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04/06/2006
-
08h25
DANIELA LORETO
da Folha Online
Um alerta de segurança emitido devido à atividade do vulcão Merapi, na Indonésia, acabou se transformando em grande ajuda às vítimas do terremoto de 6,3 graus na escala Richter que atingiu a ilha de Java, também na Indonésia, há uma semana.
Apesar de a tragédia ter deixado um rastro de 6.000 mortos e mais de 46 mil feridos --30 mil deles com lesões graves--, além de destruir cerca de 135 mil casas em menos de um minuto, a situação já está sob controle porque muitas equipes de emergência já trabalhavam na região devido ao perigo oferecido pelo vulcão, segundo a enfermeira belga Virginie Cauterlier, 28, que integra a equipe médica da organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF).
"Embora haja muitos feridos, a situação está sob controle, há médicos para atender a todos", disse Cauterlier à Folha Online, por telefone, de Java.
O Merapi, situado a 70 km do epicentro do terremoto em Java, mantém-se ativo e expelindo fumaça e lava. Nas últimas semanas, o vulcão de quase 3.000 metros de altura, registrou uma atividade preocupante, e milhares de pessoas foram retiradas da área próxima.
De acordo com Cauterlier, não há risco de proliferação de doenças nas áreas afetadas porque os corpos foram removidos com rapidez. "Não tivemos problemas como epidemias de cólera ou malária, porque não há mais corpos sob os escombros, todos os mortos já foram retirados", diz.
A enfermeira diz que é difícil prever quanto tempo as equipes da MSF ainda devem permanecer na área. "Estamos aqui para atender a situação de emergência, ficaremos enquanto houver necessidade", diz. "Mas há muita ajuda dos próprios indonésios, que conhecem o país, a língua. Não é preciso que equipes estrangeiras permaneçam por um longo período", acrescenta.
Tsunami
Cauterlier --que trabalhou no atendimento às vítimas do tsunami de dezembro de 2004, que matou 168 mil indonésios-- diz que a situação atual é "completamente diferente".
"Não dá para comparar as duas situações, porque a ilha de Java tem bons recursos, universidades e pessoas preparadas. Muitas áreas afetadas pelo tsunami na ilha de Sumatra não tinham universidades."
A MSF --que conta com uma equipe de 35 profissionais na região, incluindo cirurgiões, médicos, enfermeiros, psicólogos, profissionais de logística e especialistas em água e saneamento básico-- mantém uma equipe cirúrgica no hospital de Bedeseka, em Yogyakarta, em colaboração com equipes da Indonésia. Um hospital extra com 150 leitos recebe os pacientes que os quatro principais hospitais de Yogyakarta não conseguem atender.
A organização mantém ainda clínicas móveis nas áreas rurais de Java e equipes que avaliam as necessidades das vítimas.
"Há muitas necessidades. Milhares tiveram suas casas destruídas, precisam de tendas, cobertores, de ferramentas para reconstruir suas casas", diz.
De acordo com a ONG, há também dificuldades na distribuição de ajuda e suprimentos nas áreas rurais, onde as equipes demoram mais para chegar.
No entanto, segundo Cauterlier, as equipes médicas não enfrentam problemas de acesso para atender os feridos. "A região de Java não tem montanhas, não tem áreas de difícil acesso. É uma área pequena, não houve necessidade de uso de helicópteros", explica.
Segundo ela, a infra-estrutura da região --que é bastante turística e abriga a capital Jacarta-- também facilita os trabalhos.
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da Folha Online
Um alerta de segurança emitido devido à atividade do vulcão Merapi, na Indonésia, acabou se transformando em grande ajuda às vítimas do terremoto de 6,3 graus na escala Richter que atingiu a ilha de Java, também na Indonésia, há uma semana.
Apesar de a tragédia ter deixado um rastro de 6.000 mortos e mais de 46 mil feridos --30 mil deles com lesões graves--, além de destruir cerca de 135 mil casas em menos de um minuto, a situação já está sob controle porque muitas equipes de emergência já trabalhavam na região devido ao perigo oferecido pelo vulcão, segundo a enfermeira belga Virginie Cauterlier, 28, que integra a equipe médica da organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF).
"Embora haja muitos feridos, a situação está sob controle, há médicos para atender a todos", disse Cauterlier à Folha Online, por telefone, de Java.
O Merapi, situado a 70 km do epicentro do terremoto em Java, mantém-se ativo e expelindo fumaça e lava. Nas últimas semanas, o vulcão de quase 3.000 metros de altura, registrou uma atividade preocupante, e milhares de pessoas foram retiradas da área próxima.
De acordo com Cauterlier, não há risco de proliferação de doenças nas áreas afetadas porque os corpos foram removidos com rapidez. "Não tivemos problemas como epidemias de cólera ou malária, porque não há mais corpos sob os escombros, todos os mortos já foram retirados", diz.
A enfermeira diz que é difícil prever quanto tempo as equipes da MSF ainda devem permanecer na área. "Estamos aqui para atender a situação de emergência, ficaremos enquanto houver necessidade", diz. "Mas há muita ajuda dos próprios indonésios, que conhecem o país, a língua. Não é preciso que equipes estrangeiras permaneçam por um longo período", acrescenta.
Tsunami
Cauterlier --que trabalhou no atendimento às vítimas do tsunami de dezembro de 2004, que matou 168 mil indonésios-- diz que a situação atual é "completamente diferente".
"Não dá para comparar as duas situações, porque a ilha de Java tem bons recursos, universidades e pessoas preparadas. Muitas áreas afetadas pelo tsunami na ilha de Sumatra não tinham universidades."
A MSF --que conta com uma equipe de 35 profissionais na região, incluindo cirurgiões, médicos, enfermeiros, psicólogos, profissionais de logística e especialistas em água e saneamento básico-- mantém uma equipe cirúrgica no hospital de Bedeseka, em Yogyakarta, em colaboração com equipes da Indonésia. Um hospital extra com 150 leitos recebe os pacientes que os quatro principais hospitais de Yogyakarta não conseguem atender.
A organização mantém ainda clínicas móveis nas áreas rurais de Java e equipes que avaliam as necessidades das vítimas.
"Há muitas necessidades. Milhares tiveram suas casas destruídas, precisam de tendas, cobertores, de ferramentas para reconstruir suas casas", diz.
De acordo com a ONG, há também dificuldades na distribuição de ajuda e suprimentos nas áreas rurais, onde as equipes demoram mais para chegar.
No entanto, segundo Cauterlier, as equipes médicas não enfrentam problemas de acesso para atender os feridos. "A região de Java não tem montanhas, não tem áreas de difícil acesso. É uma área pequena, não houve necessidade de uso de helicópteros", explica.
Segundo ela, a infra-estrutura da região --que é bastante turística e abriga a capital Jacarta-- também facilita os trabalhos.
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