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07/10/2000
-
10h59
da France Presse
em Belgrado
O presidente eleito da Iugoslávia, Vojislav Kostunica, não acabou politicamente com seu antecessor, Slobodan Milosevic, que, apesar de ser acusado de crimes de guerra e contra a humanidade, prevê continuar desempenhando um papel político em seu país, desafiando assim a Justiça internacional.
Kostunica venceu esta ontem à noite uma batalha contra um Milosevic, pálido e mais magro, que reconheceu pela televisão sua derrota e felicitou o adversário pela vitória nas eleições presidenciais do último dia 24 de setembro.
Mas, Milosevic também afirmou prever "reforçar" seu partido, o Socialista (SPS), recusando-se, aos 58 anos, a virar a última página da sua carreira política. Por agora, Kostunica não tem motivos para se preocupar, uma vez que conta com a simpatia de boa parte do povo e o apoio quase unânime da comunidade internacional.
Uma vez prestado juramento diante do novo parlamento, Kostunica se concentrará na formação do Governo. Suas prioridades são a normalização o quanto antes das relações com as capitais estrangeiras e o estabelecimento de um "Estado de direito, de paz e liberdade", em um país submetido há anos a uma impiedosa ditadura.
Mas, a longo prazo, Milosevic poderia se transformar em uma dor de cabeça para o novo presidente. Primeiro, porque ele continuará muito presente fisicamente em sua residência de Belgrado.
Zoran Djindjic, um dos principais colaboradores de Kostunica, não escondeu sua preocupação após a declaração televisionada de Milosevic. "Creio que tentou se proteger, para preparar um golpe covarde", declarou Djindjic.
Através do Partido Socialista, Milosevic também poderá tentar exercer uma influência real sobre a atividade das duas câmaras do Parlamento, combatendo assim as ações do Governo. De acordo com a situação atual das alianças, o SPS, com seus aliados da Esquerda Iugoslava (JUL) e do Partido Socialista Popular (SNP) de Montenegro, dispõe da maioria absoluta das cadeiras tanto na Câmara de Cidadãos (138 cadeiras) quanto na das Repúblicas (40 cadeiras).
Além disso, Kostunica terá que enfrentar em breve as pressões dos países ocidentais, que exigem a entrega do ex-presidente ao Tribunal Penal Internacional (TPI), que o acusa de ter cometido crimes contra a humanidade e de guerra em Kosovo.
O certo é que um grande número de iugoslavos estão convencidos de que Milosevic é um homem acabado, onde quer que esteja. Um sérvio resumiu assim a situação: "nunca mais poderá atravessar uma rua sem a proteção de guarda-costas".
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Kostunica não acabou politicamente com Milosevic
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O presidente eleito da Iugoslávia, Vojislav Kostunica, não acabou politicamente com seu antecessor, Slobodan Milosevic, que, apesar de ser acusado de crimes de guerra e contra a humanidade, prevê continuar desempenhando um papel político em seu país, desafiando assim a Justiça internacional.
Kostunica venceu esta ontem à noite uma batalha contra um Milosevic, pálido e mais magro, que reconheceu pela televisão sua derrota e felicitou o adversário pela vitória nas eleições presidenciais do último dia 24 de setembro.
Mas, Milosevic também afirmou prever "reforçar" seu partido, o Socialista (SPS), recusando-se, aos 58 anos, a virar a última página da sua carreira política. Por agora, Kostunica não tem motivos para se preocupar, uma vez que conta com a simpatia de boa parte do povo e o apoio quase unânime da comunidade internacional.
Uma vez prestado juramento diante do novo parlamento, Kostunica se concentrará na formação do Governo. Suas prioridades são a normalização o quanto antes das relações com as capitais estrangeiras e o estabelecimento de um "Estado de direito, de paz e liberdade", em um país submetido há anos a uma impiedosa ditadura.
Mas, a longo prazo, Milosevic poderia se transformar em uma dor de cabeça para o novo presidente. Primeiro, porque ele continuará muito presente fisicamente em sua residência de Belgrado.
Zoran Djindjic, um dos principais colaboradores de Kostunica, não escondeu sua preocupação após a declaração televisionada de Milosevic. "Creio que tentou se proteger, para preparar um golpe covarde", declarou Djindjic.
Através do Partido Socialista, Milosevic também poderá tentar exercer uma influência real sobre a atividade das duas câmaras do Parlamento, combatendo assim as ações do Governo. De acordo com a situação atual das alianças, o SPS, com seus aliados da Esquerda Iugoslava (JUL) e do Partido Socialista Popular (SNP) de Montenegro, dispõe da maioria absoluta das cadeiras tanto na Câmara de Cidadãos (138 cadeiras) quanto na das Repúblicas (40 cadeiras).
Além disso, Kostunica terá que enfrentar em breve as pressões dos países ocidentais, que exigem a entrega do ex-presidente ao Tribunal Penal Internacional (TPI), que o acusa de ter cometido crimes contra a humanidade e de guerra em Kosovo.
O certo é que um grande número de iugoslavos estão convencidos de que Milosevic é um homem acabado, onde quer que esteja. Um sérvio resumiu assim a situação: "nunca mais poderá atravessar uma rua sem a proteção de guarda-costas".
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