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19/05/2006 - 08h41

ONU pede que EUA dêem fim à tortura e fechem Guantánamo

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da Folha Online

Um relatório da ONU divulgado hoje em Genebra pede que os EUA tomem "medidas enérgicas" para erradicar qualquer forma de tortura "por parte das tropas no Afeganistão e no Iraque" e fechem a prisão de Guantánamo, em Cuba.

O Comitê da ONU contra a Tortura --composto por dez especialistas independentes-- analisou se os EUA respeitam a Convenção da ONU contra a tortura, adotada em 1984 e que entrou em vigor em 1987, como faz regularmente com os 141 Estados que assinaram o documento.

Segundo o documento --o primeiro dedicado aos Estados Unidos desde os atentados de 11 de Setembro, quando o país deu início à "guerra contra o terrorismo"-- os EUA devem "parar de deter pessoas em locais secretos, seja em seu território ou em territórios sob sua jurisdição".

O documento exige ainda o fim das prisões secretas para suspeitos de terrorismo. Segundo o comitê, os EUA devem "reconhecer que deter pessoas em instalações secretas constitui, em si, um ato de tortura e um castigo cruel, desumano e degradante".

Os EUA ratificaram a Convenção da ONU contra a tortura em 1994 com reservas, e compareceram perante o comitê em apenas uma ocasião, em 2000.

Responsáveis do Departamento de Estado e do Pentágono se declararam em 5 de maio perante o comitê e rejeitaram categoricamente as acusações de tortura suscitadas pelos métodos da administração de George W. Bush para "lutar contra o terrorismo".

Guantánamo

Em relação ao centro de detenção de Guantánamo, em Cuba --inaugurado após os atentados de 2001, para abrigar suspeitos de terrorismo-- o comitê afirma que o local deve fechar suas portas.

"O Estado em questão [EUA] deve deixar de deter prisioneiros em Guantánamo e fechar esse centro de detenção, permitindo que os detentos sejam julgados ou libertados o mais rápido possível", pede o comitê, acrescentando que os prisioneiros não devem ser enviados a outros países onde corram "perigo de serem submetidos a torturas".

Em fevereiro último, um relatório da ONU já havia apontado que "as condições gerais de detenção [em Guantánamo] equivalem a um trato desumano" e, em certos casos, "tortura".

O texto pedia o fechamento de Guantánamo, mas Washington se negou a aceitar as recomendações do relatório.

Prisões secretas

Sobre a acusação de que Washington teria transportado suspeitos de terrorismo para outros países, onde eles seriam submetidos a métodos de interrogatório "pouco claros", a ONU diz que a medida é "contrária à Convenção" e deve "ser eliminada".

Segundo o presidente do comitê, o espanhol Fernando Marino Mendez, o simples fato de deter um suspeito em um local secreto significa que a "probabilidade de tortura é muito alta".

O comitê também condenou técnicas de interrogatório que os EUA não consideram tortura, como o "submarino"-- que consiste em enfiar a cabeça do suspeito em um balde com água.

A ONU estabeleceu um prazo de um ano para que Washington corrija seus métodos.

Com agências internacionais

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