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07/07/2006 - 21h50

Calderón diz querer relação construtiva com EUA, Cuba e Venezuela

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da Efe, na Cidade do México

O vencedor das eleições presidenciais do México, o conservador Felipe Calderón, disse nesta sexta-feira que busca uma "relação construtiva e respeitosa" com os Estados Unidos e o restante dos países do mundo, inclusive Cuba e Venezuela.

As primeiras felicitações oficiais recebidas por Calderón foram criticadas por parte da coalizão de esquerda liderada por Andrés Manuel López Obrador, que julgou a atitude como uma "ingerência", dado o fato de que o resultado das eleições será objeto de um pedido de impugnação pela legenda.

Um dia após o Instituto Federal Eleitoral (IFE) ter anunciado sua vitória sobre López Obrador por 243.900 votos, Calderón disse a correspondentes estrangeiros que sua política externa será "ativa" e se caracterizará pela "responsabilidade, liderança e respeito à livre autodeterminação".

Essa "liderança diplomática" dará ênfase a assuntos como a promoção e a defesa dos direitos humanos, o livre comércio e a energia, disse Calderón, do Partido de Ação Nacional (PAN), o mesmo do atual Chefe de Estado do México, Vicente Fox.

"Serei um presidente que estará atento a todos os pontos cardeais do planeta, reforçando as relações do México com Estados Unidos, Canadá, América Latina, União Européia [UE], Ásia, África e Oceania", afirmou.

Calderón, 43, ex-ministro de Energia do governo de Fox, disse que "gostaria muito" de aproveitar a tecnologia brasileira de prospecção e exploração de petróleo em águas profundas e de receber assessoria na produção de etanol.

Sobre a relação com os EUA e Canadá, parceiros do México no Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta), Calderón expressou sua intenção de que a associação seja aprofundada "em termos de harmonia e respeito mútuo", para que a construção da prosperidade da região tenha continuidade.

Referindo-se especificamente às relações com Caracas e Havana --que no governo de Fox passaram por atritos diplomáticos depois que o PAN classificou Venezuela e Cuba como países "antidemocráticos"--, Calderón disse que elas devem ser "construtivas e respeitosas".

"Minha intenção é estabelecer relações construtivas e benéficas com EUA, Cuba, Venezuela e os outros países, sem baixar a cabeça para ninguém e buscando sempre o progresso dos nossos povos", afirmou.

O jornal "Granma", órgão oficial do Partido Comunista de Cuba, descreveu Fox há duas semanas como "o pior de todos" os governantes mexicanos, ao passo que o vice-presidente da Venezuela, José Vicente Rangel, classificou na quinta-feira como "suspeita" a apertada vitória de Calderón sobre López Obrador.

"Lamento ter decepcionado a Venezuela, [pois] ganhei a apuração", afirmou o candidato do PAN.

Calderón reiterou sua oferta de formar um governo de união nacional e defendeu a "limpeza e a legalidade" da sua escolha, apesar de López Obrador, do Partido da Revolução Democrática (PRD), ter anunciado que vai contestar sua vitória.

A possibilidade de fazer parte de um governo de Calderón foi rejeitada em entrevista coletiva por um dos principais assessores da campanha de López Obrador, Ricardo Monreal.

"Não temos porque ter um diálogo com eles [do PAN]. Após toda esta guerra suja, entramos num caminho sem volta. Para que querem se reunir e convidá-lo [López Obrador] a trabalhar se ele é um perigo para o México?", questionou Monreal.

Fox e vários governantes e diplomatas estrangeiros, como o primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, e o embaixador dos EUA no México, Antonio Garza, felicitaram Calderón, atitude que foi criticada por dirigentes do PRD, que afirmam que a vitória do candidato do PAN ainda não foi ratificada.

"Qualquer declaração em reconhecimento à vitória de Calderón por parte de governos estrangeiros pode ser tomada como uma ingerência e é uma atitude ilegal, posto que ainda falta a decisão do Tribunal Eleitoral" do Poder Judiciário da Federação (TEPJF), disse Monreal.

O TEPJF deu um prazo de quatro dias para a apresentação das contestações, e até o dia 31 de agosto deverá tomar sua decisão, para, no dia 6 de setembro, declarar formalmente quem é o presidente eleito do México.

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