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25/06/2006 - 10h12

Liberal na economia, Calderón promete continuidade no México

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da Folha de S.Paulo

Apesar de ser uma das figuras mais importantes do partido do governo, Felipe Calderón ficou apenas 15 meses no gabinete do presidente Vicente Fox. Sete como presidente do Banco Nacional de Obras e oito como Ministro da Energia. Até o ano passado, era desconhecido pela maioria dos mexicanos.

Seu magro currículo na administração pública contrasta com sua precoce carreira de destaque no conservador Partido da Ação Nacional (PAN). Filho de um dos fundadores do partido, foi deputado estadual aos 26, federal aos 29 e presidiu o partido aos 33 anos, quando o PAN virou grande força nacional --antes de chegar ao poder em 2000 com Fox.

Ficou pouco no governo porque não quis esperar a bênção de Fox --que tinha outro sucessor na cabeça, seu ministro Santiago Creel. Ao anunciar sua disposição de ser o candidato, brigou com Fox e renunciou ao cargo. Hoje está reconciliado com o presidente.

Com mestrado em Harvard, Calderón representa a parte do México que mais ganhou com o Nafta, o bloco comercial que o país mantém com EUA e Canadá. Como deputado, participou da comissão parlamentar que negociou o tratado de livre comércio. Seu eleitorado é maior na classe média, na elite e no empresariado. Em cidades como Monterrey, Guadalajara e no mais abastado norte do país.

Apesar de criticar o "populismo" de seu principal adversário, o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, Calderón tem prometido criar milhões de empregos em seu governo. "Meu trabalho será o de ter certeza que não faltará trabalho aos mexicanos", promete.

Em uma das poucas coincidências que tem com o adversário, ele acha que o drama da imigração mexicana para os EUA só diminuirá com mais "empregos decentes". Apesar da baixa taxa de desemprego (3,5%), a taxa de subempregos e dos salários baixos tornam irresistível o sonho de cruzar a fronteira do norte.

Sua ascensão só começou em abril. Até então, sua campanha patinava. Em fevereiro, recebeu o apoio do ex-premiê espanhol José María Aznar, personagem impopular no México por sua amizade com o presidente americano George W. Bush e pela defesa e o apoio à Guerra do Iraque.

Antiquado

No mesmo mês, em um programa de televisão de grande audiência, Calderón afirmou ser contrário a qualquer tipo de aborto, ao casamento gay, à eutanásia e à pílula do dia seguinte ("é abortiva", disse). A pílula é distribuída gratuitamente nos hospitais públicos pelo governo de seu próprio partido.

Como sinal de que o México carola de antigamente está em transformação, ele caiu nas pesquisas depois da entrevista, e principalmente entre o eleitorado jovem, que o vê como um homem antiquado.

Foi quando sua campanha mudou radicalmente. Passou a investir numa imagem menos formal. Lançou na última semana sua biografia chamada "O Filho Desobediente".

"Calderón tem uma formação intelectual bem mais sólida que a de Fox ou que a dos outros candidatos", diz o escritor e comentarista político Héctor Aguilar Camín. "É um liberal na economia, mas é de partido católico muito conservador."

Com carisma limitado, fez poucos comícios para multidões e investiu mais tempo na tevê. Boa parte da propaganda focou os ataques contra López Obrador e o "perigo" que ele representaria para o México, comparando-o a Chávez. A campanha do medo contra a esperança funcionou até certo ponto, ao fazer o conservador empatar com o esquerdista.

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