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16/06/2006 - 17h13

Israel mata um extremista palestino em Gaza; Hamas rejeita trégua

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da Folha Online

Um extremista palestino morreu e ao menos outros dois ficaram feridos nesta sexta-feira durante ataque aéreo israelense ao sul da Cidade de Gaza, em uma ação realizada apenas algumas horas após membros do movimento islâmico radical Hamas terem rejeitado uma proposta de cessar-fogo apresentada pelo governo palestino.

O Exército de Israel afirmou que a explosão foi resultado de um ataque aéreo contra um carro que transportava militantes do grupo terrorista Jihad Islâmico, acusado por autoridades israelenses de disparar foguetes caseiros a partir da faixa de Gaza contra alvos judaicos.

De acordo com as Forças Armadas de Israel, mais de 140 foguetes foram lançados por extremistas de Gaza na última semana.

Um míssil atingiu o carro dos extremistas na cidade de Wadi Gaza, um quilômetro ao sul da Cidade de Gaza, matando uma pessoa e ferindo dois, afirmaram testemunhas.

Ao menos um dos feridos no ataque está em estado grave, de acordo com o hospital de Deir el Balah.

Fontes médicas identificaram o palestino morto como Emad Yassin, 26 --informação que foi confirmada pelo Jihad Islâmico.

A rádio do Exército israelense noticiou que Yassin era uma das principais autoridades do Jihad em operação na faixa de Gaza, responsável por vários disparos de foguetes contra Israel nos últimos dias.

Israel matou ao menos 16 palestinos, incluindo civis, durante a última semana, em meio ao aumento nos ataques de membros de grupos radicais contra o Estado israelense.

Sem acordo

Militantes do Hamas recusaram o plano de trégua apresentado pelo governo palestino, liderado pelo próprio Hamas, a Israel, enquanto outros grupos armados também refutaram a proposta.

Divergências sobre o cessar-fogo, que tem como condição a suspensão das incursões israelenses e ataques aéreos em Gaza e na Cisjordânia, pode levar a desentendimentos sobre as táticas entre as bases do movimento Hamas e o governo palestino eleito no início do ano.

O braço armado do Hamas colocou fim à trégua de 16 meses com Israel há cerca de uma semana e logo após começou a disparar foguetes caseiros contra o Estado israelense a partir da faixa de Gaza.

Nesta quinta-feira, um porta-voz do governo do Hamas, Ghazi Hamad, anunciou a oferta de cessar-fogo a Israel.

Em uma entrevista à rádio pública israelense, Hamad, que representa o Hamas na faixa de Gaza, pediu que Israel dê uma "chance à paz". O porta-voz declarou que o grupo está disposto a convencer as demais facções palestinas a aceitarem o cessar-fogo.

Membros da facção armada do Hamas, entretanto, rejeitaram a iniciativa nesta sexta-feira. "Nós não estamos interessados em realizar nenhuma oferta ou propostas", disse Sami Abu Zuhri, porta-voz do movimento Hamas.

"Quando a ocupação acabar com seus crimes e assassinatos contra nosso povo, então as facções poderão analisar o assunto de acordo com os interesses de nosso povo", ressaltou Zuhri.

Autoridades israelenses ainda não se manifestaram sobre a proposta de trégua.

Ajuda européia

Líderes da União Européia (UE) aprovaram nesta sexta-feira o envio de uma ajuda de US$ 126 milhões aos palestinos para as áreas da saúde, de fornecimento de energia elétrica e ajuda às famílias necessitadas. O grupo manteve, no entanto, o boicote financeiro ao governo do Hamas.

Um documento assinado por representantes dos 25 países-membros do bloco afirma que a UE está "pronta para contribuir com uma quantia substancial por meio de um mecanismo internacional", que chegaria diretamente aos palestinos sem passar pelo Hamas.

Segundo a porta-voz da UE, Emma Udwin, o grupo pretende enviar um pacote inicial de US$ 126 milhões. O mecanismo internacional deve entrar em funcionamento em julho próximo.

"Nós, europeus, estamos determinados a fazer nossa parte para evitar que uma crise humanitária se estabeleça nos territórios palestinos", afirmou a comissária de Relações Externas da UE, Benita Ferrero-Waldner.

Ela deve ir ao Oriente Médio na segunda-feira (19) para apresentar o plano de ajuda. Segundo um comunicado da UE, a proposta foi elaborada em conjunto com os Estados Unidos, a Rússia e a ONU, que concordaram, que a UE crie, em maio próximo, um mecanismo internacional para manter a economia palestina, apesar do corte do envio de recursos ao governo do Hamas.

Boicote

A UE reiterou que não terá contato com o Hamas enquanto o grupo terrorista e partido político não renunciar à violência, reconhecer a existência do Estado de Israel e respeitar os acordos de paz. "Não podemos negociar com um governo que ainda não aceitou o princípio básico da paz", afirmou Ferrero-Waldner.

O grupo pediu, no entanto, que Israel retome a transferência mensal de US$ 50 milhões em impostos para a ANP, já que os fundos são "essenciais para reverter a crise nos territórios palestinos". O comunicado diz que os recursos podem ser controlados pelo novo mecanismo.

Israel suspendeu o envio de recursos depois da vitória do Hamas nas eleições palestinas de 25 de janeiro. A UE e os EUA --que consideram o Hamas uma organização terrorista-- também bloquearam o envio de milhões de dólares em ajuda direta ao governo palestino.

O corte de recursos deixou cerca de 165 mil trabalhadores palestinos sem receber seus salários --entre eles, professores, trabalhadores da saúde e da segurança, que não são pagos pelo governo há três meses.

Com agências internacionais

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