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30/05/2006 - 17h45

Ajuda externa começa a chegar à Indonésia após tremor matar 5.700

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da Folha Online

Começou a chegar nesta terça-feira o auxílio internacional para as milhares de vítimas do terremoto que matou cerca de 5.700 pessoas na ilha de Java, na Indonésia, no sábado (27), apesar das reclamações de sobreviventes de que os itens vitais não estavam sendo entregues a eles.

Aviões carregando suprimentos e especialistas estrangeiros, incluindo paramédicos japoneses e um contingente de marines dos Estados Unidos, chegaram à região abalada pelo tremor para reforçar as iniciativas do governo indonésio e auxiliar no trabalho das equipes locais.

Crack Palinggi/Reuters
Marines desembarcam em Adi Sucipto, na Indonésia, como parte da ajuda internacional
O aeroporto de Yogyakarta, principal cidade atingida pelo tremor, foi reaberto para vôos comerciais e é a principal porta de entrada da ajuda humanitária.

Autoridades das Nações Unidas informaram que mais de 20 países responderam aos pedidos da Indonésia por socorro para os sobreviventes, que ainda está sendo feito de maneira lenta para muitas das vítimas.

Edward Beigbeder, responsável pela operação do fundo infantil da ONU (Organização das Nações Unidas) em Yogyakarta, afirmou que o auxílio é insuficiente para atender à demanda. "Nós estamos correndo contra o relógio", disse. "É muito difícil tentar ajudar 120 mil pessoas em dois dias."

O balanço mais recente do Ministério de Assuntos Sociais da Indonésia informou que um total de 5.698 mortos e mais de 100 mil feridos na catástrofe, enquanto a Cruz Vermelha calculou o número de desabrigados em 200 mil pessoas.

Prioridades

Auxiliar os sobreviventes, agora que as esperanças de se encontrar pessoas com vida sob os escombros são mínimas, é a prioridade, sobretudo em meio às chuvas que atingem a região.

Centenas de toneladas de alimentos, barracas de campanha, bombas de água e material médico chegaram nesta terça-feira a Bantul e Yogyakarta, zonas densamente povoadas da ilha de Java que se vieram afetadas pelo sismo de 6,3 graus na escala Richter.

Durante visita ao campo de desabrigados perto do templo de Prambanan, o presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, pediu que se agilize a entrega de ajuda, principalmente alimentos e equipamento médico.

"Estamos dando prioridade às vítimas, aos feridos, enfermos, os que necessitam ser operados e aos deslocados, que perderam suas casas e seus pertences", declarou o presidente.

O objetivo é "salvar o maior número de vidas possível", afirmou Yudhoyono, ao retornar ao acampamento improvisado na área mais afetada do distrito de Klaten, a leste da cidade histórica de Yogyakarta.

A principal autoridade militar na região, o general Joko Santoso, informou que Jacarta enviou mais de 2.000 militares para ajudar nos trabalhos de socorro. O primeiro contingente de soldados foi enviado ao local da tragédia uma hora depois do tremor, no sábado.

Os oficiais permanecerão deslocados por um período inicial de uma semana, mas o prazo pode ser ampliado em caso de necessidade.

O Exército instalou um hospital de campanha na distrito de Bantul e ajudará a preparar hospitais em outras três cidades --Magelang, Purwokerto e Semarang-- para tentar descongestionar os centros médicos de Yogyakarta, que entraram em colapso.

As equipes de resgate governamentais encerraram as buscas por sobreviventes e agora trabalham na retirada de cadáveres, que são enterrados imediatamente para evitar o surgimento de epidemias.

Apoio médico

A organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) enviou equipes para visitar os sete distritos mais afetados na região de Bantul, enquanto identificam as melhores áreas para tratar os feridos e atender aos desabrigados da ilha de Java.

A MSF informou que um avião com 35 toneladas de equipamentos médicos, uma unidade hospitalar móvel, geradores de energia, tendas e suprimentos de ajuda humanitária para atender cerca de 2.000 famílias já deixou a França e chegará a Bantul e Yogyakarta até quarta-feira.

Até a quinta-feira, mais um avião, este com com 28 toneladas de equipamento, deve chegar a Java, procedente da base logística de MSF em Ostend, na Bélgica.

A MSF ergueu pelo menos dez campos na região de Bantul, o epicentro do terremoto, onde a maioria dos desabrigados se recusou a abandonar os poucos pertences que conseguiram salvar.

A situação dos sobreviventes da catástrofe piorou com as chuvas que caem na Indonésia desde ontem e os cortes no suprimento de energia, principalmente durante a noite. A situação climática e a destruição dos prédios atrasaram o atendimentos dos doentes e também o envio de alimentos.

A ONG conta atualmente com 35 profissionais no local, incluindo cirurgiões, médicos, enfermeiros, psicólogos, profissionais de logística e especialistas em água e saneamento básico.

Três clínicas móveis mantidas pela MSF começarão a funcionar na região de Bantul a partir desta quarta-feira.

Vulcão

O vulcão Merapi, situado a 70 km do epicentro do terremoto em Java, mantém-se ativo e expelindo fumaça e lava. O monte Merapi ("montanha de fogo") expelia uma coluna de fumaça que alcançava 900 metros acima da cratera, ou seja, o dobro do registrado nesta segunda-feira.
Hoje, o Merapi emitiu 120 rios de lava e dez nuvens ardentes (compostas por gases quentes muito destrutivos).

Nas últimas semanas, o Merapi, um vulcão de quase 3.000 de altura, registrou uma atividade preocupante. Milhares de pessoas foram retiradas da área próxima ao vulcão.

O terremoto de sábado parece ter intensificado suas atividades.

Com agências internacionais

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