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24/06/2006
-
13h15
da Efe, em Sydney
Milhares de manifestantes impediram neste sábado o primeiro-ministro do Timor Leste, Mari Alkatiri, de participar da reunião em Dili com líderes do partido governista, a Frente Revolucionária para a Libertação do Timor (Fretilin), que deveria decidir sobre sua renúncia para encerrar a crise no país.
A Fretilin teve que adiar o encontro para domingo. Os manifestantes impediram o acesso de seus membros.
Cerca de 20 caminhões e ônibus chegaram ontem à cidade e estacionaram em frente à entrada da sede do Fretilin. Ao mesmo tempo, outros manifestantes continuavam acampados diante da porta da casa do primeiro-ministro Alkatiri.
O porta-voz da Fretilin, Stanislau da Silva, explicou que a reunião foi adiada porque "alguns membros do comitê central não puderam chegar" à sede, informou a agência australiana AAP.
Antonino Bianco, membro do comitê central, contou à rádio australiana ABC que os mais de 2.000 manifestantes gritavam palavras de ordem contra Alkatiri, nas ruas, enquanto no interior da sede os políticos não atingiam o quórum necessário para tomar uma decisão.
Dos 81 membros do comitê que deveriam ter comparecido, só chegaram 20, apesar de a sede estar protegida por soldados portugueses, informou a emissora australiana.
Delegados da reunião manifestaram seu descontentamento com os mais de 2.200 soldados e policiais internacionais no país. Eles acusaram as tropas australianas, que patrulham o centro de Dili, de não fazer o suficiente para garantir a movimentação do primeiro-ministro.
Quando o partido se reunir, amanhã, deverá obrigar Alkatiri a apresentar a sua renúncia, como querem o presidente, Xanana Gusmão, e os milhares de manifestantes que há dias protestam nas ruas da capital. A população pede a renúncia de Alkatiri e aclama o presidente.
Recuo
Gusmão, que na quinta-feira ameaçou deixar o cargo se Alkatiri não renunciasse, teve que voltar atrás. Ele atendeu aos manifestantes e prometeu continuar à frente do Estado.
O presidente, considerado um herói nacional, entregou uma carta à Fretilin. O texto, revelado hoje à imprensa, acusa o partido de corrupto e de ávido de poder.
Xanana pede que a Fretilin escolha um novo líder. Ele observa que a reeleição de Alkatiri, no mês passado, foi resultado de uma votação sob pressão e deve ser anulada.
"Os delegados que participaram do congresso recente levantaram suas mãos por medo de perder seus postos de trabalho, seu meio de alimentar a família", diz a carta.
"Como presidente da República, não aceito o resultado do último congresso e peço à Comissão Política Nacional da Fretilin que celebre imediatamente um congresso extraordinário", acrescenta.
A atual crise no Timor Leste começou com a dispensa, em março, de 600 militares. Em seguida, os confrontos nas ruas causaram a morte de cerca de 30 pessoas e a fuga de 100 mil. Tropas internacionais tiveram que intervir no país.
A intervenção de forças de Austrália, Malásia, Portugal e Nova Zelândia foi necessária para deter os confrontos violentos em Dili entre grupos oriundos da região oriental e da ocidental.
A ex-colônia portuguesa obteve a independência da Indonésia em 2002, mas nasceu como um dos países mais pobres do mundo.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o Timor Leste
Manifestantes impedem reunião sobre renúncia do premiê do Timor
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Milhares de manifestantes impediram neste sábado o primeiro-ministro do Timor Leste, Mari Alkatiri, de participar da reunião em Dili com líderes do partido governista, a Frente Revolucionária para a Libertação do Timor (Fretilin), que deveria decidir sobre sua renúncia para encerrar a crise no país.
A Fretilin teve que adiar o encontro para domingo. Os manifestantes impediram o acesso de seus membros.
Cerca de 20 caminhões e ônibus chegaram ontem à cidade e estacionaram em frente à entrada da sede do Fretilin. Ao mesmo tempo, outros manifestantes continuavam acampados diante da porta da casa do primeiro-ministro Alkatiri.
O porta-voz da Fretilin, Stanislau da Silva, explicou que a reunião foi adiada porque "alguns membros do comitê central não puderam chegar" à sede, informou a agência australiana AAP.
Antonino Bianco, membro do comitê central, contou à rádio australiana ABC que os mais de 2.000 manifestantes gritavam palavras de ordem contra Alkatiri, nas ruas, enquanto no interior da sede os políticos não atingiam o quórum necessário para tomar uma decisão.
Dos 81 membros do comitê que deveriam ter comparecido, só chegaram 20, apesar de a sede estar protegida por soldados portugueses, informou a emissora australiana.
Delegados da reunião manifestaram seu descontentamento com os mais de 2.200 soldados e policiais internacionais no país. Eles acusaram as tropas australianas, que patrulham o centro de Dili, de não fazer o suficiente para garantir a movimentação do primeiro-ministro.
Quando o partido se reunir, amanhã, deverá obrigar Alkatiri a apresentar a sua renúncia, como querem o presidente, Xanana Gusmão, e os milhares de manifestantes que há dias protestam nas ruas da capital. A população pede a renúncia de Alkatiri e aclama o presidente.
Recuo
Gusmão, que na quinta-feira ameaçou deixar o cargo se Alkatiri não renunciasse, teve que voltar atrás. Ele atendeu aos manifestantes e prometeu continuar à frente do Estado.
O presidente, considerado um herói nacional, entregou uma carta à Fretilin. O texto, revelado hoje à imprensa, acusa o partido de corrupto e de ávido de poder.
Xanana pede que a Fretilin escolha um novo líder. Ele observa que a reeleição de Alkatiri, no mês passado, foi resultado de uma votação sob pressão e deve ser anulada.
"Os delegados que participaram do congresso recente levantaram suas mãos por medo de perder seus postos de trabalho, seu meio de alimentar a família", diz a carta.
"Como presidente da República, não aceito o resultado do último congresso e peço à Comissão Política Nacional da Fretilin que celebre imediatamente um congresso extraordinário", acrescenta.
A atual crise no Timor Leste começou com a dispensa, em março, de 600 militares. Em seguida, os confrontos nas ruas causaram a morte de cerca de 30 pessoas e a fuga de 100 mil. Tropas internacionais tiveram que intervir no país.
A intervenção de forças de Austrália, Malásia, Portugal e Nova Zelândia foi necessária para deter os confrontos violentos em Dili entre grupos oriundos da região oriental e da ocidental.
A ex-colônia portuguesa obteve a independência da Indonésia em 2002, mas nasceu como um dos países mais pobres do mundo.
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