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18/07/2006 - 14h24

Indonésia recebeu alerta de novo tsunami 45 min antes da tragédia

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da Folha Online

O governo da Indonésia recebeu advertência de agências regionais de que o terremoto de 7,7 graus na escala Richter, que atingiu a ilha de Java ontem, poderia causar um tsunami [ondas gigantes], apesar disso, o recado não foi repassado à população. A informação foi confirmada pelo próprio governo, nesta terça-feira.

O ministro da Ciência e Tecnologia, Kusmayanto Kadiman, disse que a Indonésia recebeu boletins do Centro de Alerta de tsunamis do Pacífico e da Agência de Meteorologia do Japão logo após o registro do tremor. O tremor seguido de tsunami causou a morte de 350 pessoas. Outras 230 pessoas continuam desaparecidas.

26.mai.2006/Reuters
Mais de 300 morrem em tremor e tsunami na Indonésia; equipes buscam sobreviventes
Em dezembro de 2004, na maior tragédia natural da história, um terremoto de 8,7 graus na escala Richter gerou um violento tsunami que deixou 220 mil pessoas mortas no leste da África e sul da Ásia, a maioria na Indonésia. Em maio deste ano, um terremoto de 6,8 graus na escala Richter em Java deixou cerca de 6 mil mortos.

Segundo informações divulgadas nesta terça-feira, as advertência foram enviadas ao governo da Indonésia 45 minutos antes da ocorrência do tsunami. Sem um sistema automatizado na região para repassar o aviso ao habitantes das comunidades afetas --com alto-falantes e telefones celulares-- a retirada de um número significativo de pessoas se tornou inviável. Segundo autoridades, a falta de fundos impediu a criação de um sistema de alerta de tsunamis nas costas da Indonésia.

Edi Prihantoro, membro do Ministério da Tecnologia, admitiu que a ilha de Java não possui nenhum sistema de aviso à população sobre a formação de ondas gigantes.

Tragédia

Hospitais de Java estão lotados e pedem material devido à chegada de muitos feridos, cerca de 500, segundo o Ministério da Saúde. No hospital de Banjar, os feridos recebem atendimento nos corredores e na recepção já que os 178 leitos estão ocupados.

Nas áreas de atendimento de emergência, os pacientes dormem no chão sobre papelões e cobertores.

"Por enquanto, precisamos de colchões, sacos para cadáveres e material traumatológico. Suponho que a partir de amanhã a lista aumentará", disse a médica Teti, enquanto atendia uma mulher com ferimentos na cabeça e nos braços. Na indonésia é comum o uso de um único nome.

"Estava sozinha em casa e não deu tempo para nada. A água me arrastou mais de cem metros e quando foi embora, notei que tinha cortes por todo o corpo", disse Lita Kristiani, mãe de oito crianças.

O som das ambulâncias foi contínuo nas proximidades do hospital de Banjar e de outros centros de saúde da região nas últimas 24 horas.

Médicos e agentes de saúde de Jacarta, Bandung e de outras cidades próximas começaram a chegar à região do desastre e espera-se que a situação melhore nos próximos dias.

Além de material de saúde, os médicos pedem o envio de psicólogos para atender quadros de traumatologia.

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