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19/05/2006
-
15h12
da Folha Online
Um relatório do Comitê contra a Tortura da ONU divulgado hoje em Genebra pede que os EUA tomem medidas para acabar com torturas no Afeganistão e no Iraque, além de exigir o fechamento do centro de Guantánamo, em Cuba, e das prisões secretas mantidas pelos EUA.
Nesta sexta-feira, prisioneiros do centro em Cuba entraram em confronto com guardas que tentavam impedir um detento de cometer suicídio, de acordo com informações do Exército.
O comitê da ONU--composto por dez especialistas independentes-- analisou se os EUA respeitam a Convenção contra a Tortura, adotada em 1984 e que entrou em vigor em 1987, como faz regularmente com os 141 Estados que assinaram o documento.
Em relação ao centro de detenção de Guantánamo --inaugurado após os atentados de 2001, para abrigar suspeitos de terrorismo-- o comitê afirma que "o Estado em questão [EUA] deve deixar de deter prisioneiros em Guantánamo e fechar esse centro de detenção, permitindo que os detentos sejam julgados ou libertados o mais rápido possível".
Em fevereiro último, um relatório da ONU já havia apontado que "as condições gerais de detenção [em Guantánamo] equivalem a um trato desumano" e, em certos casos, "tortura".
O texto pedia o fechamento do centro, mas Washington se negou a aceitar as recomendações do relatório.
Convenção
Os EUA ratificaram a Convenção da ONU contra a tortura em 1994 com reservas, e compareceram perante o comitê em apenas uma ocasião, em 2000.
Responsáveis do Departamento de Estado e do Pentágono se declararam em 5 de maio perante o comitê e rejeitaram categoricamente as acusações de tortura suscitadas pelos métodos da administração de George W. Bush para "lutar contra o terrorismo".
Segundo o relatório divulgado hoje --o primeiro dedicado aos EUA desde os atentados de 11 de Setembro, quando o país deu início à "guerra contra o terrorismo"-- os EUA devem 'parar de deter pessoas em locais secretos, seja em seu território ou em territórios sob sua jurisdição'.
O documento exige ainda o fim das prisões secretas para suspeitos de terrorismo. Segundo o comitê, os EUA devem "reconhecer que deter pessoas em instalações secretas constitui, em si, um ato de tortura e um castigo cruel, desumano e degradante".
Confrontos
Nesta sexta-feira, prisioneiros entraram em confronto com guardas no centro de detenção em Cuba, no momento em que um guarda tentava impedir um preso de cometer suicídio.
No ataque, os detentos utilizaram ventiladores, peças de iluminação e armas caseiras, segundo o comandante Robert Durand, porta-voz da base militar.
Anteriormente, outros três detentos tentaram o suicídio no centro de detenção tomando doses excessivas de medicamentos prescritos.
Os ataques e tentativas de suicídio acontecem no mesmo dia em que o Exército transferiu 15 sauditas de volta a seu país, deixando cerca de 460 prisioneiros em Guantánamo. Não ficou claro se os distúrbios tiveram ligação com a transferência.
Os prisioneiros que entraram em confronto com guardas foram transferidos para prisões de segurança máxima. Os detentos que tentaram suicidar-se receberam tratamento médico.
Prisões secretas
Sobre a acusação de que Washington teria transportado suspeitos de terrorismo para outros países, onde eles seriam submetidos a métodos de interrogatório "pouco claros", a ONU diz que a medida é "contrária à Convenção" e deve "ser eliminada".
Segundo o presidente do comitê, o espanhol Fernando Marino Mendez, o simples fato de deter um suspeito em um local secreto significa que a "probabilidade de tortura é muito alta".
O comitê também condenou técnicas de interrogatório que os EUA não consideram tortura, como o "submarino"-- que consiste em enfiar a cabeça do suspeito em um balde com água.
A ONU estabeleceu um prazo de um ano para que Washington corrija seus métodos.
