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27/05/2006 - 20h08

Ao menos 3.000 pessoas morrem em terremoto na Indonésia

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da Folha Online

Um terremoto de 6,2 graus na escala Richter deixou ao menos 3.000 mortos na Indonésia, segundo informações das autoridades locais.

O tremor ocorreu às 5h54 locais (19h54 de sexta-feira em Brasília). Outras cerca de 2.500 pessoas ficaram feridas com o tremor, que atingiu a ilha de Java, que fica ao sul do arquipélago indonésio.

As equipes de resgate procuram por sobrevivente em meio aos escombros dos edifícios na cidade de Yogyakarta (a 400 km a sudeste de Jacarta), um dos principais locais destruídos pelo tremor. Hospitais da região ficaram lotados com a chegadas de pessoas feridas no terremoto.

O epicentro do tremor foi situado a 37,6 km ao sul da cidade de Yogyakarta e perto do vulcão Merapi, que fica a apenas 30 km da cidade. Geólogos ouvidos pela rede de TV americana CNN disseram que o abalo pode afetar a atividade do vulcão.

A Agência Nacional de Coordenação contra Desastres disse que cerca de 2.100 mortes ocorreram na região de Bantul. Apenas no distrito de Bantul, cerca de 1.900 pessoas morreram.

Segundo o coordenador para situações de desastre da organização não-governamental Plan International, Brook Weisman-Ross, disse ter sido surpreendido pelo abalo enquanto estava dormindo. Ele informou à rede CNN que havia grandes rachaduras nas paredes do hotel em que estava e em outros edifícios próximos.

Segundo equipes de resgate, grandes partes da cidade estão sem comunicação e sem eletricidade.

O presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, enviou uma mensagem de condolências "a aqueles que perderam suas famílias em decorrência do desastre". "O sistema está trabalhando, entrei em contato com o governo de Yogyakarta e pedi que fizesse tudo para tentar controlar a situação."

A Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho estima que entre 70% e 80% dos edifícios do povoado litorâneo de Bantul, inclusive o hospital local, desabaram por causa do terremoto.

Em comunicado, a federação afirma que o número de vítimas aumentará, já que "ainda há muita gente soterrada e presa entre os escombros dos edifícios em escombros". Voluntários distribuem água mineral, comida, barracas e lonas impermeáveis entre a população, no centro de atendimento instalado para prestar auxílio aos feridos.

Equipamentos

As equipes de resgate da Indonésia estão mais bem aparelhadas para lidar com desastres naturais desde o tsunami que atingiu o país em dezembro de 2004, causado por um terremoto de 9 graus na escala Richter ao longo de Sumatra. O tsunami atingiu ao menos dez países do oceano Índico e deixou mais de 168 mil mortos ou desaparecidos na Indonésia.

AP
Indonésio observa casa destruída pelo terremoto que devastou Yogyakarta, na ilha de Java
O coordenador para situações de desastre da Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, Latifur Rahman, disse que equipes médicas estão preparando a instalação de um hospital de campanha na região, uma vez que as estruturas das edificações locais que ainda restaram podem estar comprometidas.

A população teme que possíveis réplicas (tremores secundários, geralmente de intensidade menor, que acontecem depois de um terremoto) possam causar um tsunami e se dirigiram para regiões mais altas.

A Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) informou que está preparando o envio de suprimentos e de equipes para ajudar na prestação de socorro às vítimas.

Hospital

Homens, mulheres e crianças feridos lotaram o hospital Sardjito. Sem mais lugar para alojar as vítimas do terremoto, que não paravam de chegar, muitos foram acomodados sobre pedaços de papelão.

Parentes ficavam ao lado das vítimas e liam o Alcorão, enquanto aguardavam que viesse prestar socorro aos feridos. Um dos médicos do hospital alertou para o risco de muitos dos feridos morrerem de hemorragia interna por falta de pessoal para tratá-los, segundo a agência de notícias Associated Press.

O representante do hospital, Heru Nugroho, disse que a situação é de pânico e que o pronto-socorro estava sobrecarregado. "estamos usando o estacionamento para oferecer auxílio médico (...) Há corpos nos corredores do hospital."

Táxis e picapes cruzavam a cidade levando feridos das áreas mais distantes aos hospitais, segundo a AP. No hospital Bethesda, em Bantul, o estacionamento foi transformado em área de tratamento, e as vítimas eram acomodadas em lonas plásticas, folhas de jornais e até folhas de palmeiras.

Uma das vítimas recebia soro. A bolsa de soro estava presa em um galho de árvore.

Com agências internacionais

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