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16/05/2006 - 16h50

Arquivos nazistas de Bad Arolsen são abertos a historiadores

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da France Presse, em Berlim

Os 11 países encarregados de zelar pelos arquivos de Bad Arolsen (centro da Alemanha), que reconstruem o trágico destino de 17,5 milhões de vítimas do nazismo, decidiram abri-los nesta terça-feira aos historiadores.

Os 11 países são Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Grécia, Estados Unidos, Polônia, Israel, Holanda, Bélgica e Luxemburgo.

O governo da Alemanha havia levantado suas objeções no mês passado. Agora, os 11 Estados interessados liberam mais de 47 milhões de documentos, guardados em 27 km de estantes em prédios de bairro do centro da capital alemã.

Os registros dos campos de concentração ou as ordens de prisão emitidas pela Gestapo foram reunidos e arquivados depois da Segunda Guerra Mundial com um objetivo prático: encontrar os civis deportados ou submetidos a trabalhos forçados pelo regime de Hitler, reconstruir sua trajetória e, eventualmente, dar às vítimas uma prova de seu encarceramento com o fim de possibilitar o pagamento de indenizações.

Até hoje, mais de 300 funcionários analisam anualmente milhares de pedidos individuais, um trabalho muito complexo diante da quantidade de dados e incorreções, já que, por exemplo, os arquivos registram 849 formas diferentes de escrever o patronímico judeu "Abrahamovicz".

No total, os documentos dizem respeito a 17,5 milhões de vítimas de perseguições do nazismo.

Os arquivos relatam tudo, da suposta homossexualidade de um prisioneiro, denominado como "criminoso profissional", até a prisão de uma mulher por ela ser mãe de uma criança mestiça e se negar a ser esterilizada, passando pela contagem de piolhos nos prisioneiros do campo de extermínio de Mauthausen (Áustria).

"Os nazistas mantinham escrupulosamente todo tipo de registro", observou Udo Jost, um dos gerentes desse espantoso acervo. "Dos campos de extermínio, como o de Auschwitz-Birkenau, os únicos documentos de que dispomos são os referentes às partidas de trem para os campos. Sobre a chegada, não há registros. Em compensação, nos campos de concentração, tudo era escrupulosamente anotado", acrescentou.

Os arquivos contêm os exames feitos com os prisioneiros e, inclusive, os pseudo-experimentos médicos, a causa e a hora exata da morte.

Um antigo documento de Mauthausen (Áustria), de 1942, registra que, em 20 de abril, foram executadas 300 pessoas em poucas horas, a uma razão de uma morte a cada dois minutos. "Essa era a data do aniversário de Hitler e os chefes do campo quiseram assim presentear o Fuehrer", explicou Udo Jost.

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