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02/06/2006 - 15h54

Militar condenado por abuso em Abu Ghraib escapa da pena de prisão

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da Folha Online

O sargento do Exército dos Estados Unidos apontado como ontem como culpado por ameaçar um detento da prisão iraquiana de Abu Ghraib com um cachorro e negligência no cumprimento do dever escapou da pena de prisão nesta sexta-feira, quando foi condenado a 90 dias de trabalhos forçados.

Santos A. Cardona, 32, de Fullerton (Califórnia), é o 11º militar penalizado por crimes relacionados aos abusos cometidos contra prisioneiros no final de 2003 e início de 2004.

11.jun.2004/AP
Imagem mostra militar dos EUA ameaçando prisioneiro de Abu Ghraib com cachorro
A Corte Marcial, composta por quatro oficiais e três soldados, em Fort Meade, Maryland, condenou Cardona a realizar tarefas pesadas por 90 dias, sem confinamento, além de ser rebaixado na hierarquia militar e ser descontado em US$ 7.200 de seu soldo, de acordo com uma porta-voz militar.

Depois de ser considerado culpado na quinta-feira, o sargento poderia ser condenado a até três anos e meio de prisão e até ser expulso do Exército. Cardona, entretanto, foi absolvido de outras sete acusações de tortura contra prisioneiros da prisão iraquiana.

Este processo era o último marcado de um soldado envolvido no escândalo de maus-tratos e humilhações infligidas aos prisioneiros de Abu Ghraib, que o presidente George W. Bush descreveu semana passada como "o maior erro" dos americanos no Iraque.

Outro envolvido no escândalo --revelado no início de 2004, quando fotos tiradas por militares foram publicadas na imprensa--, o sargento Michael Smith, 24, já havia sido condenado, em março, a seis meses de prisão e foi rebaixado a soldado raso.

Entre os oficiais de maior patente que testemunharam no julgamento está Geoffrey Miller, que esteve no comando do centro de detenção na base naval americana de Guantánamo, em Cuba, onde o Pentágono mantém centenas de homens detidos há anos sem julgamento.

Miller foi enviado pelo Pentágono ao Iraque no segundo semestre de 2003, quando se intensificou a ação de grupos insurgentes e os militares americanos tentavam conter os ataques armados.

Os outros dez julgamentos marciais realizados até agora concluíram que os abusos foram cometidos por soldados sem controle, que operavam sob uma supervisão insuficiente e que violaram as regras militares e não cumpriram ordens de seus superiores.

A condenação do sargento acontece num momento em que o Exército americano está confrontado com um novo escândalo. Duas investigações estão em curso para determinar as circunstâncias nas quais 24 civis iraquianos, entre eles mulheres e crianças, foram mortos, no dia 19 de novembro, em Haditha por uma patrulha de marines.

Cardona aparece em várias das fotografias que circularam por todo o mundo e nas quais se vêem cenas de torturas de prisioneiros, entre as quais incluem-se humilhações sexuais e intimidação com cachorros.

Outros soldados e suboficiais envolvidos nas torturas de Abu Ghraib receberam sentenças que vão do desconto da metade de um soldo até prisão por dez anos.

Com agências internacionais

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