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02/06/2006 - 18h13

Polícia fere suspeito durante operação antiterror em Londres

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da Folha Online

Policiais do Reino Unido prenderam nesta sexta-feira dois suspeitos, um deles depois de ser baleado por agentes, durante uma operação que teria encontrado no leste de Londres uma oficina de fabricação de bombas, informou a imprensa britânica.

Mais de 200 policiais --muitos vestindo coletes com proteção para armas químicas-- participaram da operação, que teve início no bairro residencial de Forest Gate às 4h (zero hora de Brasília).

O homem ferido, de 23 anos, foi levado ao Royal London Hospital de Whitechapel, no leste de Londres, mas não corre risco de morte.

Reuters
Policiais reunidos perto do local da operação no leste de Londres; um homem ficou ferido
Ele foi detido posteriormente como suspeito de preparação e instigação de atos terroristas, informou o chefe da brigada antiterrorista da Scotland Yard, o subcomissário Peter Clarke.

Um segundo indivíduo --de 20 anos e cuja identidade e nacionalidade também não foram divulgadas-- foi detido em aplicação da Lei Antiterrorista britânica e levado à delegacia de alta segurança de Paddington Green, acrescentou Clarke.

A operação foi realizada, após dois meses de vigilância, conjuntamente com os serviços de inteligência interno, em resposta a informações sobre "um complô contra o Reino Unido", indicou a agência Press Association.

A ação foi organizada com base em informações "muito específicas" que exigiram "uma investigação e uma resposta de grande amplitude", explicou Clarke.

"Em função da natureza muito específica das informações, nós conduzimos uma operação para evitar qualquer ameaça ao público, seja de uma arma de fogo seja de substâncias perigosas", acrescentou o subcomissário.

A BBC e a Sky News afirmaram que a polícia encontrou material que poderia servir para a fabricação de uma bomba na oficina de uma casa de Forest Gate.

A Sky News acrescentou que a polícia procurava "ingredientes químicos", e o jornal "Evening Standard" informou, citando fontes de segurança, que os suspeitos "tinham 'uma roupa de suicida' impregnada de agentes químicos tóxicos".

No local, a casa revistada foi coberta com uma lona amarela e branca. O setor foi isolado pela polícia e várias ruas vizinhas ficaram fechadas nesta manhã. Quatro ambulâncias permaneceram estacionadas nas proximidades, assim como duas viaturas da polícia.

Testemunhas afirmaram que a polícia chegou à vizinhança durante a madrugada e entrou na casa onde o homem baleado vivia com a mulher e quatro filhos há cerca de três anos.

Segundo o jornal britânico "The Guardian", um porta-voz policial se recusou a dizer se armas químicas ou biológicas foram encontradas no local.

"Não iremos comentar detalhes das investigações. A operação foi planejada e os policiais estavam vestidos de acordo com instruções da inteligência", disse o porta-voz.

De acordo com a polícia, as demais pessoas que estavam na casa no momento da operação foram levadas para outro local e não foram detidas.

Cerca de vinte jovens do bairro fizeram uma manifestação nesta sexta-feira em frente ao Royal London Hospital para apoiar o suspeito ferido.

O outro suspeito, de 20 anos, que seria irmão do homem ferido, foi transferido para a delegacia de Paddington Green, no centro de Londres, onde são geralmente interrogados os suspeitos de terrorismo.

Segundo a BBC, os dois detidos seriam de Bangladesh e seus nomes são Abdoul Jalal e Abdoul Kahar. A Scotland Yard recusou-se a confirmar seus nomes ou suas origens.

A polícia negou qualquer relação entre esta operação e os atentados de 7 de julho de 2005, que deixou 56 mortos nos transportes públicos da capital britânica.

O ministro do Interior, John Reid, foi informado do ocorrido, assim como o vice-primeiro-ministro John Prescott, que dirige o país na ausência de Tony Blair, que está em férias esta semana na Itália, informaram seus respectivos gabinetes.

Gary Singh, 22, morador do local percorrido pela operação policial, explicou que este era um "bairro típico do leste de Londres", sem problemas em particular. "Aqui só temos que ser prudentes. A polícia sempre está por aqui, mas nunca foi por nada muito importante."

Brasileiro

Em 22 de julho passado, policiais britânicos mataram a tiros o brasileiro Jean Charles de Menezes, 27, na estação de metrô de Stockwell, sul de Londres, após confundi-lo com um terrorista.

O brasileiro morreu duas semanas após os atentados de 7 de julho, e um dia após um novo atentado frustrado, em 21 de julho.

Na ocasião, a polícia alegou que Menezes --que estaria sendo vigiado-- estava vestido com uma jaqueta suspeita e havia corrido na estação ao ser abordado pelos policiais.

No entanto, informações divulgadas posteriormente no inquérito oficial sobre a morte contradisseram a versão policial. A polícia então reconheceu que ele trafegava normalmente na estação de metrô, a caminho do trabalho, e que sua morte foi um "trágico erro".

A IPCC realizou duas investigações para avaliar a conduta da polícia no caso. A segunda foi concluída em fevereiro, e as conclusões foram entregues à Promotoria britânica.

Com agências internacionais

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