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21/07/2006 - 21h40

Blecaute deixa 100 mil nova-iorquinos no escuro

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da Efe, em Nova York

Aborrecidos com a falta de resposta da companhia Con Edison, cerca de 100 mil moradores do bairro do Queens, em Nova York, vivem nesta sexta-feira o quinto dia sem eletricidade, obrigados a fazer filas para conseguir gelo para preservar seus alimentos.

Nenhum dos residentes da região ficou livre das conseqüências do blecaute, entre eles o congressista Michael Gianaris, que está sem luz desde a última segunda-feira (17), e ressaltou que as filas para conseguir gelo "lembram as da União Soviética".

Gianaris, membro da Assembléia estadual de Nova York, também lamenta os comentários do prefeito, Michael Bloomberg, que defendeu o trabalho realizado pela companhia elétrica na quarta-feira, o pior dia da crise, motivada por uma sobrecarga.

Segundo o congressista, essas declarações não ajudaram a apaziguar os ânimos no Condado de Queens, onde os afetados superaram em dez vezes as previsões iniciais da Con Edison.

"Realmente [as declarações de Bloomberg] não têm sentido diante da gravidade da situação. O povo está sofrendo horrivelmente e poderíamos ter uma tragédia muito em breve", disse.

Os cortes deixaram cerca de 25 mil casas sem energia ou com energia parcial em Long Island City, Sunnyside, Astoria e Woodside, o que torna impossível a utilização de aparelhos de ar condicionado, refrigeradores e demais eletrodomésticos.

Economicamente, os mais afetados foram os estabelecimentos comerciais da região, sobretudo os de alimentação, cujas perdas em alguns casos chegam a milhares de dólares.

Ontem, durante uma visita às regiões afetadas, Bloomberg afirmou que o desejo da companhia elétrica "é de que a maioria dos afetados recupere a provisão entre a sexta-feira e o domingo".

A onda de calor que atingiu a cidade no início de semana, quando foram registradas temperaturas superiores aos 37ºC com altas taxas de umidade, provocou um forte aumento no consumo elétrico, devido ao uso de aparelhos de ar condicionado, que ocasionou o blecaute na noite de segunda-feira.

No entanto, o pior momento ocorreu na quarta-feira, quando dez das 22 linhas de alta tensão que abastecem a zona ficaram inutilizadas, deixando sem serviço cerca de 250 mil pessoas.

Na quinta-feira, a Con Edison informou que sete das dez linhas afetadas já haviam sido reparadas, mas não esclareceu em que momento poderiam restabelecer o fornecimento elétrico normal.

Apesar de tudo, o prefeito de Nova York afirmou hoje que 100 mil pessoas continuam sem eletricidade no bairro do Queens.

"Isto nunca deveria ter ocorrido. Agora o mais importante é assegurar que ninguém morra ou fique ferido, e ajudar a companhia elétrica --Com Edison-- a restabelecer o serviço", assinalou Bloomberg em entrevista coletiva.

"E depois tentaremos determinar as causas e assinalar os responsáveis, e criticar os responsáveis pelo caso", acrescentou.

As queixas dos residentes chegaram aos ouvidos do promotor do distrito do Queens, Richard Brown, que ordenou a seu escritório que abra uma investigação sobre o ocorrido.

"Pedi ao escritório de delitos econômicos que inicie uma investigação sobre os fatos e circunstâncias que rodearam o blecaute desta semana no Condado do Queens, para que se possa determinar se existe base para formular acusações criminais", explicou Brown em comunicado.

No entanto, as dores de cabeça não terminaram aí para a companhia elétrica.

A Con Edison anunciou hoje que cerca de 35 mil clientes de Westchester County, uma região residencial do norte da cidade, foram afetados por cortes elétricos como conseqüência de uma tempestade ocorrida na terça-feira à noite.

Durante a manhã de hoje, a sexta-feira, cerca de 6.000 moradores permanecia sem energia na região.

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