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02/05/2006 - 05h14

Villepin fica no cargo e denuncia campanha de calúnias

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da Efe, em Paris

O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, garantiu nesta terça-feira que não vai renunciar ao cargo por causa do escândalo conhecido como Clearstream. Ele afirmou que as acusações contra ele constituem uma "campanha de calúnias e mentiras" e se disse disposto a depor na Justiça.

"Nada justifica hoje a renúncia", afirmou ele em entrevista à emissora de rádio "Europe 1". O primeiro-ministro negou ter encarregado aos serviços secretos de investigar outros políticos, e em particular o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy.

"Nunca pedi a investigação de nenhum político, de direita ou de esquerda", afirmou, para depois se declarar "indignado com a campanha de calúnias". Em seguida, pediu que a Justiça estabeleça as responsabilidades de cada um. Ele próprio se pôs "à disposição para as perguntas necessárias".

O chefe do governo disse que está disposto a responder a todas as perguntas dos juízes que investigam o caso Clearstream. O nome é o mesmo da sociedade luxemburguesa por meio da qual teriam sido pagas comissões ilegais em contratos de armas. Uma lista de supostos beneficiários, entre os quais estava Sarkozy, se revelou uma montagem.

Villepin também descartou uma reforma do governo. "Não acredito na lógica do bode expiatório", explicou. Ele definiu as acusações como um "linchamento".

O general dos serviços secretos Philippe Rondot negou ter sido encarregado por Villepin de investigar a lista de políticos do caso Clearstream. Ele explicou que seu trabalho se limitou a pesquisas sobre membros dos próprios serviços secretos.

Em declarações publicadas hoje pelo jornal "Le Figaro", Rondot negou as revelações feitas semana passada pela imprensa. Villepin foi acusado de, em janeiro de 2004, quando era ministro de Relações Exteriores, ter encarregado o general de investigar se Sarkozy e outros políticos tinham recebido comissões ilegais. Ele disse estar "escandalizado".

O general, que foi convocado de novo pelos juízes de instrução do caso Clearstream, admitiu que na reunião com Villepin o nome de Sarkozy foi citado, mas não pelo primeiro-ministro.

Os juízes requisitaram suas anotações sobre a reunião, nas quais estava anotada a expressão "fixação Sarkozy". O militar, porém, afirmou que foi a sua interpretação do clima político, e não uma indicação de Villepin.

O primeiro-ministro afirmou ainda que o nome de Nicolas Sarkozy em nenhum momento foi mencionado na reunião. Ele contou que apenas pediu verificações sobre ameaças de redes terroristas e mafiosas. A preocupação, explicou, era garantir o objetivo de "moralização" dos contratos públicos, fixado pelo presidente francês, Jacques Chirac.

Villepin, em plena tempestade política, comparece esta tarde à Assembléia Nacional na primeira sessão de controle do governo, depois do recesso parlamentar.

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