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31/05/2006 - 12h12

Premiê iraquiano decreta estado de emergência em Basra

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da Folha Online

O premiê iraquiano, Nuri al Maliki, decretou nesta quarta-feira estado de emergência na região de Basra, no sul do Iraque, que é afetada por uma disputa entre facções xiitas rivais.

O estado de emergência permite que autoridades prendam pessoas sem a necessidade de ordens judiciais, limitem o movimento de pessoas ou veículos, confisquem armas e fechem espaços públicos.

"Lamentamos a triste situação em Basra, mas a solução está nas mãos do povo e podemos apenas ajudar", disse Al Maliki na segunda maior cidade iraquiana, ao anunciar a medida.

Segundo o premiê, o estado de emergência ficará em vigor por um mês. Membros das forças de seguranças estarão nas ruas de Basra 24 horas por dia e irão conduzir operações de busca.

Além disso, órgãos de segurança entrarão em estado de alerta para "enfrentar a deteriorada situação de segurança na cidade". Durante este mês, serão impostas medidas de segurança.

Al Maliki adotou essa decisão horas após chegar a Basra, onde rejeitou a "ingerência" de partidos xiitas no trabalho das forças de segurança --predominantemente britânicas e iraquianas-- na cidade de pouco mais de 1 milhão de habitantes.

O premiê iraquiano lamentou o aumento dos assassinatos e o seqüestro de sunitas e xiitas em Basra, e reiterou que a prioridade de seu governo é colocar fim à insegurança, já que isto "afeta a situação econômica e social e cria obstáculos ao desenvolvimento do país".

Interferência

Al Maliki reconheceu que alguns dos principais partidos políticos "interferem no trabalho das forças de segurança", o que "afeta negativamente a atuação dessas forças".

Anteriormente, o premiê-- que chefiava uma delegação para restaurar a ordem em Basra-- afirmou que iria combater "com mão de ferro" os grupos que ameaçam a segurança no sul do país. O premiê lidera a facção governista Aliança Unida Iraquiana, que é bastante fragmentada.

A tensão começou em Basra após a retirada, no início deste mês, do partido xiita Al Fadila das negociações para a formação do governo iraquiano, devido a divergências com outros grupos políticos sobre a distribuição dos cargos ministeriais.

O partido é uma das principais alianças xiitas envolvidas na disputa em Basra, ao lado da organização armada Badr e do movimento liderado pelo clérigo xiita Moqtada al Sadr.

Corpos

Nesta quarta-feira, a polícia iraquiana encontrou 43 corpos com marcas de tortura nas últimas 24 horas em Bagdá, segundo fontes do Ministério do Interior.

A maioria dos corpos --com marcas de tiros, olhos vendados e braços atados às costas, foram achados no bairro Al Rasafa --de maioria sunita-- no leste da capital.

Outros quatro corpos foram encontrados em Sadr City (bairro xiita do norte de Bagdá) e 12 estavam espalhados em locais da cidade, segundo fontes do Ministério do Interior. Mais cinco corpos foram encontrados em Husseiniya, também ao norte de Bagdá.

Em Baquba --100 quilômetros ao norte de Bagdá, relatou a descoberta de três corpos decapitados na região de Moqdadiya.

Centenas de corpos foram encontrados em circunstâncias similares em diferentes áreas do país desde 22 de fevereiro, quando ocorreu um atentado contra uma importante mesquita xiita na cidade de Samarra, ao norte de Bagdá.

Soldados

Também nesta quarta-feira, o Exército americano anunciou as mortes de dois soldados em 24 horas no país. Um deles morreu na noite desta terça-feira, após a explosão de uma bomba caseira a sudeste de Bagdá, segundo um comunicado militar.

Em um segundo anúncio, o Exército informou a morte de um segundo soldado após outra explosão ocorrida na capital.

Dois soldados britânicos morreram após a explosão de uma bomba em Basra no domingo (28).

Nesta terça-feira, Os Estados Unidos anunciaram o envio de 1.500 soldados que estavam no Kuait para a região da Província iraquiana de Al Anbar.

Atualmente, há um total de 130 mil soldados americanos no Iraque.

Com agências internacionais

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