Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
05/10/2000 - 07h44

Pesquisas dão vitória de Gore sobre Bush no debate

Publicidade

SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo

O candidato democrata à Presidência dos EUA, Al Gore, foi o vencedor do debate da última terça-feira (3) com o republicano George W. Bush, segundo pesquisas feitas imediatamente após a conclusão do encontro.

De acordo com levantamento da TV "CBS" com 812 eleitores registrados, Gore se saiu melhor (56%) que Bush (42%). A margem de erro é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos. Em pesquisa da TV "NBC", que não transmitiu o debate, a diferença é um pouco menor: 46% para o democrata, 36% para o republicano. A margem de erro é de 4,2 pontos percentuais.

Já pesquisa da TV "CNN" e do jornal "USA Today", com margem de erro de quatro pontos percentuais, dá empate técnico. Entre os 435 ouvidos, Gore ganhou para 48%, enquanto o governador do Texas foi melhor para 41%.

Os dois candidatos à Presidência dos EUA se encontraram na noite de terça em Boston para o primeiro de três debates antes das eleições de 7 de novembro.

Gore vencedor é a opinião também do analista Nolan McCarty, professor da Universidade Columbia, de Nova York. McCarty, doutor em Política Americana, disse à Folha que ele ganhou na avaliação "tradicional".

"Mas um candidato 'vence' num debate se ele supera as expectativas e tem desempenho melhor do que se previa", continua. "Nesse sentido, George W. Bush é o grande vencedor."

Para o analista, que se especializou no estudo de lobbies e política de grupos, a imprensa exagera o poder dos debates. "Não creio que nenhuma eleição desde 1960 alcançaria resultado diferente se não tivessem ocorrido os debates televisionados", afirma ele.

Temas
O debate de terça à noite girou em torno dos grandes temas da campanha -crise do petróleo, subsídios para remédios controlados, orçamento das Forças Armadas, a polêmica pílula abortiva RU-486, como era previsível.

Durante a maior parte do encontro, no entanto, por mais que suas propostas fossem parecidas, Gore e Bush se esforçaram para parecer o mais diferente possível do adversário.

Assim, o vice de Bill Clinton dizia que iria governar para todos, não apenas de acordo com interesses de pequenos grupos poderosos, uma referência ao apoio que a campanha de Bush vem obtendo de, entre outros, a indústria farmacêutica.

Já o filho do ex-presidente George Bush se mostrava como um "outsider" de Washington, mas com experiência administrativa, distante portanto do que chamou de burocracia e poder atualmente estabelecidos - tentando colar em seu oponente a etiqueta "ligado ao governo Clinton".

Ontem, os dois voltaram a se atacar. Bush disse que Gore "enfeitou e exagerou" seu papel durante incêndios recentes em matas do Texas. "Eu acompanhei (o diretor da agência federal de emergência) James Lee Witt ao Texas quando os incêndios começaram", disse Gore no debate.

O governador afirmou que isso nunca aconteceu. Ontem, o vice-presidente voltou atrás e disse que na verdade deve ter se "enganado" quanto à viagem.

Audiência
Cerca de 32 milhões de espectadores assistiram ao encontro transmitido pelas emissoras "ABC" e "CBS", segundo resultados preliminares do Instituto Nielsen.

O número é maior do que o obtido pelas mesmas emissoras em 1996, quando Bill Clinton enfrentou Bob Dole (26 milhões de pessoas). O total, que deve chegar a 75 milhões, incluindo as emissoras pagas e as retransmissoras, ainda não estava disponível.

O recorde deve continuar com o encontro entre Ronald Reagan e Jimmy Carter em 1980: 80 milhões de público.

Entre os convidados que assistiram ao debate de anteontem "in loco" não estava o candidato do Partido Verde, Ralph Nader. O presidenciável ganhou um convite de um partidário estudante, mas foi barrado na porta do auditório da Universidade de Massachusetts por policiais.

A organização temia alguma espécie de manifestação do candidato durante o encontro. Segundo a Comissão dos Debates Presidenciais, que regula os encontros, somente postulantes com pelo menos 15% das intenções de votos em cinco pesquisas nacionais poderiam participar do encontro. Apenas Bush e Gore preenchiam os pré-requisitos.

Já o conservador Pat Buchanan, do Partido Reformista, o outro candidato nanico na corrida presidencial, assistiu ao que ele chamou a "grande jogada republicana" do seu quarto de hotel, acompanhado de sua mulher.

Hoje à noite é a vez dos candidatos à Vice-Presidência se enfrentarem. O debate entre Joseph Lieberman (democrata) e Dick Cheney (republicano) acontece em Danville, no Kentucky.

O encontro de 90 minutos, o único previsto até agora, terá a mediação do jornalista Bernard Shaw, da emissora "CNN".



  • Leia mais no especial Eleições nos EUA.

    Leia mais notícias internacionais na Folha Online
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página