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23/05/2006 - 14h41

Chile quer impedir Fujimori de fazer declarações públicas

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da Folha Online

O governo chileno enviou um ofício à Suprema Corte para que disponha medidas que coloquem fim às declarações públicas do ex-presidente peruano Alberto Fujimori (1990-2000), para evitar que "continuem afetando" as relações entre Chile e Peru, disse nesta terça-feira a presidente Michelle Bachelet.

A presidente respondeu assim à nota diplomática na qual Lima se mostrou incomodada com as declarações de Fujimori, que recuperou sua liberdade provisória na última quinta-feira.

07.nov.2005/Efe
O ex-presidente peruano Alberto Fujimori
Fujimori, 67, deixou o exílio de cinco anos no Japão com o objetivo declarado de tentar novamente a Presidência peruana. Em Santiago, no entanto, foi preso horas após a sua chegada a pedido do Peru, que prepara um pedido formal de extradição.

O pedido de extradição de Fujimori se refere ao assassinato de 15 pessoas em Barrios Altos, em Lima, em 1991 e às mortes de nove estudantes e um professor da Universidade de La Cantuta, na periferia da capital peruana, em 1992.

Fujimori também enfrenta acusações por apropriação de fundos estatais e entrega de US$ 15 milhões de dólares a seu assessor, Vladimiro Montesinos, pouco antes da queda de seu governo, em novembro de 2000, quando Fujimori fugiu para o Japão.

Lei dos estrangeiros

Bachelet considerou que a atuação do governo tem como base a lei dos estrangeiros, segundo a qual "qualquer estrangeiro, em qualquer situação, está impedido de realizar atos contrários aos interesses do Chile".

"Nos parece que as declarações feitas a diferentes meios de comunicação não são positivas para a situação do próprio Peru, que está em momentos eleitorais importantes, e para as relações entre Chile e Peru", disse a presidente em entrevista coletiva. "Por isso, através de um ofício do Ministério das Relações Exteriores, solicitamos à Suprema Corte que sejam estabelecidas medidas para que este tribunal coloque fim a esta situação", acrescentou.

Essas medidas, disse Bachelet, devem evitar que "atitudes do senhor Fujimori que possam ser incompatíveis com o regime jurídico ao qual está submetido continuem afetando as relações entre Chile e Peru".

Apesar de Fujimori ter dito que não pretende interferir em situações políticas, admitiu a possibilidade de voltar ao Japão se o processo de extradição lhe for adverso.

Elogio

Nesta terça-feira, o ex-presidente Fujimori declarou que o candidato presidencial Alan García "evoluiu' em seu pensamento político. A declaração foi deita durante um comentário sobre o segundo turno das eleições peruanas, previsto para o próximo dia 4.

Em entrevista à BBC, de Londres, Fujimori afirmou que García "evoluiu" em seu pensamento político e que Ollanta Humala, que também disputa o segundo turno, tem propostas "diferentes" das que ele praticou durante seu governo.

"Não quero me pronunciar sobre a qual dos candidatos me inclino, porque tomei a decisão de não interferir nessa jornada eleitoral", afirmou Fujimori, que está no Chile à espera de uma resolução judicial sobre acusações de violação dos direitos humanos durante seu mandato, entre 1990 e 2000.

O ex-presidente declarou ter uma opinião formada sobre seu candidato preferido para a eleição do próximo 4 de junho e disse acreditar que o povo peruano chegará a uma decisão que corresponderá à sua. "Tenho a convicção de que o eleitorado é muito crítico, muito objetivo, e saberá tomar a decisão mais conveniente", disse Fujimori.

"A evolução da política é assim: tem seus altos e baixos, vai e volta, e, claro, a proposta política evolui e ganha-se mais experiência. E há uma resposta do povo, que, no final das contas, é quem manda", acrescentou.

Para Fujimori, Humala "tem algumas propostas que são diferentes das que praticamos", como nacionalizar as indústrias. "Em minha política econômica, fui contrário às explorações deste tipo, tanto que tivemos que ressarcir as empresas petroleiras que foram expropriadas. Foram expropriações difíceis e com um alto custo", destacou. "Nessa questão minha posição é bastante clara", disse o ex-presidente peruano.

Com relação ao futuro governo do Peru, Fujimori mostrou-se a favor do alinhamento comercial com Washington. "Minha posição pessoal nesse sentido, que é a política que mantive, é a de ver os Estados Unidos como uma potência que pode contribuir, com seu mercado, para o desenvolvimento de nossa economia", explicou.

Fujimori negou que planeje pedir asilo político e afirmou que viajou do Japão ao Chile em novembro passado sabendo que os dois países latino-americanos tinham assinado um tratado de extradição.

Ele diz que os casos de violações dos direitos humanos dos quais é acusado são "isolados" e "não têm sustentação nem provas". "Em meu governo foram dadas ordens claras para que esta luta contra a violência se fizesse respeitando os direitos humanos", afirmou Fujimori.

Com Ansa

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