Com agências internacionais
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ONU pede fechamento de Guantánamo; presos atacam guardas
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Um relatório do Comitê contra a Tortura da ONU divulgado hoje em Genebra pede que os EUA tomem medidas para acabar com torturas no Afeganistão e no Iraque, além de exigir o fechamento do centro de Guantánamo, em Cuba, e das prisões secretas mantidas pelos EUA.
11.jan.2002/Reuters |
Prisioneiros de Guantánamo, em Cuba, são vigiados por soldados norte-americanos |
O comitê da ONU--composto por dez especialistas independentes-- analisou se os EUA respeitam a Convenção contra a Tortura, adotada em 1984 e que entrou em vigor em 1987, como faz regularmente com os 141 Estados que assinaram o documento.
Em relação ao centro de detenção de Guantánamo --inaugurado após os atentados de 2001, para abrigar suspeitos de terrorismo-- o comitê afirma que "o Estado em questão [EUA] deve deixar de deter prisioneiros em Guantánamo e fechar esse centro de detenção, permitindo que os detentos sejam julgados ou libertados o mais rápido possível".
Em fevereiro último, um relatório da ONU já havia apontado que "as condições gerais de detenção [em Guantánamo] equivalem a um trato desumano" e, em certos casos, "tortura".
O texto pedia o fechamento do centro, mas Washington se negou a aceitar as recomendações do relatório.
Convenção
Os EUA ratificaram a Convenção da ONU contra a tortura em 1994 com reservas, e compareceram perante o comitê em apenas uma ocasião, em 2000.
Responsáveis do Departamento de Estado e do Pentágono se declararam em 5 de maio perante o comitê e rejeitaram categoricamente as acusações de tortura suscitadas pelos métodos da administração de George W. Bush para "lutar contra o terrorismo".
Segundo o relatório divulgado hoje --o primeiro dedicado aos EUA desde os atentados de 11 de Setembro, quando o país deu início à "guerra contra o terrorismo"-- os EUA devem 'parar de deter pessoas em locais secretos, seja em seu território ou em territórios sob sua jurisdição'.
O documento exige ainda o fim das prisões secretas para suspeitos de terrorismo. Segundo o comitê, os EUA devem "reconhecer que deter pessoas em instalações secretas constitui, em si, um ato de tortura e um castigo cruel, desumano e degradante".
Confrontos
Nesta sexta-feira, prisioneiros entraram em confronto com guardas no centro de detenção em Cuba, no momento em que um guarda tentava impedir um preso de cometer suicídio.
No ataque, os detentos utilizaram ventiladores, peças de iluminação e armas caseiras, segundo o comandante Robert Durand, porta-voz da base militar.
Anteriormente, outros três detentos tentaram o suicídio no centro de detenção tomando doses excessivas de medicamentos prescritos.
Os ataques e tentativas de suicídio acontecem no mesmo dia em que o Exército transferiu 15 sauditas de volta a seu país, deixando cerca de 460 prisioneiros em Guantánamo. Não ficou claro se os distúrbios tiveram ligação com a transferência.
Os prisioneiros que entraram em confronto com guardas foram transferidos para prisões de segurança máxima. Os detentos que tentaram suicidar-se receberam tratamento médico.
Prisões secretas
Sobre a acusação de que Washington teria transportado suspeitos de terrorismo para outros países, onde eles seriam submetidos a métodos de interrogatório "pouco claros", a ONU diz que a medida é "contrária à Convenção" e deve "ser eliminada".
Segundo o presidente do comitê, o espanhol Fernando Marino Mendez, o simples fato de deter um suspeito em um local secreto significa que a "probabilidade de tortura é muito alta".
O comitê também condenou técnicas de interrogatório que os EUA não consideram tortura, como o "submarino"-- que consiste em enfiar a cabeça do suspeito em um balde com água.
A ONU estabeleceu um prazo de um ano para que Washington corrija seus métodos.
Com agências internacionais
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