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03/08/2006
-
12h11
da Folha Online
O chefe do Comando Central dos EUA, general John Abizaid, afirmou nesta quinta-feira que poderia começar uma "guerra civil" no Iraque caso continue a violência sectária no país. Ao mesmo tempo, o fantasma da guerra civil no Iraque ressurgiu em um documento confidencial do embaixador britânico em Bagdá divulgado hoje.
Nos EUA, Abizaid declarou ao Comitê de Serviços Armados do Senado: "Acho que a violência sectária alcançou provavelmente o pior momento que eu tenha visto".
O general disse que a principal prioridade dos EUA é garantir a segurança em Bagdá, que desde as últimas semanas vive uma onda de violência sectária, apesar aos esforços do novo governo iraquiano para conter a situação.
De acordo com o embaixador britânico em Bagdá, William Patey, "a possibilidade de uma guerra civil de escassa intensidade e uma divisão de fato do Iraque é mais provável nesta fase do que uma transição substancial e de sucesso para uma democracia estável", segundo as palavras de um telegrama confidencial, que teve o conteúdo divulgado nesta quinta-feira pela BBC.
No último telegrama destinado ao primeiro-ministro Tony Blair e ao Foreign Office, Patey, que se dispõe a abandonar o posto no Iraque, acrescenta: "Até a esperança do presidente [George W.] Bush para o Iraque --um governo capaz de funcionar, de defender a si mesmo e governar a si mesmo, além de ser um aliado na guerra contra o terrorismo-- deve permanecer em dúvida".
"A situação não é desesperadora", diz o diplomata. No entanto, acrescenta que o Iraque permanecerá em desordem durante os próximos cinco a dez anos.
"Se queremos evitar cair na guerra civil e anarquia, será prioritário impedir que as milícias xiitas se transformem em um Estado dentro do Estado, à imagem do [grupo terrorista] Hizbollah no Líbano", afirma Patey no texto.
Conflito
De acordo com a BBC, que cita fontes militares de alta patente, o contingente britânico em Basra (sul) se prepara para intensificar as operações contra os insurgentes xiitas.
O embaixador Patey pede ao governo que associe o Exército iraquiano a estas operações porque, segundo ele, as tropas britânicas "não podem fazer frente sozinhas às milícias".
"Falar muito sobre uma retirada rápida das forças britânicas só pode fragilizar nossa posição", concluiu.
A análise contradiz a postura oficial do governo Blair, segundo a qual o Iraque progride rumo à democracia, apesar das atuais dificuldades, e a opinião do presidente iraquiano, Khalal Talabani, que anunciou durante a semana que as tropas do país poderão garantir a segurança no Iraque antes do final de 2006.
Para o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, o Iraque sofre com conflitos religiosos, mas não se pode aplicar o termo guerra civil.
No entanto, a situação no país não gera otimismo, como demonstram os mais de 14.000 civis iraquianos mortos no primeiro semestre de 2006, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas).
Com Efe e France Presse
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O chefe do Comando Central dos EUA, general John Abizaid, afirmou nesta quinta-feira que poderia começar uma "guerra civil" no Iraque caso continue a violência sectária no país. Ao mesmo tempo, o fantasma da guerra civil no Iraque ressurgiu em um documento confidencial do embaixador britânico em Bagdá divulgado hoje.
Nos EUA, Abizaid declarou ao Comitê de Serviços Armados do Senado: "Acho que a violência sectária alcançou provavelmente o pior momento que eu tenha visto".
O general disse que a principal prioridade dos EUA é garantir a segurança em Bagdá, que desde as últimas semanas vive uma onda de violência sectária, apesar aos esforços do novo governo iraquiano para conter a situação.
Hadi Mizban/Reuters |
Iraquianos limpam rua no centro de Bagdá após explosão de bomba na capital do Iraque |
No último telegrama destinado ao primeiro-ministro Tony Blair e ao Foreign Office, Patey, que se dispõe a abandonar o posto no Iraque, acrescenta: "Até a esperança do presidente [George W.] Bush para o Iraque --um governo capaz de funcionar, de defender a si mesmo e governar a si mesmo, além de ser um aliado na guerra contra o terrorismo-- deve permanecer em dúvida".
"A situação não é desesperadora", diz o diplomata. No entanto, acrescenta que o Iraque permanecerá em desordem durante os próximos cinco a dez anos.
"Se queremos evitar cair na guerra civil e anarquia, será prioritário impedir que as milícias xiitas se transformem em um Estado dentro do Estado, à imagem do [grupo terrorista] Hizbollah no Líbano", afirma Patey no texto.
Conflito
De acordo com a BBC, que cita fontes militares de alta patente, o contingente britânico em Basra (sul) se prepara para intensificar as operações contra os insurgentes xiitas.
O embaixador Patey pede ao governo que associe o Exército iraquiano a estas operações porque, segundo ele, as tropas britânicas "não podem fazer frente sozinhas às milícias".
"Falar muito sobre uma retirada rápida das forças britânicas só pode fragilizar nossa posição", concluiu.
A análise contradiz a postura oficial do governo Blair, segundo a qual o Iraque progride rumo à democracia, apesar das atuais dificuldades, e a opinião do presidente iraquiano, Khalal Talabani, que anunciou durante a semana que as tropas do país poderão garantir a segurança no Iraque antes do final de 2006.
Para o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, o Iraque sofre com conflitos religiosos, mas não se pode aplicar o termo guerra civil.
No entanto, a situação no país não gera otimismo, como demonstram os mais de 14.000 civis iraquianos mortos no primeiro semestre de 2006, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas).
Com Efe e France Presse
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