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29/05/2006 - 12h22

Vítimas de tremor que matou 5.000 aguardam ajuda na Indonésia

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da Folha Online

Sobreviventes do terremoto que matou mais de 5.000 na ilha de Java, na Indonésia, aguardam a chegada de abrigo e alimentos nesta segunda-feira, enquanto muitas casas e hospitais se encontram praticamente destruídos pelo tremor de 6,3 graus na escala Richter.

Muitas vítimas e feridos que ficaram desabrigados passaram a segunda noite após a tragédia em hospitais e mesquitas, ou armaram barracas improvisadas sobre os escombros.

O terremoto foi a pior tragédia a atingir a Indonésia --país com maior número de muçulmanos do mundo-- desde a tsunami ocorrida em 26 de dezembro 2004, que matou 168 mil indonésios.

AP
Equipes trabalham em meio a escombros; mais de 5.000 morreram após tremor de 6,3 graus
O número oficial de mortos na tragédia é de 5.136. O centro do tremor de 6,3 graus na escala Richter, ocorrido às 5h54 locais de sábado (19h54 de sexta-feira em Brasília), situou-se 37,6 km ao sul da cidade de Yogyakarta e perto do vulcão Merapi, que fica a 30 km da cidade.

O governo estima em 2.155 o número de feridos, mas, de acordo com a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), mais de 20 mil sofreram ferimentos de cerca de 130 mil estão desabrigados --40% deles crianças.

O vice-presidente, Jusuf Kalla, estimou que a reconstrução deve custar cerca de US$ 107 milhões e durar ao menos um ano. Além do grande número de vítimas, o terremoto danificou estações elétricas e deixou milhares sem fornecimento de energia.

O presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, cancelou a viagem que faria à Coréia do Sul para acompanhar os trabalhos de resgate das vítimas. O governo indonésio também declarou no domingo (29) estado de emergência por três meses em todo o país.

Segundo Kalla, durante o estado de emergência, o governo irá providenciar alimento, abrigo e serviços de saúde aos desabrigados.

Rapidez

Segundo o representante do governo de Yogyakarta, Bambang Susanto Priyohadi, a ajuda às vítimas precisa ser intensificada e enviada com mais rapidez.

"A ajuda começou a chegar na noite passada, enviada pela ONU. Mas quando fui checar nesta manhã, a quantidade era mínima. Para um número tão grande de vítimas, precisaremos de ao menos 5.000 tendas. No primeiro carregamento, vieram apenas cem", afirmou.

De acordo com Priyohadi, a retirada dos mortos é outra prioridade. "Já faz dois dias e os corpos irão se decompor se não os removermos, o que pode se tornar foco de doenças", disse,

Mais de 35 mil casas e prédios da região de Yogyakarta foram reduzidos a escombros.

Ajuda

O WFP (sigla em inglês para o Programa de Alimentação das Nações Unidas) informou hoje que iniciou a distribuição de alimentos aos sobreviventes nos distritos de Bantul e Klaten, os dois mais atingidos pelo tremor.

"O desafio é assegurar que não haja desencontro entre o que é preciso levar e o que está sendo oferecido", disse o embaixador indonésio para o Reino Unido, Marty Natalegawa.

O porta-voz do WFP, Trevor Rowe, disse à rede de TV americana CNN que a organização pretende levar 80 toneladas de alimentos à região de helicóptero, além de equipes de médicos e medicamentos.

AP
Caixas de mantimentos começam a chegar nas regiões afetadas; governo pede mais rapidez
A Cruz Vermelha da Alemanha enviou equipamentos de purificação de água e centros de atendimento médico móveis à Indonésia nesta segunda-feira, para ajudar nos esforços.

Segundo o Ministério indonésio das Relações Exteriores, o purificador será enviado à região afetada no norte do país. O equipamento é capaz de purificar água para 20 mil pessoas.

A França também enviou medicamentos, materiais de emergência e equipes médicas à ilha de Java. A Espanha anunciou o envio de 12 toneladas de ajuda humanitária, como tendas, cobertores e medicamentos para ajudar os milhares de feridos e desabrigados na tragédia.

Tropas

O Japão anunciou nesta segunda-feira que se prepara para enviar tropas terrestres, aéreas e navais para ajudar nos esforços de reconstrução na Indonésia.

Um time de cerca de 25 representantes das forças de segurança do Japão devem seguir nesta terça-feira para Java, de acordo com o Departamento de Defesa.

A equipe deve ajudar nos resgates, determinar quantos soldados japoneses devem ser enviados e por quanto tempo permanecerão no país.

O Japão já enviou 32 profissionais de saúde --médicos, enfermeiras e farmacêuticos-- à Indonésia e prometeu US$ 10 milhões em ajuda para a compra de mantimentos.

O ministro indonésio da Saúde, Siti Fadillah Supari, afirmou que médicos e remédios foram enviados à áreas afetadas para evitar a propagação de doenças como sarampo e malária.

Itens de higiene básica também estão sendo providenciados para milhares de sobreviventes, assim como carregamentos de água.

Vulcão

A Indonésia também sofre com o vulcão Merapi, localizado ao norte do epicentro do tremor, que triplicou sua atividade após o terremoto. O aumento de lava e fumaça expelidas pelo vulcão assusta os moradores que permaneceram na região, que temem uma erupção violenta.

Segundo autoridades que monitoram a atividade do Merapi, em média, o vulcão tem expelido fumaça quente cerca de 150 vezes por dia, contra 50 registradas antes do tremor.

O Merapi, que fica em um monte de 3.000 metros, é um dos mais ativos vulcões de todo o mundo, que sofreu erupções muitas vezes nos últimos 200 anos, várias delas violentas e fatais.

Autoridades já haviam ordenado a retirada de pessoas que vivem nas regiões mais próximas ao vulcão no início deste mês, mas o aumento de atividade do Merapi causou mais preocupação.

Com agências internacionais

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