

Os maoístas declararam trégua pela última vez em setembro de 2005, que durou quatro meses, mas na época o rei Gyanendra não ordenou que o Exército agisse com reciprocidade, e os rebeldes acabaram voltando às armas.

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