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16/06/2006
-
10h40
da France Presse, em Londres
O relatório com dados da investigação sobre a morte do brasileiro Jean Charles de Menezes-- morto em julho passado pela polícia londrina após ser confundido com um terrorista-- será publicado entre setembro e outubro, anunciou nesta sexta-feira a comissão que estuda o caso.
"Acreditamos que a publicação sairá no final do verão [europeu]", afirmou um porta-voz da comissão independente que examina as denúncias contra a polícia metropolitana de Londres e sua responsabilidade na morte do brasileiro.
Apesar de a divulgação estar inicialmente prevista para esta sexta-feira, o porta-voz explicou que o adiamento da publicação ocorreu devido à necessidade de dar tempo aos investigadores.
Familiares de Jean Charles denunciaram imediatamente o novo adiamento do relatório. Em um comunicado no qual critica a lentidão da comissão para esclarecer o caso, a família afirma que dois oficiais da polícia que ainda devem ser interrogados só serão ouvidos em julho ou agosto.
'Nossa família já foi abandonada pela polícia, e agora está sendo abandonada pela promotoria e pela comissão investigadora', diz o comunicado dos parentes do brasileiro.
A família pede, desde o início do caso, que os responsáveis pela morte de Jean Charles sejam levados à justiça e exige, em particular, que o chefe da polícia metropolitana de Londres, Ian Blair, seja afastado do cargo.
Mentiras
Na semana passada, o jornal inglês "News of the World" noticiou a existência de um novo informe que comprovaria mentiras por parte da polícia depois da ocorrência da tragédia.
De acordo com o jornal, a alta direção da polícia já saiba que Jean Charles era inocente e não um terrorista poucas horas depois de os agentes terem executado o brasileiro.
Segundo o documento de 150 páginas elaborado pela comissão independente que investiga as queixas contra a polícia britânica, as autoridades, no entanto, só informaram a Ian Blair sobre o erro no dia seguinte, acrescenta a publicação.
"É um fato inquestionável. A questão agora é saber o por quê", declarou uma fonte anônima ligada à comissão. "Acredita-se que, uma vez que Blair é famoso por reagir com rigor às más notícias, eles [os responsáveis] tiveram medo de contar a verdade e só o fizeram na manhã de sábado", acrescentou a mesma fonte.
O informe, no entanto, mostra que dois departamentos da Scotland Yard já conheciam a verdade às 21h45 de sexta-feira.
Afastamento
Após a divulgação deste novo relatório, o ministro britânico do Interior, Tony McNulty, disse à rádio BBC que o Ian Blair não será afastado do cargo, apesar das pressões que ele sofre pelo caso do brasileiro.
Sobre as alegações do jornal, McNulty disse que não iria "especular" sobre um relatório ainda não publicado oficialmente. "Acredito que, nesse momento, o chefe da polícia metropolitana está inteiramente a salvo em seu cargo", afirmou.
A comissão independente que investiga o caso Jean Charles afirmou que a maneira que o jornal apresentou o relatório não é "uma descrição apurada ou justa" de suas descobertas.
O eletricista Jean Charles de Menezes, 27, foi morto em um vagão da estação de metrô de Stockwell em 22 julho --um dia depois de uma tentativa frustrada de ataques contra o sistema de transportes de Londres e duas semanas após o atentado de 7 julho, que matou 56 pessoas.
Ele foi morto com oito tiros após ser confundido pela polícia como um possível homem-bomba.
Especial
Leia cobertura completa sobre os ataques em Londres
Leia o que já foi publicado sobre Jean Charles de Menezes
Família de Jean Charles critica adiamento de relatório sobre morte
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O relatório com dados da investigação sobre a morte do brasileiro Jean Charles de Menezes-- morto em julho passado pela polícia londrina após ser confundido com um terrorista-- será publicado entre setembro e outubro, anunciou nesta sexta-feira a comissão que estuda o caso.
"Acreditamos que a publicação sairá no final do verão [europeu]", afirmou um porta-voz da comissão independente que examina as denúncias contra a polícia metropolitana de Londres e sua responsabilidade na morte do brasileiro.
Apesar de a divulgação estar inicialmente prevista para esta sexta-feira, o porta-voz explicou que o adiamento da publicação ocorreu devido à necessidade de dar tempo aos investigadores.
Familiares de Jean Charles denunciaram imediatamente o novo adiamento do relatório. Em um comunicado no qual critica a lentidão da comissão para esclarecer o caso, a família afirma que dois oficiais da polícia que ainda devem ser interrogados só serão ouvidos em julho ou agosto.
'Nossa família já foi abandonada pela polícia, e agora está sendo abandonada pela promotoria e pela comissão investigadora', diz o comunicado dos parentes do brasileiro.
A família pede, desde o início do caso, que os responsáveis pela morte de Jean Charles sejam levados à justiça e exige, em particular, que o chefe da polícia metropolitana de Londres, Ian Blair, seja afastado do cargo.
Mentiras
Na semana passada, o jornal inglês "News of the World" noticiou a existência de um novo informe que comprovaria mentiras por parte da polícia depois da ocorrência da tragédia.
De acordo com o jornal, a alta direção da polícia já saiba que Jean Charles era inocente e não um terrorista poucas horas depois de os agentes terem executado o brasileiro.
Segundo o documento de 150 páginas elaborado pela comissão independente que investiga as queixas contra a polícia britânica, as autoridades, no entanto, só informaram a Ian Blair sobre o erro no dia seguinte, acrescenta a publicação.
"É um fato inquestionável. A questão agora é saber o por quê", declarou uma fonte anônima ligada à comissão. "Acredita-se que, uma vez que Blair é famoso por reagir com rigor às más notícias, eles [os responsáveis] tiveram medo de contar a verdade e só o fizeram na manhã de sábado", acrescentou a mesma fonte.
O informe, no entanto, mostra que dois departamentos da Scotland Yard já conheciam a verdade às 21h45 de sexta-feira.
Afastamento
Após a divulgação deste novo relatório, o ministro britânico do Interior, Tony McNulty, disse à rádio BBC que o Ian Blair não será afastado do cargo, apesar das pressões que ele sofre pelo caso do brasileiro.
Sobre as alegações do jornal, McNulty disse que não iria "especular" sobre um relatório ainda não publicado oficialmente. "Acredito que, nesse momento, o chefe da polícia metropolitana está inteiramente a salvo em seu cargo", afirmou.
A comissão independente que investiga o caso Jean Charles afirmou que a maneira que o jornal apresentou o relatório não é "uma descrição apurada ou justa" de suas descobertas.
O eletricista Jean Charles de Menezes, 27, foi morto em um vagão da estação de metrô de Stockwell em 22 julho --um dia depois de uma tentativa frustrada de ataques contra o sistema de transportes de Londres e duas semanas após o atentado de 7 julho, que matou 56 pessoas.
Ele foi morto com oito tiros após ser confundido pela polícia como um possível homem-bomba.
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