20/07/2006 - 08h21

Irã quer manter atividades de enriquecimento de urânio

da France Presse, em Teerã

O Irã quer continuar suas atividades de enriquecimento de urânio e adverte sobre a adoção no Conselho de Segurança de uma resolução "destinada a limitar seus direitos em matéria nuclear", declarou hoje o negociador nuclear iraniano, Ali Larijani, em um comunicado.

O Irã dará "sua resposta no dia 22 de agosto" à oferta das grandes potências, que ainda está "em estudo", acrescentou o comunicado.

"A República Islâmica do Irã, conforme o plano estabelecido para produzir combustível necessário para 20 mil megawatts de energia nuclear daqui a 20 anos, decidiu pela produção de uma parte de seu combustível nuclear no Irã e tenta produzir o combustível necessário", afirmou o comunicado de Ali Larijani, lido pela TV estatal.

"Se for escolhido o caminho do confronto em lugar do diálogo, e em caso de qualquer ação para limitar o direito absoluto do povo iraniano, a República Islâmica do Irã não terá outra alternativa a não ser revisar suas políticas nucleares", acrescenta o comunicado.

No entanto, o comunicado acrescenta que "a República Islâmica do Irã considera que o caminho do diálogo e do entendimento é a melhor opção para solucionar a questão nuclear e (...) pede à outra parte que retorne à mesa de negociações", ressalta o texto.

"A República Islâmica do Irã está totalmente comprometida para que seja encontrada uma solução mediante o diálogo, mediante a via diplomática, e está disposta a manter negociações que tenham um objetivo preciso ou um calendário aceitável", acrescenta Larijani.

Larijani criticou "algumas partes, em particular os Estados Unidos, que mudaram o curso das negociações para o Conselho de Segurança, tentando colocar obstáculos no caminho das negociações".

A oferta de 6 de junho dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU-- EUA, Reino Unido, França, Rússia, China--, inclui incentivos econômicos e nucleares, mas está condicionada à suspensão das atividades de enriquecimento de urânio por parte de Teerã.

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