Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
02/05/2006 - 17h37

Evo Morales leva voz indígena para o poder na Bolívia

Publicidade

da Folha Online

O camponês aymará Evo Morales Ayma, 47, se tornou em dezembro de 2005 o primeiro presidente de origem indígena da Bolívia. Para se eleger, Morales contou com o apoio de movimentos sociais, grupos indígenas e sindicatos de plantadores de coca.

De natureza forte, rosto largo e olhar profundo, o polêmico líder indígena, nasceu em uma pequena construção de barro e palha no planalto andino, "no meio do nada", como ele mesmo define.

Na verdade, Morales nasceu em uma pequena comunidade no departamento de Oruro, mais de 400 quilômetros ao sul de La Paz. Seus pais eram agricultores.

Morales teve seis irmãos, mas só ele e outros dois, Hugo e Esther, sobreviveram. Na infância, ele foi pastor de lhamas e cultivou a terra estéril dos Andes, mais de 3.000 metros acima do nível do mar, onde o produto por excelência é a batata.

Os professores da pequena escola rural de sua aldeia natal dizem se lembrar dele como "um bom aluno", mas Morales não terminou o segundo grau e, aos 16 anos, foi com sua família para a cidade de Oruro, onde ingressou no serviço militar.

Foi na banda militar que ele aprendeu a tocar trombeta, uma de suas habilidades mais conhecidas junto à fama de ter um bom domínio da bola no futebol.

Na década de 80, ele emigrou em busca de oportunidades na região tropical de Chapare, em Cochabamba, onde entrou para o sindicalismo dos cocaleiros.

A defesa do cultivo da folha de coca --que na Bolívia é usada em rituais e como alimento e remédio desde tempos ancestrais, embora o excedente seja destinado ao narcotráfico-- o elevou ao topo dos movimentos camponeses cocaleiros.

Sindicato

A trajetória sindical de Morales, solteiro e pai de dois filhos de diferentes mães, foi seu trampolim para a política. Em 1995, ele fundou o Instrumento Político para a Soberania dos Povos, que participou das eleições com o nome de Movimento Ao Socialismo (MAS).

Evo Morales chegou ao Congresso com o partido, mas não abandonou a direção sindical, o que lhe valeu duras críticas.

Em 2002, quando foi candidato à Presidência pela primeira vez, essa dualidade representou para Morales a expulsão do Congresso devido a uma suposta transgressão da ética parlamentar.

Sua saída do Legislativo coincidiu com a Presidência de Jorge Quiroga, seu principal adversário nas eleições do próximo dia 18.

Mas a punição acabou tendo efeitos positivos, já que nas eleições gerais de 2002 ele conseguiu um surpreendente segundo lugar, atrás de Gonzalo Sánchez de Lozada, graças a um discurso com um forte sotaque do campo andino.

Como líder da oposição e promotor de protestos, Morales teve um papel de destaque na queda do ex-presidente Sánchez de Lozada, em outubro de 2003, e de seu sucessor, Carlos Mesa, em junho deste ano, que levou à convocação de eleições antecipadas.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Evo Morales
  • Confira a cobertura completa da nacionalização na Bolívia
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página